A importância de ser um pai Presente
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Todos os artigos que escrevo são importantes, mas este tem uma particularidade especial.
Aprendi, por experiência própria, que é de uma enorme importância ser um pai presente, para ti e para o teu filho.
Vou explicar o porquê, de acordo com o meu ponto de vista.
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Todos ouvimos dizer que o nascimento de um filho vem alterar a nossa vida: as rotinas, os nossos objectivos de vida, reforçar os nossos valores, e sobretudo questionar (em tudo) o mundo que nos rodeia.
Acima de tudo isto, vem ensinar-nos a amar.
Incondicionalmente.
Biológicamente, a ligação do bebé é muito mais forte com a mãe do que com o pai.
É a mãe que gera o filho e que o suporta e carrega (literalmente) durante 9 meses.
Muito provavelmente a voz da mãe é a primeira que o bebé vai ouvir e a conexão fortalece-se ainda mais depois do seu nascimento.
Se o bebé for amamentado, os laços com o lado materno unem-se cada vez mais a cada dia que passa.
É um momento a dois, tal como o são todos os outros momentos: o mudar a fralda, dar banho, etc.
E qual o papel do pai?
O pai pode “ajudar” nalguma situação?
Pode “ajudar” a mudar a fralda?
Pode “ajudar” a dar banho?
Pode “ajudar” nas tarefas domésticas?
Pode “ajudar” e ficar com o bebé alguns minutos para que a mãe possa descansar um pouco?
Nada disso!
O pai não pode ajudar, o pai deve partilhar a experiência da maternidade com a mãe, e aproveitar todos os momentos com o seu bebé para fortalecer a união e o afecto entre ambos.
Tem que aprender a mudar a fralda?
A limpar o cócó?
A dar banho?
A adormecê-lo?
Claro que sim, tal como a mãe.
É uma aprendizagem conjunta.
E não se pense que ter um filho é fácil, porque não é.
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Tem que haver uma forte união, compreensão e harmonia entre o casal, já que se vai perder muita coisa, mas ganha-se outra ainda maior: o amor incondicional de outro ser!
O melhor presente que podemos oferecer é estarmos presentes quando a nossa atenção é solicitada.
Desde o nascimento do meu filho que decidi estar presente sempre que ele necessitasse de mim.
Não apenas estar fisicamente, mas estar eu todo, de corpo e alma. Escutá-lo. Dar-lhe a mão quando pedisse.
Simplesmente estar.
Aprendi a mudar as fraldas e depois a lavá-las (sim, o nosso bebé só usa fraldas reutilizáveis, poupa-se muito dinheiro e o meio ambiente agradece).
E a aproveitar a muda da fralda para fortalecermos laços.
Fazer as coisas devagar (quando há tempo para isso) e com confiança, e olharmos olhos nos olhos.
O bebé tem que se sentir seguro com o pai tal como se sente com a mãe. Tem que saber que existe outro cuidador em casa com o qual ele pode contar.
Outro porto de abrigo.
Aprendi a dar-lhe banho e a ficar com ele e a adormecê-lo (ao colo ou na mochila de babywearing), principalmente quando a mãe necessita de um tempo para cuidar de si.
Ainda me lembro da primeira vez que ficámos os dois sozinhos em casa!
Ele estava a dormir e acordou cheio de fome.
E como estava a amamentar, eu não conseguia acudi-lo da forma que ele necessitava.
E foi nessa altura que percebi realmente que ele tinha uns bons pulmões!
Eu e penso que o prédio todo 🙂
Mas são estes momentos únicos que devemos e podemos aproveitar, porque o ontem já passou e não volta, e o que interessa é o presente, o agora.
E os nossos filhos sentem se estamos apenas fisicamente presentes.
Já reparaste nos vários significados que a palavra presente tem?
Não deve ser por acaso, porque o simples facto de estarmos presentes (de corpo e alma) no presente (no aqui e agora), é um presente (dádiva) em si!
Lembro-me também de uma das noites difíceis que ele teve (a maior parte delas por causa dos dentinhos a nascer), ainda não sabia falar (mas já comunicava por gestos, devido ao programa BabySigns que implementámos em casa).
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Acordou a chorar e rapidamente a mãe pegou-o ao colo.
Mas o choro não parou, e eis que ele estende os braços para mim, a pedir o meu colo.
Incrédulo, perguntei se era mesmo isso que ele queria, porque normalmente a mãe é que resolve as dores todas, é o porto de abrigo, enquanto o pai é mais associado para a brincadeira.
Mas não, era mesmo a mim que ele queria.
Peguei-o ao colo, e, num momento quase instantâneo, deixou de chorar.
Eu, pai, desta vez tinha sido o porto de abrigo do meu filho.
Quando fomos à consulta de pediatria, e falámos neste episódio à pediatra, a resposta dela foi que “é perfeitamente normal quando o pai é presente”.
E foi aí que se de o “click”!
Sem ter percebido, eu fui (e sou) um pai presente.
Quão maravilhoso pode isso ser?
E ainda hoje ele faz questão de adormecer de mão dada comigo.
E tu, tens estado presente no presente do teu filho?
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