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Móbiles Montessori

Deparámo-nos com o conceito dos móbiles ainda antes do L nascer, quando já tínhamos ambos colocado mãos à obra e começado a pesquisar sobre a melhor forma de o receber.

Claro que fazíamos questão que a casa estivesse o melhor preparada possível, e foi nessa altura que os universos de Montessori e Waldorf começaram a entrar cada vez mais na nossa vida.

Se anteriormente já faziam sentido, agora faziam muito mais.

Então, como preparar o ambiente o melhor possível?

Apesar de ele só ir começar a andar passados muitos meses, quisemos deixar a casa já minimamente preparada nesse sentido.

 

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Começámos por tapar as tomadas eléctricas nas paredes, começar a colocar as coisas à altura dele, um berço que nos permitisse acoplar à nossa cama sem uma das grades laterais.

Estes são alguns dos exemplos.

Mas ao pesquisar melhor o mundo Montessori, deparámo-nos com os móbiles!

Confesso que não sabia o que era um móbile, nem que era este o nome que se dava a este tipo de material.

E à medida que fomos pesquisando, mais sentido fazia a estrutura dos mesmos, e as aplicações que lhe eram dadas.

Pelo que entendi na altura, Montessori tem vários tipos de mobiles, que vão sendo aplicados consoante a evolução do bebé.

Não sou nenhum perito nesta matéria, e irei apenas falar do que pesquisei em relação a este assunto, e também da minha experiência enquanto pai presente.

Primeiro que tudo, é preciso ter consciência que os móbiles não devem ser apresentados quando o bebé está stressado de alguma forma, ou quando existe alguma necessidade básica por atender: cólicas, fome, fralda suja, etc.

Não devem ser colocados também no sítio onde o bebé dorme, não é essa a intenção. Convém ter a zona onde dorme separada da zona da brincadeira.

Por isso, não devem ser usados como forma de acalmar o bebé. Ele já tem que estar calmo e receptivo.

Devem ser sim, apresentados ao bebé quando ele está relaxado e predisposto para absorver o ambiente que o rodeia, em que tudo é novidade.

O objectivo é estimular, num ambiente controlado, o foco, a capacidade de seguir objectos, e a percepção das cores.

O primeiro deste móbiles é o Munari.

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Móbile Munari

O Munari é um móbile composto por 3 níveis de altura, com figuras geométricas a preto e branco e uma bola transparente, equilibradas entre si.

Deverá ser apresentado entre as 3-6 semanas de vida.

Antes mesmo do bebé conseguir ver as cores, só consegue ver a preto e branco e distinguir formas e sombras. Daí este móbile não ter cores, porque realmente não são necessárias. Desta forma, permite que o bebé consiga distinguir melhor o contraste entre os tons preto e branco. É também um móbile muito elegante e estimulante o suficiente, sem ser em demasia.

A bola transparente, ajuda a reflectir e a espalhar os raios de luz, criando um bonito efeito, ao mesmo tempo que não deixa de ser surpreendente para o bebé ver uma bola grande a flutuar no ar.

Das várias pesquisas que fiz, reparei que existe uma forma correcta de posicionar as várias imagens. Cada uma deve estar colocada numa certa posição, num determinado nível.

Confesso que não foi muito fácil equilibrar todo este sistema (é um verdadeiro exercício de paciência e equilibrismo), mas uma vez feito… é muito relaxante vê-lo a funcionar. A forma elegante como as diversas imagens interagem entre si, parece que estão entrelaçadas numa dança hipnotizante.

Sinceramente não me recordo quando tempo deixámos este móbile pendurado, mas foi dos móbiles que durou mais tempo…

Quando reparámos que o L não já não dava muito atenção a este móbile, trocámos para o seguinte.

O Octaedro (assim se chama o móbile que deverá ser colocado depois do Munari), é composto por três octaedros (daí o seu nome).

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Móbile Octaedro

Nesta fase, o bébé já consegue distinguir algumas cores, e por isso as três formas geométricas representam as três cores primárias (azul, amarelo e vermelho). São colocadas a alturas diferentes para que o bébé tenha a percepção da distância e possa treinar o foco visual.

Deve ser apresentado entre as 5-8 semanas de vida.

Das pesquisas que fiz, reparei que não existe uma posição específica para cada forma geométrica, por isso optei por colocar o que tem a cor amarela mais em baixo. Não sei se existe algum estudo científico em relação a este pormenor, porque reparei que não existe muita coerência em relação a este aspecto.

Queria que os octaedros tivessem cores suaves, mas ao mesmo tempo apelativas. Por isso andei de loja em loja à procura da cartolina que tivesse a cor certa. E também não podia ser uma cartolina muito grossa que não desse para dobrar, nem uma cartolina muito fina que fosse impossível de trabalhar. Foi uma lotaria, mas lá consegui encontrar o que queria…

O que dá mais trabalho, neste móbile, é recortar os octaedros e colar muito bem, sem estragar nada. Não é muito fácil, já que nas dobras as cores podem ficar um pouco “rasgadas” e sumidas, mas nada que não se faça, com paciência e algum jeito.

Li algures que, os octaedros foram feitos para ter como base a percepção das proporções geométricas, as suas relações e padrões. Foram assim denominados pelo antigo filósofo grego, Plato.

Do que me recordo, o L não se entreteve muito com este móbile, e o efeito surpresa desvaneceu-se cedo.

O nosso bebé queria mais, e então lá fomos colocar o móbile seguinte: o Gobbi.

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Móbile Gobbi

O Gobbi é um móbile composto por 5 bolas, com 5 tons variantes de uma só cor.

Pode ser apresentado entre as 6-8 semanas.

Tem como objectivo ajudar a aperfeiçoar a visão do bébé, ao ter uma ligeira variação de tom de cor de uma bola para a outra.  O bébé percorre estas ligeiras variações de tons para a frente e para trás, ao mesmo tempo que os seus olhos ajustam o foco da bola que está mais perto para a bola que está mais afastada da sua visão.

Pode ser feito praticamente com qualquer cor base. Nós optámos pelo azul, com cores suaves.

Aqui houve uma grande ajuda da minha mulher, porque foi ela que fez praticamente tudo: comprou as bolas, as linhas com as cores, e enrolou a linha à volta das bolas.

Eu limitei-me apenas a pendurar as bolas, de acordo com um ângulo específico, para que fiquem em escada.

Claro que este móbile é muito apetecível, porque nesta fase o bebé já começa a querer agarrar objectos e é uma verdadeira tentação bater nas bolas e vê-las a dançar no ar.

E como não há três sem quatro, quando o L começou a mostrar desinteresse pelo Gobbi, mostrámos-lhe os Dançarinos.

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Móbile Dançarinos

Os Dançarinos é um móbile formado por 4 figuras que se assemelham a 4 pessoas a dançarem, em várias posições.

Pode ser apresentado sensivelmente a partir das 12 semanas.

Aquando das minhas pesquisas, verifiquei que existem várias cores que se podem utilizar e combinar para formar as figuras. Não me pareceu existir nenhuma “regra”. Por isso, resolvi utilizar duas cores que ainda não tinha utilizado muito, o vermelho e o prateado. As cores são ligeiramente brilhantes, mas não em demasia.

Os Dançarinos ajudam o bebé a ter a percepção de profundidade, bem como no foco de imagens visuais em movimento. E este móbile é muito propício em movimento, porque existem muitas figuras que facilmente “dançam” com a mais pequena brisa, devido a serem feitos com material leve.

O contraste das cores, a reflecção da luz e a suavidade dos movimentos ajudam a captar a atenção do bébé.

Em vez de serem dançarinos, também se vêm móbiles construídos com formas de baleias, andorinhas, borboletas, etc.

Nesta fase já fica um pouco ao nosso critério que tipo de figuras apresentar e ir trocando, já que existem mesmo muitas variações.

A lista é vasta.

Alguns são muito bonitos de se ter em casa, mesmo para nós, adultos. Tornam-se muito relaxantes.

Estes primeiros móbiles podem ser feitos por qualquer pessoa, com um pouco paciência e tempo.

Nós parámos no móbile dos dançarinos, porque achámos que para o L não valia a pena fazer mais. Ainda gostaria de ter feito mais, mas para ser sincero, acho que a principal razão foi porque o nosso tempo disponível para os fazer já não era muito… mas por um bom motivo, claro!

E o L também não se entreteve durante muito tempo com este móbile.

Depende de cada bebé, uns gostam mais de um certo tipo de móbiles do que outros.

A forma de colocar os móbiles é feita sempre da mesma forma: a cerca de 30 cm da cara do bebé (é a distância máxima que eles conseguem ver quando são muito novos), e por cima do seu peito (não directamente acima da sua cabeça). Desta forma, ajuda-o a focar os objectos que estão um pouco mais longe da sua visão, e sem forçar muito o pescoço ao olhar para cima.

Os móbiles devem ser trocados a cada 2-3 semanas, para o bebé não se aborrecer, e para provocar novos estímulos.

Não exista uma fórmula que funcione para todos, e o número de semanas para apresentar cada móbile é apenas uma referência. É necessário, sobretudo, conheceres o teu bebé e perceberes quando é altura de mudar de móbile.

Penso que o principal é que o teu bebé seja um bebé feliz e estimulado na medida certa, no tempo certo. Com ou sem móbiles.

Para isso, precisas ser um pai/mãe presente na vida do teu filho. Conhecê-lo.

 

Artigo relacionado: A importância de ser um pai Presente

 

Não são os móbiles que vão fazer de ti um pai/mãe Montessori. Ou que possas dizer que o teu filho é um bebé Montessori.

É muito mais importante a forma como estás presente na sua vida, no seu crescimento. E respeitar as suas opções, proporcionando-lhe desde muito cedo condições para que seja uma criança autónoma, livre e responsável.

Já tinhas ouvido falar destes móbiles?

Chegaste a fazer algum?

Qual é a tua opinião sobre os móbiles, achas que cumprem o seu propósito?

 

Obrigado pela tua presença.

 

 

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Os Homens também Choram

Surpresa! Sim, os homens também choram…

Um homem não é desprovido de sentimentos, embora assim o pareça. Desde os tempos primitivos que o principal papel do homem é garantir a sua sobrevivência e dos que lhe são próximos.

Enquanto a mulher ficava a tomar conta da casa e dos filhos, o homem ia à procura de comida, e tinha o papel de proteger a casa e a família.

Talvez por causa disso tenha assumido uma postura mais rígida, inflexível, e tenha vestido uma carapaça que não deixe transparecer as emoções. Possivelmente também para não preocupar a sua mulher e as crias.

Criámos uma carapaça para não deixarmos ninguém invadir o nosso espaço.

Para dar a entender à sociedade e a todos os que nos rodeiam que somos o verdadeiro macho alfa, aquele que não tem medo de nada e controla tudo e todos.

Mas não é bem assim… os homens também precisam de mimos, colinho e cafunés. Também temos dias menos bons em que precisamos desabafar e sentirmo-nos aconchegados. Precisamos que alguém nos diga que vai correr tudo bem, mesmo que não seja inteiramente verdade.

Precisamos exteriorizar as nossas emoções.

Os homens e não só.

É perigoso esconder as emoções, porque um dia mais tarde podemo-nos vir a ressentir disso mesmo. O nosso corpo vai acumulando as energias que não são libertadas de alguma forma, e depois começam a surgir sintomas estranhos, pequenas doenças que não sabemos de onde apareceram, tensões que o nosso corpo vai adquirindo.

E não nos damos conta disso mesmo, porque vai fazendo parte do nosso dia-a-dia, e achamos que é completamente normal. Aliás, já nem sabemos o que é estar bem.

E que exemplo nós estamos a dar aos nossos filhos, que não vêm o pai chorar?

Uma pessoa forte é aquela que reconhece e não esconde as suas fraquezas.

Quantas pessoas são consideradas líderes por quem as rodeiam, precisamente porque mostram o seu lado humano?

Para sermos adultos emocionalmente fortes, é necessário começarmos desde muito novos a reconhecer as nossas emoções.

As crianças precisam saber lidar com elas. E nós somos o melhor exemplo que elas podem ter.

Temos o dever de explicar-lhes o que estão a sentir num determinado momento. Identificar e perceber que sensações as emoções nos transmitem, e como nos fazem sentir.

choram

Não deve ser fácil, enquanto crianças, conseguirmos lidar com muitos sentimentos e emoções que nos invadem pela primeira vez, além da explosão de sons, cores e texturas que inunda os pequenos exploradores.

Mas só assim nos permitimos crescer emocionalmente.

Lembro-me de um filme em desenhos animados que vi antes do L nascer (quando tínhamos todo o tempo do mundo para ir ao cinema…), que falava precisamente das emoções, o Inside Out.

Este filme explica bem o porquê de termos a necessidade de expressar o que sentimos, além de percebermos que é necessário deixarmos fluir todas as emoções para que as possamos sentir de igual forma. Temos que saber conviver com todas elas.

Cada vez mais os homens estão a deixar de ser aquelas pessoas frias e indiferentes que a sociedade “forçou” a moldar.

Por fora podemos parecer seres insensíveis e inflexíveis, mas por dentro somos todos feitos de amor.

Os homens também choram.

Choram quando estão acompanhados.

Choram quando estão sozinhos.

Choram quando presenciam o milagre do nascimento do filho.

Choram quando morre um avô, uma avó.

Choram quando saem de casa dos pais.

Choram sem razão aparente, apenas porque lhes apetece exteriorizar sentimentos que não devem ficar guardados.

Quando foi a última vez que expressaste verdadeiramente as tuas emoções?

 

Obrigado pela tua presença.

 

 

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Trabalhos Manuais

Hoje em dia, veem-se muito poucos jovens a fazerem trabalhos manuais, artesanato.

Parece que a única razão válida que encontram para mexer os dedos é a usar as novas tecnologias (computador, consola de jogos, telemóvel, etc.) e pouco mais.

Não conhecem outra realidade, e é de lamentar.

É a realidade em que nasceram. Os pais passam o dia a olhar para um ecrã, dependentes e sempre ocupados.

 

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Por isso, desde muito cedo começam-nos a imitar.

Cá em casa, acontece algo parecido. Não vemos televisão, e embora tenhamos muito cuidado em não usar o telemóvel à frente do L, claro que invariavelmente isso acontece. Mas acontece muito mais quando fazemos ou atendemos chamadas, do que a navegar na internet.

E, claro, somos imitados. Como?

Bem, nós temos uma capa de telemóvel que não usamos, e demo-la. Ele adora e gosta de andar com aquilo para todo o lado. E volta e meia, lá anda ele com a capa encostada ao ouvido a fingir que liga para os avós…

Trabalhos Manuais
A Felicidade, do filme “Inside Out”

Cada vez mais começam a surgir novos casos de pessoas muito novas que sofrem de lesões no corpo devido a más posturas. Hérnias discais, tendinites… parecem ser coisas normais nos jovens actuais.

Parece incrível como se pode chegar a uma idade tão jovem e com o corpo a envelhecer.

Descobri recentemente que existe a profissão de jogador profissional de jogos de computador, em que passam o dia inteiro sentados, em frente a um ecrã, a jogarem. E são pagos para isso.

São profissões que, tal como os atletas profissionais, têm uma carreira muito curta, e são obrigados a retirarem-se numa idade muito nova (antes dos 40 anos):

  • Os atletas profissionais, porque o corpo (no seu todo) foi submetido a um enorme desgaste físico durante muitos anos
  • Os outros tipos de jogadores profissionais, porque as suas mãos foram submetidas a um enorme desgaste a fazer o mesmo tipo de movimentos durante longos anos.

Antigamente só quando se chegava a uma idade mais avançada, é que começavam a surgir estes problemas. Mas viam-se, principalmente, nas pessoas que trabalhavam no campo, devido às más posturas originadas pelas colheitas que tinham que fazer.

Tudo tem que ter um equilíbrio.

Tenho conhecimento de pessoas jovens que já têm problemas de tendinite nas mãos e hérnias discais, precisamente porque passam o dia inteiro sentados em frente ao computador. Já para não falar do andarem com um ombro mais elevado que o outro, resultado do longo tempo passado com o telemóvel entre o ombro e o ouvido. Uma espécie de kit mãos-livres prejudicial à saúde.

É o seu trabalho, mas o que é mais valioso?

O trabalho, ou a saúde?

Trabalhar para ganhar dinheiro, para pagar as tuas despesas de saúde que tens devido ao trabalho que fazes.

Reparaste no ciclo vicioso em que muitas pessoas estão, sem se darem conta?

Recentemente, li um artigo publicado na internet, que refere que em Inglaterra, os estudantes de cirurgia estão a ter problemas de destreza manual para coser os seus pacientes.

 

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Como é isto possível?!

Um cirurgião com problemas de destreza? Por favor, digam-me quem são para não os deixarem sequer tocar-me, se chegar a essa altura!

É tão ou mais importante ter elevados níveis académicos, como a necessidade de desenvolver a habilidade e perícia nas mãos.

Outro artigo com que me deparei, refere que foi feito um estudo, em que mais de 60% das crianças preferem usar os computadores do que estar na rua.

 

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Percebo isso tudo, porque são fases da vida.

Eu próprio passei por essa fase dos jogos de computador, quando começaram a aparecer há mais de 20 anos atrás. Estar dias inteiros frente a um computador, tudo era novidade na altura.

Passei por isso tudo.

Mas não foi por causa disso que fiquei viciado. A vida obrigou-me a seguir o meu caminho e a procurar soluções para os problemas que me iam aparecendo.

Como em tudo, tem que haver bom senso.

Começa em casa, por exemplo, com os pais a incentivarem os filhos a fazerem mais trabalhos manuais.

A fazer pequenas reparações, por exemplo. Ou a frequentar workshops de marcenaria, ou outro tipo de artesanato.

 

Um floral em talha, feito por mim

A confiança e a auto-estima eleva-se quando vemos algo feito pelas nossas próprias mãos. Ficamos contentes quando criamos.

 

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Tal como é importante desenvolver a nossa mente ao estudarmos o que nos interessa, também é importante estarmos envolvidos noutras áreas, tais como a música, artes dramáticas, pintura, etc.

Desenvolvermo-nos como um todo, de modo a que tenhamos uma vida rica em experiências nas mais variadas formas.

Sermos um ser completo.

Antigamente, na escola existia uma disciplina que se chamava “Trabalhos Manuais”. Lembro-me perfeitamente, porque aprendi várias artes manuais, entre as quais fazer um livro (desde colocar a capa até coser as folhas com agulha e linha) e um pequeno assador de chouriços em barro.

Será que ainda existe?

São memórias que perduram porque aprendemos muito mais a fazer do que a ler ou a ouvir.

Criar memórias, recordações. É o melhor que podemos ter.

E isso só acontece se envolvermos os nossos filhos em actividades manuais.

 

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Muitos dirão que não gostam, ou que é coisa que já não se faz. Mas secalhar nunca experimentaram, e não sabem se gostam. Afinal, não sabemos o que não sabemos.

Tive a sorte de ter um avô serralheiro que tinha uma pequena garagem com várias ferramentas manuais, e onde ele fazia de tudo um pouco. Até fez uma mesa de ping-pong em tamanho real, para eu e o meu irmão jogarmos! Confesso que gostaria de ter aprendido mais coisas com ele, mas o bichinho ficou cá.

Gosto de arranjar coisas, de inventar. De encontrar soluções.

O ser humano não foi feito para fazer actividades repetitivas durante muito tempo. A monotonia instala-se e a criatividade começa-se a desvanecer.

Para isso existem os robots.

O ser humano é um criador por natureza, um inventor.

Qual foi a tua última criação?

 

Obrigado pela tua presença.

 

 

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Os terríveis dois anos! E agora??

Pode-se dizer que o L está na faixa etária da “tal” crise dos dois anos.

Mas, muito sinceramente, não sei se se enquadra nisso.

Aliás, o que é isso da crise dos dois anos? Provavelmente foi um termo inventado por alguém que viu uma mudança acentuada de comportamento nos bebés que passam por esta idade.

Ou um termo inventado pela sociedade, para rotular o comportamento menos próprio.

Sinceramente não sei.

Hoje em dia tudo tem que ter um rótulo, um nome.

Só assim ficamos mais descansados porque sabemos do que se trata, e sabemos como lidar com isso.

Se existe um problema e tem nome, então tem que haver solução.

Cada vez mais se ouve falar muito de parentalidade positiva, parentalidade consciente, slow-parenting, etc.

Confesso que, para mim, a terminologia não é um factor indicativo.

Muito menos decisivo.

O que realmente importa mesmo é educar o meu filho com base em princípios que vão fazer dele uma pessoa com bons valores éticos, morais e sociais.

No fundo, que seja uma pessoa segura, confiante, altruísta, bondosa, sonhadora e independente.

Se este tipo de educação tem um nome?

Não sei, só queremos que seja Humano.

São princípios que gostamos de instruir desde muito cedo, e, à medida que ele vai-se desenvolvendo, começam-se a notar na forma como ele fala e interage com as outras pessoas, e com o meio envolvente.

Vou contar-te uma pequena história…

Certa vez, estávamos à mesa de um restaurante, e o empregado veio trazer-nos uma garrafa de água. Eu e a minha mulher nem nos apercebemos da situação, quando de repente, só ouvimos o empregado a dizer “de nada”.

Pára tudo! O que acabou de acontecer??

O nosso filho tinha agradecido ao empregado, e o empregado retribuiu-lhe a delicadeza do gesto!

Uma conversa de adultos (embora entre um bebé e um adulto), e o nosso filho tinha interagido com o empregado sem ninguém lhe dizer nada. Soube perceber o gesto que o empregado fez ao trazer-nos uma água, e sentiu que deveria agradecer por esse mesmo gesto.

São momentos como este que nos deliciam, e que nos fazem sentir que estamos no caminho certo.

Desde muito novo que também falamos com ele da mesma forma como falamos para um adulto. Não usamos termos “abébézados”. Os pópós, os piu-pius não existem nas nossas conversas. Não faz sentido usarmos termos que não são os verdadeiros, para que ele fixe esses termos e depois tenhamos que ensinar novamente os termos correctos.

Aprender, para desaprender e voltar a aprender… não, obrigado.

É uma escolha nossa.

O facto também de desde muito novo termos comunicado por gestos, através de BabySigns, permitiu que ele não se sentisse frustrado e fosse sempre um bebé feliz por ter uns pais que compreenderam as suas necessidades.

 

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Estamos também certos que esta forma de comunicar veio trazer-lhe mais segurança e confiança na forma de transmitir as suas emoções e os seus pensamentos, que hoje se revelam de uma forma mais consciente com o seu crescimento.

Sempre explicámos tudo da melhor forma possível para que ele possa compreender, e sempre na base do diálogo.

É muito importante o bebé perceber que é correspondido, e que é uma voz activa na sociedade.

Entendia sempre o que queríamos dizer, e ainda hoje isso acontece.

Mas estamos a falar de um bebé, que ainda está em pleno processo de desenvolvimento. E, tal como todos os bebés, tem os seus momentos menos bons.

Tentamos sempre dialogar, para que ele possa exprimir o que sente, e perceber quais as acções que o levaram a esse estado.

E deixamo-lo sentir as emoções, sem as reprimir.

Até nós, adultos, temos momentos menos bons, quanto mais eles, que estão em pleno processo de desenvolvimento.

Existem muitos artigos com truques e dicas para lidar com um bebé nesta fase. Como se existe um botão mágico para desligá-los quando estiverem a fazer birras… importa sim, seguires o teu instinto e perceber o porquê da “birra”.

Qual a acção que levou aquele bebé a estar naquele estado? Que emoções estará a sentir?

Como seres humanos que somos, também perdemos a paciência.

Apetece-nos “saltar a tampa”, mas suspiramos fundo e tentamos colocar os nossos pensamentos em ordem, para não nos desviarmos da educação que pretendemos dar.

dois anos

 

Não somos apologistas de palmadas psicológicas, mas sim de consequências.

Não de consequências fúteis e sem sentido, mas daquelas bem fundamentadas e adequadas à situação.

Fazem sempre parte do nosso dia-a-dia, e quando existe alguma acção menos própria, existe uma consequência, para que ele possa perc

eber.

Se estamos à mesa a comer, e atira o individual para o chão, o individual fica sujo e depois já não pode comer naquele individual, por mais que goste e queira comer como os pais.

Se molha o chão da casa de banho enquanto está a tomar banho, depois terá que limpar.

Tudo o que ele manda para o chão, terá que apanhar.

Claro que também ajudamos, porque os bebés seguem o nosso exemplo. Aprendem muito mais pela acção do que pelas palavras, e por isso aqui em casa temos algum cuidado na forma como pegamos nos objectos, como interagimos uns com os outros, etc.

Não esperes ficar sentado no sofá e ordenar ao teu filho que faça as coisas sozinho, sem dares o exemplo…

Sâo este tipo de consequências que o ajudam a perceber a relação causa-efeito.

O estado emocional dos adultos cuidadores também é muito importante.

O bebé “sente” quando alguma coisa não está bem, por isso o ambiente em casa tem que ser calmo e sereno.

Tens que estar bem contigo próprio, só assim podes ajudar quem precisa.

Cada família tem a sua forma de educar, e não existe nenhuma fórmula mágica que funcione para todos.

Observa o teu filho, e percebe como podes interagir com ele da melhor forma possível, sem o expores ao ridículo, e dando o melhor exemplo possível.

Terrible two? Para quem?

Sinceramente não vejo crise dos dois anos. Vejo sim, um ser a crescer e a desenvolver-se, e que precisa de ser compreendido. E com isso vem a aquisição de novos conhecimentos, novas emoções.

A descoberta de uma identidade.

O que pensas desta fase dos dois anos?

Gostaria de saber a tua opinião.

 

Obrigado pela tua presença.

 

 

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Feliz Natal!

Muito já se escreveu sobre o Natal, e como é vivido nas pedagogias de ensino mais conhecidas.

Não me vou alongar muito nesta semana, mas das recordações que tenho do Natal, as que me veem mais à memória não são as prendas que recebi.

A família reunida…

A montagem da árvore de Natal…

A colocação dos enfeites…

O presépio…

O ir apanhar musgo para colocar no presépio…

O cheiro da comida…

O calor humano…

A família reunida…

Isso sim, são as recordações que mais prezo e valorizo.

São precisamente essas que tento passar ao meu filho, bem como os valores inerentes a esta época.

No entanto, e sempre que possível, mostro-lhe que as boas acções são para serem praticadas durante o ano todo, não são só nesta altura. Ajudar o próximo sempre que possível, em qualquer altura do ano, é imperativo.

Infelizmente, esta época é rica no consumo desmesurado e incontrolável, onde olhamos para o nosso umbigo e facilmente nos esquecemos de que não estamos sozinhos.

Precisamos todos uns dos outros.

O Natal não se trata de consumir sem olhar a meios, mas sim de dar.

Só desta forma podemos receber.

Desejo-te um Feliz Natal, com tudo a que tens direito.

Que recordações tens do teu natal, na tua infância?

 

Obrigado pela tua presença.

 

A Escola Ideal

Passada a licença de maternidade de 6 meses, uma das grandes dificuldades que tivemos quando o L teve que ir para o berçário, foi precisamente encontrar a escola ideal.

 

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Seis meses passam num instante…para quando a extensão para, no mínimo, 1 ano, senhores políticos?

Contactámos várias entidades e fizemos algumas visitas.

Finalmente decidimo-nos, de acordo com o que sentimos que era o melhor para ele, e dentro das nossas possibilidades.

No próximo ano lectivo, vai ter que mudar de escolinha, e lá vamos nós novamente percorrer a lista das instituições que pensamos que melhor se adequam aos interesses e às necessidades do L.

Agora que está mais crescido, os requisitos da nossa escola ideal mudaram um pouco.

Mas preferencialmente tem que ser “humana”, e ter um espaço exterior para brincar livremente.

Quando refiro “humana”, significa que terá que respeitar a individualidade de cada ser, bem como as suas necessidades e o seu ritmo.

E, sobretudo, sem quadro de honra, escolarização precoce, etc. etc. etc. (a lista seria interminável…).

E no espaço exterior, tem que existir uma área sem brinquedos nem brincadeiras pré-definidas, para dar largas à imaginação.

Como se fosse uma folha de papel em branco, pronta para ser pintada como bem entendermos.

No fundo, seria um espaço em aberto, para que as brincadeiras sejam sempre diferentes, e onde se possa sujar à vontade.

Aqui, o adulto teria um papel apenas de supervisionar e garantir que as crianças não se magoem com as brincadeiras.

Mas sem imposições.

E, se possível, uma zona onde possa ter contacto com a natureza no seu estado natural.

Aqui, o nascimento das Forest School no nosso país começa a ter um papel preponderante.

A melhor escola, por vezes, é a própria natureza, cheia de ensinamentos sábios que só as crianças entendem, no seu ritmo, e na sua capacidade inata de estarem “presentes”.

A imagem que escolhi como capa para este artigo, reflecte isso mesmo.

Na nossa varanda temos uma mini-horta biológica de morangos e tomates, o que o ajuda a perceber de onde vem a comida.

Desta forma, poderá desenvolver muitas características humanitárias e sociais, ao contactar directamente com a natureza e a aprender a respeitar e a tomar conta do meio ambiente, dando-lhe também carinho e amor.

Aprenderá também a lei do retorno, em que recebemos a dobrar aquilo que damos de graça, sem segundas intenções.

Claro que o factor preço tem um papel preponderante na escolha final (infelizmente).

Mas isso não significa que a escolinha com o preço mais caro seja a melhor, muito pelo contrário.

Apesar de hoje em dia a internet dar-nos a possibilidade de saber muitas informações sobre as instituições, nada se sobrepõe à visita presencial.

É desta forma que vamos “sentir” o espaço, e principalmente as pessoas.

O falar com a futura educadora (ou educador) do nosso filho é um factor primordial.

Saber e conhecer um pouco quem é a pessoa com quem o nosso filho vai passar grande parte do seu dia é muito importante.

Afinal de contas, hoje em dia as crianças passam grande parte do dia fora de casa.

É muito importante que se sintam acolhidas num ambiente familiar, com pessoas de confiança.

Apesar de eu fazer materiais pedagógicos Montessori, e identificar-me mais com esta pedagogia de ensino, não quer dizer que não simpatize também com as outras mais conhecidas: Waldorf, Reggio Emilia, High Scope, MEM, entre outras.

Não quer dizer que Montessori está certa e as outras estão erradas.

E que, por causa disso, não exista espaço para serem aceites e introduzidas na nossa vida familiar, e no nosso quotidiano.

Apenas procuro um equilíbrio entre o que eu acho que seja o mais correcto, dentro da minha ideologia do que deveria ser a pedagogia de ensino perfeita, e absorvo um pouco de todas.

Por vezes dá vontade de juntar um pouco de todas as pedagogias de ensino e fazer uma super-pedagogia, com o melhor (ou assim pensamos) de cada uma.

Cada família tem as suas ideias definidas do que será o melhor para o seu filho,

E o que é bom para uns pode não ser para outros.

Mas mais que tudo isto, a escola é feita por pessoas, e são essas pessoas que vão cuidar do meu filho durante a maior parte do dia.

São essas pessoas que também vão incutir-lhe valores e mostrar como funciona e como se interage com o mundo.

A escola ideal é aquela que ainda não existe no presente, mas que está na mente de cada um de nós.

Cabe a nós fazermos o melhor que pudermos para a escola do nosso filho ser a melhor possível, e para que ele sinta bem.

Não começa apenas quando o vamos deixar à escola, e não termina quando o vamos buscar.

Dura o tempo que nós quisermos.

O que é a escola ideal para ti?

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