Fraldas, Babywearing, e outras coisas mais
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Mesmo antes do nosso filho nascer, decidimos que não seríamos uns pais “normais”. Com isto, quero dizer que procuraríamos saber o maior número de informações possíveis para dar-lhe o melhor conforto, quando ele chegasse. Mesmo que isso implicasse tomar atitudes que saíssem um pouco fora do comum, incluíndo usar fraldas reutilizáveis.
Iríamos dar o melhor para o nosso filho.
Uma das primeiras medidas foi que ele dormiria no nosso quarto, num berço, durante muito tempo.
E que teria que haver uma lateral do berço sem protecção, porque não gostamos dos berços com grade a toda a volta.
Por várias razões:
- Parece que o bebé está numa jaula
- Retira-lhe liberdade e autonomia
- Como ele mama, torna-se muito complicado dar de mamar nestas condições, porque cada vez que ele acordasse seria necessário a mãe levantar-se da cama, levantá-lo e retirá-lo do berço. A logística seria muito complicada
Começámos com um berço cuja lateral retirava-se e assim acoplava-se à cama. Era o ideal, já que quando ele acorda de noite com fome, ninguém se precisa levantar. Está à distância de um braço (por vezes nem tanto) e torna-se assim muito mais fácil acalmá-lo. Assunto resolvido!
O problema foi quando ele começou a crescer, a ganhar peso, e o berço deixou de servir, por razões de segurança.
Procurámos por um berço maior com as mesmas características, mas simplesmente não encontrámos, ou eram muito caros.
Resolvemos então improvisar.
Deram-nos um berço normalíssimo, daqueles em madeira, com grades a toda a volta. Mas como uma das laterais sobe e desce, improvisámos e retirámo-la, ficando assim um berço apenas com uma lateral. Acoplámo-lo ao estrado da nossa cama com umas fitas do berço antigo, para que não deslize, e voilá! Ficámos com um berço em boas condições e que irá servir durante muito tempo.
Ajuda-nos em todos os sentidos e evita choros desnecessários, porque:
- Ele sente-se mais seguro porque está mesmo ao pé dos pais
- É mais fácil ajudá-lo
- Se está com fome, não é necessário a mãe levantar-se
- Ajuda-o a ter mais autonomia, porque pode sair do berço para a nossa cama, e daí para o chão (desde muito cedo que lhe mostrámos como sair da nossa cama e de zonas altas sem se magoar)
- Pode dormir agarrado à mão do papá
Cada família tem a sua rotina e sabe o que é melhor para si e para o seu bebé, e para nós sempre sentimos que fazia sentido o nosso bebé ficar connosco no quarto, mesmo após os 24 meses. Muitas famílias decidem mudá-lo para o seu quarto após algum tempo, para terem alguma qualidade de sono, mas pensemos bem… quando o bebé acordar a chorar de noite, quanto tempo vão demorar a decidir quem se vai levantar para ir ver o que se passa? Se é fome e se ele ainda mama, a coitada da mãe é sempre a mais prejudicada e tem que levantar-se uma ou mais vezes. Já para não falar que, desta forma, tem sempre que ficar alguém no quarto dele a adormecê-lo.
Também já ouvi dizer que, quanto mais tarde o bebé ficar no quarto dos pais, mais dependência ganha e é pior para eles, porque depois vai custar mais quando fizerem a transição.
Muito sinceramente, é algo que não nos preocupa, porque sentimo-nos bem assim e somos felizes. Quando essa altura chegar, logo se verá como esta questão será abordada.
A forma como o nosso filhote iria ser transportado nos passeios a pé também iria ser diferente do “normal”.
Experimentámos o babywearing e não queremos outra coisa.
Nós e ele.
Se o bebé passou 9 meses na barriga da mãe, embalado pelo seu andar e a ouvir o seu coração, por que razão haveria de ser diferente depois de nascer?
Já para não falar que a conexão é muito maior, porque sente o nosso coração e fica mais calmo.
E as dormidas? Que belas sonecas que ele fez ao nosso colo, fica embalado num instante!
Se fores pai de um bebé, tens que experimentar, porque não vais querer outra coisa.
Acredita.
Partilhares a experiência de carregar o teu bebé depois de ele nascer, e adormecê-lo desta forma é algo inexplicável.
Não são só as mães que têm que suportar o seu peso na gravidez. Nós, homens, também devemos assumir o nosso papel e continuar a carregá-los também.
Quando vamos às compras (ao supermercado, principalmente), reparamos que as pessoas que levam os bebés nos seus carrinhos, têm dois carrinhos para gerir: o das compras e o do bebé.
Nós conseguimos ser muito mais eficientes e rápidos, porque não estamos condicionados: só temos o carrinho das compras para conduzir.
Tentámos uma vez passear com ele no carrinho, mas foi a chorar o caminho todo e desistimos.
Começámos com um pano (também tínhamos um sling, mas demos pouco uso), e depois transitámos para uma mochila, quando começou a ficar crescido.
Haviam de ver a cara de espanto das pessoas na rua, parecíamos uns extra-terrestres, a passear o nosso bebé desta forma! Ainda por cima um homem a fazer isso, onde é que já se viu…?
E desta forma também sentimos que ele vai mais protegido, e consegue ver as vistas na mesma.
Foi, sem dúvida, uma boa aposta.
A questão das fraldas também foi uma das nossas grandes preocupações.
Queríamos evitar ao máximo a utilização das fraldas descartáveis, por várias razões:
- Porque é um negócio (antigamente não existiam)
- Porque têm químicos que não fazem bem à pele do bebé
- Porque prejudica o meio-ambiente
- Porque gasta-se muito dinheiro
Resolvemos então apostar nas fraldas reutilizáveis.
Confesso que no início, não foi fácil a adaptação.
Envolveu alguma pesquisa e muitas tentativas.
Existem alguns tipos de fraldas, muitos tipos de absorventes, etc.
Por vezes sentimos que dávamos um passo à frente, para logo a seguir dar dois passos atrás.
Estivemos quase a desistir, mas a perseverança deu os seus frutos e conseguimos encontrar a nossa fórmula mágica.
A que resultou com o nosso bebé.
E valeu bem a pena, porque desde que usa estas fraldas reutilizáveis que não sabemos o que é uma assadura na sua pele.
O mérito é todo da minha mulher, que desde cedo informou-se o melhor possível sobre este novo mundo das fraldas reutilizáveis.
Até temos uma fralda comemorativa do aniversário do príncipe de Inglaterra!
Mais parece o lançamento das colecções de selos.
Digam lá o que disserem, eles até ficam muito mais engraçados com estas fraldas.
Existem para todos os gostos e feitios.
No fundo, vêm colmatar as desvantagens das fraldas descartáveis: são 100% naturais, amigas do meio-ambiente, não provocam assaduras na pele do bebé, e compram-se apenas uma vez.
Depois, é só lavar na máquina da roupa (claro, o cócó vai para o lixo…).
A escolha da alimentação também foi primordial, porque não queríamos que ele seguisse uma alimentação errada logo desde o início.
Quando crescer, terá muito tempo para fazer uma alimentação desequilibrada.
Assim, decidimos seguir as recomendações da Organização Mundial da Saúde (OMS) e amamentar em exclusivo até aos 6 meses, introduzindo depois a alimentação complementar, mantendo a amamentação até aos 2 anos ou mais (decidimos que será até quando ele quiser).
Quando chegou à fase da introdução aos alimentos sólidos, claro, fomos mais uma vez uns pais “anormais” e experimentámos o Baby Led Weaning (BLW).
O BLW não é mais do que a introdução à alimentação complementar (mantendo sempre o leite materno), deixando que o bebé tome a iniciativa de escolher ele próprio quais os alimentos (sempre sólidos) que quer comer. Não existe qualquer ajuda dos pais. Ele simplesmente começa a agarrá-los com as mãos e come o que escolher.
Claro que depois surgem as tais questões de que o bebé pode sufocar se a comida ficar presa na garganta, etc. Mas se houver cuidado em cortar os alimentos nas proporções correctas, tal não acontecerá. E se acontecer, o próprio bebé tem o reflexo de expelir a comida. Claro que tem que estar sempre um adulto ao pé, e temos que estar sempre prevenidos para o pior, mas connosco tal nunca aconteceu. Seja como for, aconselho muito o curso de Primeiros Socorros Pediátricos que fizemos, e ainda bem que nunca pusemos em prática os conhecimentos adquiridos…
Posso testemunhar que é uma festa de cores ver o nosso bebé comer com as mãos!
Ah! E preparem-se, porque ele vai ficar sujo de comida nos lugares mais impensáveis! Mas nada que depois não se limpe. Ainda me lembro quando começou a comer manga… a cara dele quase ficou irreconhecível! Mas adorou e quis repetir.
Só vi vantagens em começar com o BLW:
- O bebé ganha mais autonomia porque escolhe o que quer comer e em que quantidade
- Pode sentar-se connosco à mesa e começar a comer ao mesmo tempo que nós também estamos a comer. As refeições em família começam a ganhar um significado diferente
- Como a sua alimentação é mais equilibrada e a comida não tem sal, começamos também nós a fazer uma alimentação diferente. No fundo, quase se pode dizer que somos nós que o acompanhamos, ao invés do contrário
Experimenta com um alimento para ver o comportamento do teu bebé. Aos poucos também vais-te apercebendo do que ele gosta e começas a variar a tua alimentação.
Estes são alguns dos pontos que nos tornam diferentes da maior parte dos outros pais, mas que nos tornam felizes, porque o nosso bebé é feliz desta forma.
E tu, és um pai/mãe E.T.?
Obrigado pela tua presença.
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