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Marcador de Livro

Sempre gostei de ler um bom livro.

Desde a minha infância que leio muito, e um bom livro transporta-nos para lugares que só a nossa imaginação sabe construir.

À medida que vamos lendo, as personagens ganham vida e a história ganha cor.

Tudo o que está à minha volta desaparece, no presente existe apenas eu e o livro.

Confesso que nem sempre gosto das versões cinematográficas adaptadas de livros, nem sempre são bem conseguidas. Claro que há sempre excepções, mas muitas das vezes são verdadeiras desilusões.

Hà sempre pormenores que consideramos interessantes no livro, mas que depois não são colocados em filme.

Mas, na minha opinião pessoal, o que mais me desilude são as personagens em si. Elas já foram construídas na nossa mente, já existem. E são totalmente diferentes no filme.

Todos este factores fazem com que a magia do livro se perca.
Mas já reparaste que podes ter nas tuas mãos a possibilidade de ler sobre muitos conhecimentos adquiridos por alguém?

A sua sabedoria, a sua visão, está ao teu alcance!

Num livro.

Podes entrar na sua mente e assimilar vários conhecimentos adquiridos ao longo de uma vida, armazenados em várias folhas de papel.

Impressionante, não achas!

Aprende-se muito com os livros, e há que saber estimá-los.
Ao longo de muitos anos, debati-me com a marcação da página que estou a ler, quando tenho que interromper a leitura.
Muitos marcadores têm publicidade, outros são feitos de um cartão mole que se dobra facilmente, ou que se rasga com facilidade. Outros são muito grandes.
Claro que o mais conveniente é cortar um pedaço de papel e usá-lo como marcador.

Fiz isso na maior parte das vezes, porque era mais prático, e porque nunca gostei muito dos outros marcadores.
Mas sinto que desta forma não estou a dar o devido valor ao livro.

Algo tão especial como um livro, merece um marcador especial.

 

 

Melhor que uma leitura, é uni-la com a arte de trabalhar a madeira.
Daí que resolvi fazer eu próprio o meu marcador de livros.

Sinto que um ciclo foi fechado, e que a simbiose é perfeita.

Qual o livro que estás a ler?

 

Obrigado pela tua presença.

 

 

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» Porque sou um amador
» Tipos de Madeira
» A Arte de Bem Serrar

A Arte de Bem Serrar

Serrar é uma arte dentro da própria arte de ser artesão.

Um dos mestres marceneiros com quem aprendi esta arte, disse-me uma vez que demorou 3 anos para aprender a serrar.

TRÊS anos!

Tal deve-se também ao facto de ninguém o ter ensinado a serrar manualmente, na escola onde estudou. Talvez porque também quem o ensinou a trabalhar com outras ferramentas, não o sabia fazer correctamente, e usava muito as máquinas eléctricas para cortar a madeira e desempenhar as suas tarefas.

Não quero com isto dizer que esta arte não está acessível a qualquer pessoa, porque está.

Serrar a direito é para todos.

No entanto, penso que a maior parte das pessoas que vê alguém a serrar pensa que “serrar a direito é fácil, afinal é apenas trabalho manual, também consigo fazer. Quão difícil será seguir uma linha?”

O que pode correr mal?

No entanto, quando vão experimentar, a serra abana, dobra-se, fazemos força a mais e não conseguimos serrar. Culpamos a madeira, a serra, e não nos olhamos ao espelho para ver onde está o problema.

É como se um emaranhado de emoções, incertezas, dúvidas, conquistas, se concentrassem na lâmina do serrote.

A culpa é sempre dos outros, e não nossa.

Aí a realidade atinge-nos: serrar a direito não é fácil.

Mas está ao alcance de qualquer pessoa.

Requer treino, prática.

Cada serrote tem as suas particularidades, e cada madeira as suas especificidades. Mesmo as madeiras cortadas da mesma árvore, na mesma secção, comportam-se de formas diferentes. Estás a ver as variáveis que podem existir…?

E mesmo que todas as variáveis estejam alinhadas, pode haver sempre a hipótese do corte não sair a direito.

Esta habilidade treina-se, e como qualquer outra arte, é necessário praticar.

Requer disciplina.

 

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Praticar muitas vezes, até chegar a uma altura em que o que parece estranho e desajeitado ao início, passe intrinsecamente a fazer parte de nós. Implica serrar manualmente sempre que possível, e não usar caminhos alternativos como máquinas eléctricas, que fazem diminuir as nossas habilidades.

Este treino, esta prática, pode contrastar com a inspiração súbita, ou o talento inato, em que podemos pensar que não é necessário treinar.

Quando estou muito tempo sem serrar, os primeiros cortes são um pouco desajeitados, e sinto a necessidade de praticar e fazer alguns cortes extra em madeiras, antes de começar ou retomar um projecto. Ajuda a preparar o cérebro e os músculos para o trabalho que aí vem.

 

Serrar
Corte paralelo ao veio da madeira

Os prodígios musicais, por exemplo, são muitas vezes citados para suportar esta convicção, erradamente.

O prodígio musical infantil Wolfgang Amadeus Mozart, de facto, trabalhou a sua capacidade de se lembrar de grandes trechos de notas musicais.

Entre os 5 e os 7 anos, Mozart aprendeu como treinar a sua memória musical inata, quando improvisava no teclado do piano.

Desenvolveu métodos para que conseguisse produzir música “espontânea”.

A música que ele mais tarde escreveu parecia espontânea, porque ele escrevia directamente na pauta musical, com muito poucas correcções.

Mas mais tarde, através das suas cartas, veio-se a saber que, muitas vezes, ele via a revia mentalmente as notas musicais antes de as escrever definitivamente em papel.

Devíamos estar um pouco alerta quando se fala de talento inato, de talento não treinado.

É necessário treinar a memória muscular em diversas posições, tal como os músicos o fazem. Os dedos, a mão, o braço, todo o nosso corpo tem memória muscular, e tem que saber a sua posição correcta para desempenhar o melhor possível a tarefa que tem a seu cargo.

Se o cantor treina a voz para os concertos, se um atleta treina para as competições, por que razão haveria de ser diferente treinar a arte de bem serrar?

Existem diferentes tipos de serrotes, cada qual é indicado para o tipo de corte que queremos fazer: se é paralelo ou perpendicular ao veio da madeira, se é superficial ou muito profundo, se é um corte grosseiro ou com precisão.

A juntar a isso, há o facto de existirem serrotes ocidentais e serrotes orientais.

Os mais comuns são os serrotes ocidentais, mas o Japão também tem fama de ter bons artesãos e bons serrotes.

 

Serrar
Dois tipos de serrotes japoneses

 

Ao pegarmos numa ferramenta e a tornarmo-la “nossa”, estamos a aprender a sermos donos do nosso próprio destino.

Estamos a aprender a tomar as rédeas da nossa vida, e a darmos a orientação correcta ao rumo que pretendemos seguir.

A visão está traçada, o caminho está definido.

Agora é só percorrê-lo.

Quando temos o caminho traçado, existem sempre desvios que são feitos.

No entanto, temos que estar concentrados e atentos, porque o que são pequenos desvios no início, se não forem corrigidos, podem tornar-se tão grandes que depois é complicado voltar ao percurso inicial.

Não percas o teu rumo.

 

Obrigado pela tua presença.

 

 

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» Um Novo Projecto
» Antes prevenir que remediar
» A melhor madeira para os bebés

O perigo escondido das tintas

Tal como os óleos e os vernizes, as tintas também têm um perigo escondido e que é prejudicial para a saúde do teu filho, da tua casa, e do meio ambiente.

Infelizmente, não é do conhecimento geral, e muitas pessoas não se preocupam com a qualidade da tinta utilizada.

Neste artigo vou esclarecer quais os principais cuidados a ter na escolha de materiais de madeira que sejam pintados.

Existem muitos tipos de tintas, mas muito provavelmente as que se usam mais são as tintas acrílicas (à base de água) e as tintas a óleo (tal como nome indica, à base de óleo).

De um modo geral, o tipo de tinta escolhida tem como factor primordial a superfície que vai ser pintada: parede, chão, madeira, ferro, etc.

Normalmente, não existe interesse em perceber qual a tinta utilizada, desde que o material esteja bem pintado. Muitas vezes, isso pode acontecer devido à falta de informação.

Outras vezes porque vivemos numa sociedade de (cada vez mais) consumo rápido, e queremos as coisas feitas para ontem, não interessa como.

Mas o meio-ambiente sai prejudicado.

O meio-ambiente onde TU e a TUA família vivem, saem prejudicados.

A longo-prazo, TU e a TUA família também vão sofrer as consequências resultantes de uma má escolha feita no passado, quando a pressa era inimiga do bem-estar.

Uma das características das tintas que permite identificar se as tintas são ecológicas e se é seguro utilizá-las, são os Compostos Orgânicos Voláteis (COVs).

De uma forma resumida, os COVs são um conjunto de substâncias químicas que evaporam à temperatura e pressão ambiente, prejudiciais à saúde das pessoas e meio ambiente. Existem em repelentes, tintas, cola, combustíveis, produtos de limpea, etc. Como são libertados de uma forma lenta, e ao longo de vários anos, não é visível a olho nu. Estão associados a eczemas, alergias, etc.

Uma forma de controlar os COVs é através do seu valor, em que um valor nulo é o ideal.

Os COVs são um grande contributo para a poluição da baixa atmosfera, e o uso destes componentes ajudam ao aquecimento global.

A emissão dos COVs é legislada pela União Europeia, e o valor limite são até 100 g/L (colocar link). Este valor vem discriminado no rótulo dos produtos (tintas, vernizes), mas muitas vezes é ignorado, infelizmente.

 

Artigo relacionado: Segurança nos Brinquedos – EN 71 e COVs

Um mito que gostaria de esclarecer é em relação ao cheiro.

Diz-se que o acabamento é nocivo quando tem cheiro. Mas é preciso não confundir o cheiro com a toxicidade. O acabamento pode ter algum cheiro resultante dos produtos naturais utilizados. No entanto, desaparece com a utilização e com o passar do tempo.

Mas, se tiver as certificações recomendadas, é livre de químicos tóxicos.

Certifica-te também que os materiais de madeira que comprares deverão garantir a ausência de metais pesados (conforme a norma para brinquedos EN 71-3), com tintas certificadas para o efeito. Assim, a criança, suscetível de encostar a boca nos móveis, por exemplo, não corre nenhum perigo.

Muito resumidamente, a norma EN 71-3 é uma norma europeia que regulariza a percentagem de metais pesados (chumbo, cobre, arsénio, etc.) presentes num produto (tinta, óleo, verniz).

 

Artigo relacionado: O verniz ou o óleo são bons para o teu bebé morder?

 

Um dos casos mais fulcrais são os produtos provenientes do mercado oriental. Já referi aqui que não pretendo denegrir a imagem deste tipo de produtos que são vendidos em grandes superfícies de lojas online.

Mas se reparares bem, a qualidade dos acabamentos deixa sempre muito a desejar. Raramente é especificado qual o tipo de tinta utilizada. Muitas vezes referem apenas que é tinta aquosa. Só que isso não significa que tenha as certificações e os requisitos acima mencionados. Significa apenas que o solvente utilizado (um solvente é uma substância que dissolve outra substância) na fabricação da tinta é aquoso, ou seja, que a tinta é diluível em água.

 

A toxicidade pode continuar presente.

 

Resumindo, a tinta ideal é aquela que é totalmente livre de solventes, sem COVs e com a certificação EN71-3.

É a ideal para teres na tua casa, particularmente no quarto do teu filho, cozinha, etc. Especialmente se algum membro da tua família é mais sensível a este tipo de químicos ou sofre de asma ou tem um fundo alérgico.

Os berçários, creches e infantários também deveriam preocupar-se com este problema.

Especialmente os berçários, em que os bebés são mais sensíveis.

Muitas tintas dizem que são amigas do ambiente, ou amigas da criança. No entanto, será que cumprem com todos estes requisitos?…

Se te preocupas com a tua saúde, a saúde do teu filho e do meio-ambiente, procura saber mais informações a quem vende materiais e produtos de madeira.

Questiona sempre que puderes.

Muitos produtores e (re)vendedores não têm sequer consciência destes requisitos, por desconhecimento ou por desinteresse. Mas se todos nós começarmos a questionar e a comprar de uma forma mais consciente, a consciencialização global vai aumentar.

 

Tinhas conhecimento desta informação?

Deixa o teu comentário e partilha.

 

Obrigado pela tua presença.

 

 

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Um Novo Projecto

Fico sempre entusiasmado quando surge a oportunidade de começar um novo projecto. As ideias surgem, esboços são desenhados, o cheiro da madeira começa a pairar no ar…

Há já algum tempo que o meu cliente mais fiel (o meu filho) vem pedindo (que é como quem diz, vem mostrando através de alguns sinais) que necessita de algo diferente para trabalhar. No contexto de Maria Montessori, o trabalho das crianças não significa colocá-la a fazer os trabalhos de adulto, mas sim brincar. Ao brincar, a criança está a trabalhar todos os seus sentidos, a desenvolver-se emocionalmente, a socializar, a crescer.

Por isso é muito importante estares com o teu filho, observá-lo. Só assim vês a sua evolução e compreendes as suas necessidades.

 

Artigo relacionado: A importância de ser um pai Presente

 

Existem muitos pormenores envolvidos num novo projecto, mas tudo começa com uma ideia passada para papel. Um esboço é muito útil, pois ajuda-nos a perceber quais os caminhos que podemos percorrer, e como o poderemos fazer. Ajuda-nos a perceber as virtudes, mas sobretudo as falhas e como as podemos colmatar.

Nesta era das novas tecnologias, por vezes é bom afastarmo-nos um pouco do mundo digital e ficarmos sozinhos com os nossos pensamentos. Só assim conseguimos ouvir o nosso interior, e é aqui que as melhores ideias surgem.

Um novo projecto

Podemo-nos deitar com algum problema por resolver, que no dia a seguir acordamos com a solução.

Ou até mesmo durante a noite, quando o nosso subconsciente está mais activo.

É assim que a nossa mente funciona.

Por isso é bom apontar as nossas ideias e os nossos problemas em papel. Ficam ali, anotados para não serem esquecidos, mas retirados da nossa mente para que possamos descansar melhor.

Desta forma, ficam também acessíveis para serem consultados sempre que necessário.

Depois de escolhida a ideia vencedora (se houver mais que uma), é altura de colocá-la em prática.

Qual o tipo de madeira que vou usar?

 

Artigo relacionado: Tipos de Madeira

 

Onde vou comprá-la?

Que ferramentas são necessárias?

Que tipo de acabamento vou dar?

A juntar a tudo isto, há o factor pressão, porque o meu cliente cresce a uma velocidade vertiginosa, e o tempo passa muito rápido!

Mas não estou muito preocupado, porque sei que ele vai usufruir deste novo projecto durante bastante tempo…

Como vai ser a primeira vez que o vou fazer, será um protótipo. E como todos os protótipos, é possível que nem sempre corra bem na primeira vez que é feito. Daí a fase da concepção e desenho ser importante. Existe um tempo para pensar e um tempo para fazer. E por vezes é necessário ir alterando o desenho em tempo real, à medida que vai sendo desenvolvido.

Ou porque surge uma nova ideia, ou porque o que foi idealizado pode não ser possível de fazer dessa forma.

E sendo um protótipo, nesta fase não compensa (financeiramente) usar uma madeira de qualidade superior, embora tente ser o mais fiel possível ao resultado final.

Durante todo o projecto, não me coíbo de pedir a opinião à minha consultora que está sempre presente: a minha mulher. São conselhos sobre as partes funcionais e também a nível de design, que valorizo muito. Devido à sua actividade estar ligada com o contacto de bebés e crianças, sabe muito bem o que pode ou não resultar.

Costuma-se dizer que atrás de um grande homem está uma grande mulher.

Discordo.

Na minha opinião, ao lado de um grande homem está uma grande mulher.

Sempre foi assim em todos as etapas da minha vida, e aqui também não é excepção.

Novo Projecto
A serrar a madeira

Quando tenho alguma dúvida sobre como algo ficaria melhor, ou de que forma seria mais funcional, pergunto-lhe. Por vezes estamos tão focados num único pensamento e numa única solução, que não conseguimos vislumbrar outra alternativa. É como quando caminhamos numa floresta densa e necessitamos de abrir caminho para ver o chão que pisamos.

Desta forma, nem sequer reparamos que mesmo ao nosso lado existe um caminho que vai na mesma direcção.

Apenas tem com menos arbustos para desbravar.

É quando uma segunda opinião é bem-vinda.

Ajuda-nos a ter um caminho mais definido, a procurarmos os pontos-chave para depois percebermos como o vamos percorrer.

No fundo, é como vivemos a nossa vida.

Podemos andar à deriva, sem termos um plano definido, e vamos vivendo da forma que nos vão deixando viver. Queixamo-nos que as coisas não estão como gostaríamos que estivessem, mas também não fazemos nada para alterar a situação em que estamos. Por isso também não nos podemos queixar muito.

Ou então, podemos ser nós próprios traçar o nosso percurso. Ter uma visão e saber em que direcção ir ajuda a conhecermo-nos, a redescobrirmo-nos.

 

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São muito importantes os obstáculos que tivemos que superar para chegar à nossa visão. Ter objectivos pequenos e alcançá-los durante esse percurso ajuda-nos ganhar mais confiança, à medida que vamos progredindo.

Vamos vendo as ideias que anteriormente apenas estavam na nossa mente a tornarem-se realidade.

A unir os pontos

Durante este processo, pode ser necessário aplicar novos métodos nunca experimentados, fazer alguns desvios. Podemos até ver que não estamos a progredir como queremos e sermos obrigados a dar um passo atrás, para logo em seguida dar dois passos à frente.

Não existe o caminho ideal, existe o nosso caminho.

Por tudo isto, até encontrar o caminho certo, um protótipo demora sempre mais tempo a fazer. Existem muitos pormenores a ter em conta, muitas ideias por experimentar.

Afinal de contas, é o primeiro. É fazer algo que ainda ninguém fez. Algo que vai ser único no mundo, porque mesmo que exista outro igual, com as mesmas medidas, etc., nunca é totalmente igual. A mesma espécie de madeira pode ter muitas variações na sua cor (até da mesma árvore), e, além disso, não foi feito pelo amor e cuidado que as minhas mãos empregam. O nosso estado de espírito também influencia o nosso trabalho, e por isso não existem dois produtos iguais, mesmo que sejam feitos pela mesma pessoa. O trabalho artesanal é fantástico!

Cada peça de madeira representa um desafio único.

Não importa o que fazemos, mas como o fazemos é que vai determinar o resultado final.

E perceber que o que estou a fazer vai ser testado e usado pelo meu filho dá-me uma satisfação ainda maior para o concretizar!

Qual o teu novo projecto?

Há quanto tempo não sais da rotina e fazes algo de novo?

Deixa o teu comentário.

 

Obrigado pela tua presença.

 

 

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O verniz ou o óleo são bons para o teu bebé morder?

Quando vais comprar algo feito em madeira, já deves ter reparado que, na maior parte das vezes, na descrição do produto está referenciado o tipo de acabamento utilizado (óleo natural, verniz, etc.). Para o mais desatento, isto até pode passar despercebido porque pode parecer insignificante. E, afinal de contas, só queremos mesmo é que o produto esteja em excelentes condições. Mas será que o verniz ou o óleo são bons para o teu bebé morder?…

Porque é que é precisas saber esta informação?

Apenas para perceberes que, quando estás a comprar um produto feito em madeira, tem que ter o acabamento correcto, quer seja para um bebé ou para uma criança.

O tipo de acabamento não nos interessa: “Não percebo muito disso e qualquer coisa serve”, podemos pensar.

Mas será que é mesmo assim…?

Para quem não está muito por dentro do assunto, pode até existir alguma confusão quando se fala num produto que tenha sido acabado com verniz ou com óleo, o que pode provocar algum desinteresse adicional.

(“Acabar” um produto, significa dar um acabamento, ou seja, protegê-lo da melhor forma para que a sua forma natural seja preservada e dure o mais tempo possível. Essa protecção pode ser feita de várias formas, mas as mais comuns são com verniz, óleo, goma-laca ou tinta.)

 

Artigo relacionado: O perigo escondido das tintas

 

Para já, vou apenas focar-me nos acabamentos que utilizem óleo ou verniz.

 

Verniz

O verniz deixa uma película de protecção na superfície da mesma, podendo dar até uma sensação um pouco “plástica” ao produto final. Esta designação vem do facto de não ser possível sentir a textura da madeira.

Por exemplo, considera a aplicação de verniz num produto feito em madeira maciça de pinho (madeira de cor clara e macia) ou em madeira maciça de nogueira (madeira de cor escura e semi-dura).

A sensibilidade ao toque é a mesma em qualquer uma destas espécies, já que o que estamos a tocar e a sentir é o próprio verniz em si, e não a madeira.

 

O verniz ou o óleo são bons para o teu bebé morder?
Exemplo de onde como o verniz fica aplicado à superfície da madeira

 

De um modo geral, este até pode ser um pouco mais duradouro que o óleo, mas não tem uma manutenção tão fácil.

Com a utilização regular, o verniz pode desgastar-se ou danificar-se nalgum sítio. Claro que estas situações não ocorrem com muita facilidade, mas é uma preocupação a ter em conta.

Como fica à superfície da madeira, o verniz pode ser utilizado também para proteger uma peça que tenha sido pintada com uma determinada cor.

Daí que o verniz não seja o acabamento indicado para os produtos que vão ser colocados na boca dos bebés. Existe uma fase em que os bebés sentem necessidade de colocar tudo na boca.

Porque estão aflitos com o aparecimento dos primeiros dentinhos.

Ou porque, numa fase mais primordial, faz parte da forma como interagem com o mundo físico (para sentirem as formas, dimensões, texturas, etc).

Não vais querer que o teu bebé trinque o verniz, pois não…?

Exemplos de uso: Estruturas de exterior, protecção elevada contra variações de humidade, camada de protecção sobre tinta, mobiliário que implique grande stress mecânico (escadotes), etc.

 

Óleo

O óleo natural, ao contrário do verniz, penetra na madeira e impregna-a.

Além de a nutrir e proteger, também realça a sua textura e cor natural.

Desta forma, é mais fácil de reparar que o verniz.

 

O verniz ou o óleo são bons para o teu bebé morder?
Exemplo de como o óleo fica impregnado na madeira

 

Tal como o verniz, também é necessário aplicar cerca de duas camadas, sendo necessário polir bem todas as peças de madeira entre cada camada.

Alguns tipos de óleos são específicos para mobiliário, tampos de mesa, tampos de bancadas de cozinha, etc. São óleos com uma forte durabilidade, que deixam respirar a madeira e ao mesmo tempo são electroestáticos.

Ou seja, repelentes ao pó e fáceis de limpar.

Certifica-te também que o óleo utilizado é um óleo natural.

Ou seja, se é feito com produtos naturais (óleo de linhaça, óleo de casca de citrinos, argila, giz, etc.) e não com químicos. No fundo, que seja isento de qualquer químico nocivo para a nossa saúde.

O ideal é que o óleo tenha também a certificação de ser resistente à saliva e suor.

Fica clara a razão do óleo ser mais recomendado para utilizar em produtos que o teu bebé possa levar à boca e morder?

Não há o perigo do bebé trincar o óleo.

 

Aliás, vou contar-te uma história em relação ao óleo que uso…

Certo dia, apliquei-o numa peça de madeira, e estava a experimentá-lo para ver era realmente seguro.

Como é que fiz?

Simples, fiz aquilo que qualquer bebé faria: coloquei a peça de madeira na boca e trinquei-a.

Não só isso, mas lambi-a e manipulei-a até ter percebido que, realmente, era seguro 🙂

Claro que entretanto a minha mulher apareceu e perguntou com uma cara de surpresa o que eu estava a fazer…

Sabes aqueles momentos constrangedores, que têm uma explicação simples, mas não consegues logo explicar?!

 

Um mito que gostaria de esclarecer é em relação ao cheiro.

Diz-se que o acabamento é nocivo quando tem cheiro. Mas é preciso não confundir o cheiro com a toxicidade. O acabamento pode ter algum cheiro resultante dos produtos naturais utilizados. No entanto, desaparece com a utilização e com o passar do tempo.

Se tiver as certificações recomendadas, é livre de químicos tóxicos.

Resumindo, as principais diferenças são:

Verniz

Óleo Natural

  • Cria uma película protectora
  • Não existe muita sensibilidade ao toque
  • Mais recomendado num ambiente com grandes variações de humidade ou sujeito a líquidos de vários tipos de álcool
  • Pode ser utilizada como camada protectora de um produto pintado
  • Impregna a madeira
  • É possível sentir a textura da madeira
  • Realça a cor natural
  • Recomendado a utilizar em objectos que os bebés levem à boca
  • Pode ser utilizado em estruturas de interior (e alguns até de exterior)

 

 

Em relação à segurança para a saúde e meio ambiente do próprio verniz e óleo natural, o recomendado é que ambos tenham os COV´s (Compostos Orgânicos Voláteis) nulos (ou muito perto disso), e com a certificação da norma europeia de segurança para brinquedos de criança (EN 71, parte 3).

 

Artigo relacionado: Segurança nos Brinquedos – EN 71 e COVs

 

Lembra-te desta certificação e que é muito importante que esteja presente nos produtos de madeira que são vendidos, e que tenham os acabamentos indicados.

Os vernizes e óleos com estas certificações foram sujeitos a testes rigorosos num laboratório europeu, que estão relacionados (entre outras coisas) com a quantidade de materiais nocivos (chumbo, arsénio, etc.). Tudo coisas que não queremos perto dos nossos filhos nem na nossa casa.

Muitos vendedores apregoam que foi utilizado um verniz à base de água, e que isso é o suficiente.

Mas não é.

O que isso quer dizer é que o solvente (substância que dissolve outra substância) utilizado é a água, mas não quer dizer que tenha as certificações que mencionei e que é amigo do ambiente… fica atento quando leres estas informações!

Por isso, na tua próxima compra de um produto feito em madeira, pergunta.

Faz todas as perguntas que fizerem sentido para ti, para que saibas o máximo de informação possível acerca do produto que estás interessado(a) em comprar.

Nem todas as pessoas sabem responder às questões, e podem até ficar admiradas por existirem tantas interrogações na compra de um simples produto.

Mas penso que é normal quereres saber como foi feito, e qual o tipo de acabamento utilizado, não?

Afinal de contas, o teu filho agradece, e o meio ambiente também.

Exemplo disso são os produtos que podemos encontrar à venda na internet, e que provêm do mercado oriental. Não tenho nada contra este tipo de mercado, mas concerteza que já reparaste que os produtos são mais baratos, e que têm bom aspecto.

O que isso significa é que a mão-de-obra é mais barata, e a madeira e os acabamentos não são os ideais e não se adequam aos teus requisitos.

Faz sentido comprares um produto de qualidade inferior, poupando algum dinheiro, mas a saber que estás a prejudicar o meio ambiente e a colocar em risco a saúde do teu filho?

Agora, vou contar-te um segredo…

O segredo de um bom acabamento está directamente relacionado com a qualidade do produto final (antes de ser aplicado o acabamento), e com o tempo despendido no próprio acabamento.

Que quer isto dizer?

Quer dizer que o produto, antes de ser acabado, tem que ter todas as faces de todas as peças suaves ao toque. Se esta fase for cuidadosamente feita, é um bom indicador para que não existam surpresas desagradáveis na aplicação do próprio acabamento (o que poderia atrasar ainda mais este processo).

E também para que a sua aplicação resulte num produto com uma elevada qualidade.

A aplicação do acabamento em si, tem que exigir alguma destreza e perícia extra, pois requer também a utilização de ferramentas próprias.

Além disso, é sempre necessário aplicar, pelo menos, duas camadas, para que a sua aplicação fique bem feita.

Por vezes pode até ser necessário lixar as peças todas entre as aplicações de cada camada. A juntar a isto, há que esperar que a primeira camada seque totalmente, para que seja possível dar uma nova camada.

Vendo bem, o tempo despendido nestas fases, pode muito bem ser o mesmo tempo que foi utilizado para produzir o próprio produto! (dependendo do tipo de produto que se esteja a fazer, claro).

É necessário ser exigente e rigoroso com a qualidade final do mesmo.

Não só por uma questão de ética e bom senso, mas porque são bebés e crianças que vão mexer nestes materiais. Todo o cuidado é pouco.

 

Espero que esta informação tenha sido útil para ti, e que tenha ficado clara a diferença entre verniz e óleo, e qual o melhor para o teu bebé morder sem problemas.

Já alguma vez tinhas pensado nisto? Já te tinhas apercebido deste perigo escondido?

Deixa o teu comentário.

Por favor, partilha esta mensagem para que chegue ao maior número de pessoas possíveis. Muitas pessoas não têm conhecimento desta informação, porque a indústria assim não o quer.

Afinal de contas, não sabemos o que não sabemos, certo?…

 

Obrigado pela tua presença.

 

 

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» Tipos de Madeira
» O perigo escondido das tintas
» Tipos de Brinquedos
» Vantagens dos brinquedos de madeira
» A melhor madeira para os bebés

Tipos de Brinquedos

Já reparaste nos mais diversos tipos de brinquedos que existem?

Será que no fundo são todos iguais e têm o mesmo propósito?

Neste artigo vou desvendar o que são brinquedos educativos, brinquedos pedagógicos e materiais pedagógicos.

Não é necessário decorares estes conceitos ou definições, mas sim perceberes que existem diferenças entre os vários tipos de brinquedos, e que cada um tem a sua funcionalidade e finalidade.

Mas afinal, um brinquedo não é apenas um brinquedo?!

Podemos pensar que, em termos genéricos, um brinquedo é apenas um brinquedo, sim.

No entanto, para sermos mais específicos, podemos dividir esta grande área nos seguintes tipos de brinquedos:

  • Brinquedo Educativo
  • Brinquedo Pedagógico
  • Material Pedagógico

 

Brinquedo Educativo

Este tipo de brinquedo caracteriza-se por proporcionar uma brincadeira “livre”

Ou seja, as poucas regras que existem são muito claras e o bebé/criança pode usar o brinquedo sem a intervenção de um adulto para o corrigir. A presença do adulto é apenas necessária para garantir que o bebé/criança não se magoa com o brinquedo.

Permite desenvolver, principalmente:

  • A coordenação motora
  • A percepção de sons e cores
  • O foco
  • A imaginação

Exemplos deste tipo de brinquedos são:

  • Jogos de encaixe
  • Instrumentos musicais
Tipos de brinquedos
Painel Sensorial, ou Busy Board

 

Artigo relacionado: A minha Busy Board

 

Brinquedo Pedagógico

A presença de um adulto é necessária para explicar quais as regras deste tipo de brinquedo, pois a criança necessita de conhecê-las para brincar. As regras a cumprir são mais específicas que na utilização dos brinquedos educativos.

Permite, sobretudo, desenvolver:

  • O raciocínio
  • A memória

São exemplos deste tipo de brinquedos:

  • Jogos de tabuleiro
  • Jogos com letras e números

 

Material Pedagógico

Distingue-se do brinquedo educativo e do brinquedo pedagógico por ter sido estudado em pormenor para que a criança o possa manipular de forma a educar os seus sentidos específicos, tais como o da percepção:

  • do peso
  • da textura
  • da cor
  • da dimensão
  • do cheiro
  • do som

 

e é aplicado à pedagogia específica de ensino.  Desta forma, exige a presença de um adulto para supervisionar e esclarecer como se usa o material, já que existem regras muito claras e específicas de como se usa, e de como se deve mostrá-lo à criança.

Os exemplos mais conhecidos, da pedagogia de ensino Montessori, são:

  • A Torre Rosa
  • A Escada Castanha

 

O principal conceito a reter é que, se somos adeptos de uma ou mais pedagogias de ensino, é importante percebermos que materiais pedagógicos fazem parte dessa pedagogia, e que existem distinções.

A maior parte dos tipos de brinquedos que conhecemos, os mais genéricos e se calhar os que são mais fáceis de encontrar, são os brinquedos educativos e os pedagógicos.

E, por vezes, o melhor brinquedo é sair da rotina de casa, apanhar ar fresco, e brincar sem regras, livremente.

E se o teu filho se sujar? Significa que brincou muito!

 

Também existem pais que, ao identificarem-se com uma metodologia de ensino, apenas procuram mostrar aos seus filhos materiais daquela metodologia específica.

E está tudo bem, se assim for.

Mas mais importante que isso, é observares o teu filho e perceberes o que ele mais necessita.

Perceber em que fase de desenvolvimento está neste momento, e qual o brinquedo/material que lhe fará mais sentido manipular nessa fase que atravessa.

 

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Cá em casa, identificamo-nos mais com a metodologia de ensino Montessori.

Contudo, não somos extremistas, e procuramos mostrar várias opções para o nosso filho, sejam eles brinquedos educativos, pedagógicos ou materiais pedagógicos.

Gostaria apenas de ressalvar que esta é a minha opinião pessoal, que também foi fundada através de pesquisas efectuadas.

O limiar entre cada conceito poderá ser muito ténue, e por vezes até se poderão misturar um pouco, originando alguma controvérsia saudável.

 

Infelizmente, também eu, na maior parte das vezes, tenho dificuldade em tentar fazer-me entender quanto falo com alguém que não está muito por dentro deste assunto.

Não é fácil explicar as diferenças entre brinquedo e material pedagógico, porque são conceitos que estão um pouco misturados, e o mais comum é utilizar a palavra “brinquedo” para qualquer coisa.

Agora que já sabes… olha para bem os brinquedos que tens em casa. Que tipo de brinquedos/materiais tens?

Já tinhas pensado nestes conceitos?

Gostaria de saber a tua opinião.

 

Obrigado pela tua presença.

 

 

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