A cola pode ser nociva para a saúde teu filho?
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“Vais para a escola? Leva a cola!”
Quem não se lembra de um anúncio que passou na televisão, há uns bons 30 anos?
Pois é, a cola fez sempre parte do material escolar, e também dos instrumentos de trabalho de quem necessite de a utilizar com muita frequência.
Pode parecer um tópico banal, mas revela-se importante aprofundar um pouco este assunto, e vou explicar o porquê.
Desde os primórdios da civilização que a cola é utilizada.
Inicialmente, começou por ser utilizada a cola de animal, antes de existirem as colas sintéticas de hoje em dia.
Historicamente, a cola de animal era feita através do colagénio existente nos ossos dos animais mortos. O colagénio é conhecido por ser peganhento quando está húmido e ficar duro quando solidifica.
Sabias que a palavra “colagénio” deriva da palavra grega “kolla”…?
Embora inicialmente não muito conhecida, o seu uso começou a proliferar quando a construção de móveis surgiu como um ofício.
Claro que hoje em dia muito raramente utiliza-se a cola animal, dando o seu lugar às colas sintéticas.
Existem colas específicas para colar qualquer tipo de material: madeira, metal, tecido, vidro, porcelana, etc.
E nas mais variadas formas: liquída, em stick roll-on, gel, spray, etc.
Contudo, a maior parte delas não são certificadas (podendo ter algum tipo de toxicidade), e nem sequer referem qual o valor dos VOCs.
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Normalmente não acarretam nenhum perigo para a saúde, e pode ser facilmente limpa com os dedos apenas com um pouco de água.
As colas brancas para madeira à base de água (também conhecidas pela sigla PVA) são as mais utilizadas na bricolage em geral as que apresentam a melhor relação preço-quantidade.
As colas PVA (Acetato de PoliVinilo) são de cor branca (embora também existam na cor amarela), sem cheiro e podem ser diluídas em água, tornando-as menos espessas.
Podem também ser tocadas directamente pelos dedos, sem nenhum prejuízo para a pele.
Tal facto pode dar a entender que este tipo de cola não é tóxica.
E de facto, não é, a não ser que seja ingerida.
Todos sabemos que as crianças gostam de experimentar tudo, e há sempre aquela situação em que provam um pouco de cola branca.
Esta cola pode tornar-se tóxica a partir do momento em que for ingerida, porque realmente não foi feita para isso.
Claro que se for em quantidades muito pequenas, o mal será muito menor do que se for em grandes quantidades, e de certo que o nosso organismo encarregar-se-á de dar o devido tratamento.
Existem fabricantes estrangeiros de cola branca que têm colas naturais e que são próprias para o contacto directo com os alimentos.
Mas o que isso significa é que se a cola tiver contacto com os alimentos, estes continuam a ser comestíveis.
Não quer dizer que a cola é comestível…
Existem colas muito potentes no mercado, e que actuam em segundos, e que exigem muito cuidado na sua utilização
Podem, inclusive, colar a pele.
Apesar de ser vantajoso utilizá-las, têm compostos químicos na sua composição, o que não as torna muito amigas do ambiente.
Se for necessário dar um uso muito intenso, torna-se ainda mais obrigatório utilizar colas que sejam o menos nocivas possível.
E claro, com o manusear das peças de madeira pelas mãos dos bebés e das crianças, todo o cuidado é pouco…
Nem todos os fabricantes têm este nível de consciência.
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Existe algum perigo das colas que não são certificadas serem utilizadas para colar peças manuseadas por bebés ou crianças?
É possível que não, desde que haja o cuidado de não utilizar em excesso, e de limpar muito bem o remanescente.
Claro que podem existir situações em que é de todo impossível não usar uma cola não tóxica, mas desde que haja o máximo de cuidado possível, como referido.
Muitas fabricantes podem dizer que a cola que utilizaram é livre de tóxicos e sem solventes, mas poderá não ser bem assim. Como é um componente utilizado na própria montagem do produto, fica escondida.
E depois de secas, algumas mesmo ficam transparentes,
Não existe forma de saber realmente qual o tipo de cola utilizada…
Como poderemos saber a verdade?
Segue o teu instinto e confia.
Procura um fabricante de brinquedos e materiais pedagógicos da tua confiança, que demonstre integridade e responsabilidade no seu trabalho.
E que tenha conhecimentos suficientes para usar uma cola certificada que seja atóxica, não tenha solventes e que tenha um valor muito reduzido de VOCs.
O meio-ambiente agradece, e o teu filho também.
Que achas deste assunto?
Dás alguma importância às colas utilizadas?
Obrigado pela tua presença.
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