Muito já se escreveu sobre o Natal, e como é vivido nas pedagogias de ensino mais conhecidas.
Não me vou alongar muito nesta semana, mas das recordações que tenho do Natal, as que me veem mais à memória não são as prendas que recebi.
A família reunida…
A montagem da árvore de Natal…
A colocação dos enfeites…
O presépio…
O ir apanhar musgo para colocar no presépio…
O cheiro da comida…
O calor humano…
A família reunida…
Isso sim, são as recordações que mais prezo e valorizo.
São precisamente essas que tento passar ao meu filho, bem como os valores inerentes a esta época.
No entanto, e sempre que possível, mostro-lhe que as boas acções são para serem praticadas durante o ano todo, não são só nesta altura. Ajudar o próximo sempre que possível, em qualquer altura do ano, é imperativo.
Infelizmente, esta época é rica no consumo desmesurado e incontrolável, onde olhamos para o nosso umbigo e facilmente nos esquecemos de que não estamos sozinhos.
Precisamos todos uns dos outros.
O Natal não se trata de consumir sem olhar a meios, mas sim de dar.
Só desta forma podemos receber.
Desejo-te um Feliz Natal, com tudo a que tens direito.
Que recordações tens do teu natal, na tua infância?
Esta semana dei início a um novo projecto. Confesso que não consigo estar muito tempo sem mexer na madeira, sem construir algo com as minhas mãos, de forma artesanal. Faz-me sentir útil. A forma como trabalho a madeira é primordial para alcançar os níveis de excelência a que me proponho, e para o meu bem-estar.
Não faz sentido ser de outra forma.
Serei eternamente exigente comigo próprio, o que é diferente de ser perfeccionista.
A busca incessante pela perfeição pode levar-nos a estados de ansiedade e de depressão. É importante perceber quando devemos parar.
Não é bom para a nossa saúde tentar chegar a um estado que não existe.
Não nos podemos enganar.
A viagem tem um propósito maior do que o fim em si, e tem muito mais sabor se podermos se soubermos aproveitá-la.
No final, o que importa é compreender que estamos a crescer com o caminho que escolhemos percorrer, e que para isso temos que estar alertas, conscientes.
O facto de procurarmos a perfeição, faz com que nos esqueçamos da viagem e nos foquemos apenas no resultado final.
E com isso podemos procurar caminhos alternativos, mais rápidos, que podem levar-nos ao nosso objectivo, mas que não nos fazem crescer durante a viagem.
Escolhi esta forma de trabalhar porque dá-me satisfação.
Esqueço tudo o que está à minha volta e concentro-me na tarefa que tenho em mãos. Todos deveriam a oportunidade de fazer realmente o que gostam, pelo menos uma vez, nesta passagem por este planeta.
Ontem foi dia de comprar mais madeira para o meu novo projecto. Será algo para o L brincar e para se exercitar um pouco (esperemos que sem muitas nódoas negras!).
Existem muitos locais onde se pode comprar madeira, desde as grandes superfícies comerciais até às serrações propriamente ditas. E dentro das serrações, existe uma grande variedade.
Confesso que apenas compro madeira nas grandes superfícies comerciais quando preciso de tipos de madeira de baixa qualidade, ou de algo apenas para desenrascar. Depende muito do projecto que tenho em mãos. A variedade também não é muita e a forma como é armazenada deixa um pouco a desejar. A escolha é complicada porque é difícil encontrar madeira que não tenha algum tipo de empenamento.
Para este novo projecto, apesar de ser um protótipo, tinha que ter madeira de boa qualidade, porque a segurança do L é um factor primordial.
A serração oferece-me essa garantia, porque só lá é que consigo encontrar o tipo de madeira que preciso.
Neste caso, era Faia.
E, claro, é sempre bom perceber qual a origem da madeira, e se tem o carimbo FSC
Após a escolha da prancha de madeira que queria levar (chama-se prancha à tábua comprida, neste caso são 2,30 metros, que é serrada do tronco da árvore), foi necessário perceber se caberia no carro…
Houve algumas dúvidas porque o carro é pequeno, mas com alguns ajustes, consegui trazê-la inteira!
Ao chegar à minha oficina, é tempo de perceber como vou trabalhar a madeira.
Os esboços e as medidas já feitas ajudam muito, e foi só perceber como serrar a madeira para aproveitar ao máximo as partes que não são necessárias para este projecto.
Tento não desperdiçar nada, e os bocados que não são necessários podem vir a dar jeito para futuros projectos. Nunca se sabe.
Assim, serrei a prancha de alto a baixo, e separei o que me interessava do que não queria.
Foram 2,30 metros a serrar manualmente, sempre a seguir uma linha previamente traçada!
De seguida, medi uma das peças que me interessava e serrei-a novamente com um corte transversal, desta vez mais curto.
Desta forma, estou a treinar e a aperfeiçoar as minhas habilidades. A minha destreza e sensibilidade aumentam e sinto uma energia revigorante que me fazem continuar e querer mais.
E gosto do exercício físico que se gera com esta actividade.
Como vês, depois de serrada com as dimensões aproximadas, fica com um aspecto tosco.
Estes cortes que se vêm são o resultado dos cortes feitos na serração, pelas serras das máquinas eléctricas.
Não é este o resultado pretendido, e por isso é necessário agora desbastar esta camada superficial.
Utilizo para isso uma plaina de desbasto rápido, que dá um aspecto ondulante.
Algumas pessoas até preferem que as peças de madeira fiquem apenas desta forma, porque dá uma sensação única ao toque e fica com um aspecto rústico. Não deixa de ser interessante.
Confesso que esta é uma fase exigente, a nível físico.
Requer paciência e resistência.
Dependendo da quantidade de desbaste que é necessário fazer, sinto o coração a bater mais depressa, a bombear sangue mais rápido para todo o meu corpo.
A frequência mais acelerada da respiração indica que estou perante uma actividade física mais intensa, que desperta os meus sentidos e permite-me ao mesmo tempo praticar e treinar as minhas habilidades, aperfeiçoando-as.
Mas ainda estou a meio caminho de ter apenas esta face da peça pronta.
O próximo passo é então alisar e suavizar esta face toda, recorrendo a várias plainas e utilizando também umas peças de madeira para ir verificando o empenamento.
E no fim, repetir o mesmo processo para todas as outras faces…
É um jogo de paciência, mas também de conhecimento da madeira que está a ser trabalhada e da ferramenta que estou a usar.
O bom de usar plainas manuais é que a fase de do acabamento incluí muito pouco tempo a lixar a peça, porque o trabalho foi todo feito com a utilização da plaina.
Ou seja, reduzo muito o pó que circula no ar e que pode entrar nos meus pulmões.
Todas estas ferramentas manuais têm que estar bem afinadas.
Não faz sentido utilizá-las se não as soubermos afiar, e se não estiverem sempre prontas a serem utilizadas no seu potencial máximo.
É um processo contínuo, que nunca termina, e há que saber quando se deve afiar. Para isso é preciso praticar, conhecer a ferramenta.
O ar puro que respiro, sem máscaras… o som da madeira a ser serrada indica-me quando estou prestes a terminar… a sensação de que não existe mais nada que impossibilite a execução do trabalho, a não ser a minha vontade.
A utilização de ferramentas manuais possibilita-me ouvir o ambiente que me rodeia, e ser mais saudável.
Ajuda também a estar num ambiente mais sustentável e a diminuir a pegada ecológica, já que não poluo o meio ambiente com o barulho das máquinas eléctricas. A única energia utilizada é a força humana.
Consigo sentir a madeira.
Com máquinas eléctricas era totalmente impossível sentir todas estas emoções.
As máquinas têm o seu lugar e deverão ser utilizadas com sabedoria, mas não deverão diminuir o prazer nem a nossa técnica de trabalhar com a madeira.
Qualquer pessoa, ao fim de pouco tempo de treino, consegue ficar apto a manobrar uma máquina eléctrica.
A utilização de ferramentas manuais também pode ser feita por qualquer pessoa, mas é necessário praticar sempre que possível.
A curva de aprendizagem poderá ser um pouco maior, mas isto porque faz-nos treinar todo o nosso corpo e treinar habilidades que não estamos habituados a utilizar.
Mas é isso que torna esta arte tão especial. Está ao alcance de todos, e faz-nos treinar muitas características que vamos usar ao longo da nossa vida.
Esta é a forma como eu trabalho a madeira, e é assim que abordo os outros aspectos da minha vida.
A sustentabilidade é um conjunto de acções que são tomadas de forma a garantir as nossas necessidades actuais, sem comprometer as necessidades das gerações futuras.
Está directamente relacionada com o desenvolvimento económico e material, sem prejudicar o meio ambiente, através da gestão inteligente dos recursos naturais, para que se mantenham no futuro.
Alguns exemplos relacionados com a sustentabilidade:
Exploração dos recursos florestais de uma forma controlada, garantindo a replantação sempre que for necessário
Produção e consumo de alimentos orgânicos
Exploração dos recursos minerais (petróleo, carvão, etc.) de uma forma racionalizada e planeada
Utilização de fontes de energias limpas e renováveis (eólica, geotérmica e hidráulica), diminuindo assim o consumo dos combustíveis fósseis
Reciclagem de resíduos sólidos
Como já reparaste, existem muitas formas de ser sustentável, mas irei focar-me mais na florestação sustentável, e quais os seus impactos.
Na semana passada fui a uma conferência de sustentabilidade, organizada pelo FSC (Forest Stewardship Council).
O FSC é uma organização sem fins lucrativos, de âmbito internacional, dedicada à promoção de uma gestão ambientalmente adequada, socialmente benéfica e economicamente viável das florestas no mundo inteiro.
Através de um sistema de certificação florestal, garante-se que os produtos florestais são provenientes de florestas geridas de forma responsável.
Desta forma, satisfazem-se os direitos ecológicos, económicos, e as necessidades da presente geração, sem comprometer as gerações futuras.
A certificação da gestão florestal responsável torna possível que empresas e consumidores façam escolhas esclarecidas sobre os produtos florestais que compram.
Contribui, assim, para uma mudança positiva através do poder da dinâmica de mercado.
O uso consciente de recursos naturais é essencial para a conservação das florestas.
A certificação da gestão florestal assegura que os produtos são provenientes de florestas, e outras origens, bem geridas (por exemplo, material reciclado).
As florestas são vitais para as nossas vidas, e sabias que cobrem cerca de 30% da área terrestre mundial?
É também o habitat de muitas espécies de animais e plantas, e uma fonte de riqueza, produzindo madeira, resina, cortiça, frutos, óleos essenciais, etc.
Além disso, protegem o solo da erosão, regulam a qualidade da água, criam postos de trabalho e melhoram a qualidade de vida.
Também são utilizadas como espaço de lazer e contacto com natureza.
Quando adquirires algo feito em madeira, procura saber se foi feito com madeira de florestação sustentável, como garantia de uma melhor gestão florestal e uso responsável dos seus recursos.
Infelizmente, só se consegue fazer a gestão quando é rentável, o que nem sempre é possível.
Foi interessante verificar que, à medida que existe mais degradação nalguns troços das florestas, existem espécies de peixes nativos que vão desaparecendo.
Desta forma, vão dando lugar ao aparecimento de outras espécies não nativas (exóticas).
Já pensaste bem no impacto que pode ter?…
As boas práticas florestais contribuem para a boa prática dos ecossistemas aquáticos, que é controlada através da certificação.
Por exemplo, hoje em dia ainda existem muito poucas gráficas que utilizam papel certificado, o que é de lamentar.
Ao escolhermos produtos certificados, estamos a contribuir para ajudarmos a cuidar das nossas florestas.
Quando se ouve falar em desflorestação, a primeira coisa em que podemos pensar é que não vamos consumir mais madeira.
Mas podemos e devemos continuar a comprar produtos florestais, precisamos apenas de garantir a sua origem.
Um factor curioso é que, se pararmos de consumir produtos florestais, as florestas podem acabar.
Parece contraditório, mas, se isso acontecer, essas mesmas áreas serão substituídas por outros usos, ou ficarão ao abandono.
Sabias também que em comparação com outros materiais de construção tradicionais, a madeira requer muito menos energia para ser produzida?
A certificação florestal também ajuda a planear o ordenamento florestal, garantindo a diversificação de várias espécies de árvores, diminuindo o risco de incêndios.
O importante é saber a origem dos produtos florestais que consomes.
A nossa responsabilidade é escolher produtos provenientes de florestas geridas de forma responsável.
Contribuímos assim para a salvaguarda da biodiversidade e dos direitos das comunidades que vivem na floresta.
Cada um de nós é responsável por cuidar da nossa floresta.
Vamos cuidar do nosso planeta?
Tens a consciência de comprar produtos com certificação?
Porque sou um amador, muitas vezes deixo-me levar pelo meu entusiasmo e paixão a fazer coisas que pensava não conseguir fazer. Daí a sair da minha zona de conforto e a ultrapassar os meus limites é um pequeno passo.
Será que a diferença entre ser amador e profissional é bem entendida?
Um profissional é melhor que um amador?
A palavra amador pode ter uma conotação depreciativa e pode induzir em erro.
Do dicionário, a palavra amador é:
aquele que ama
aquele que exerce alguma atividade sem interesse pecuniário
aquele que se dedica apenas por vontade ou curiosidade, não por profissão
Infelizmente também pode indicar alguém que é inexperiente naquilo que faz. Contudo, não é nesse sentido que me refiro.
Quantas vezes cheguei a um ponto na minha vida em que disse para mim próprio que não conseguia fazer isto, ou que pensava não conseguir fazer aquilo?
E de repente, dei comigo próprio a fazê-las.
As minhas condições de trabalho podem não ser as ideais, mas não é isso que me impede de alcançar a minha visão.
Muitas vezes fiz o que considerava impossível. Simplesmente porque não sabia que não o conseguia fazer.
O mesmo acontece com todas as pessoas que são amadoras naquilo que gostam de fazer.
Transmitem energia e contagiam as pessoas à sua volta com o seu entusiasmo.
São obrigadas a saber mais da área que amam, e permitem-se evoluir com o objectivo de progredirem um pouco mais e fazerem ainda melhor aquilo que já fazem bem.
A minha paixão por saber mais e fazer trabalhos em madeira cresce dia após dia, e sinto falta quando estou algum tempo parado.
Claro que com a paixão, mais tarde pode surgir a oportunidade de fazer disso um modo de vida. A qualidade dos trabalhos transparece em cada esforço feito na sua execução, e isso chama a atenção.
Amador é aquela pessoa que chega a casa depois de um dia cansativo de trabalho e ainda fica a trabalhar na sua verdadeira paixão durante a noite.
Amador é aquela pessoa que encontra sempre um pouco de tempo onde a maior parte das pessoas pensa não existir, para fazer aquilo que realmente gosta.
Amador é aquela pessoa persistente e resiliente, que sabe que por detrás de um fracasso, logo a seguir vem um sucesso.
A maior parte dos trabalhos amadores em nada fica a dever ao trabalho dos profissionais da área, no que diz respeito à criatividade ou ao aspecto estético, por exemplo.
A palavra amador pode remeter para alguém que faz algo como passatempo, e não alguém que domina o que faz.
Está muito longe da realidade, e muito longe do que qualquer pessoa pode alcançar com algumas horas de prática contínua.
Quando decides que queres fazer algo, ou ser a pessoa que faz algo, já te tornaste nessa mesma pessoa.
Claro que no início, nem todos têm o talento necessário, se é que essa palavra interessa.
O talento alcança-se com a prática contínua, derivada da paixão por fazer o que se quer fazer.
Ter ou não talento a fazer algo, não significa nada.
Agora, ser uma pessoa talentosa, é diferente. É para esse fim que trabalhamos.
Muitas vezes, nem precisamos de um papel que explique o que somos e o que fazemos.
E que muito menos nos identifique.
Quando o nosso trabalho fala por nós e fazemos o que gostamos, ter um canudo não significa nada.
A maior parte das pessoas estuda durante muitos anos, para tirarem cursos universitários.
E depois? Depois esperam encontrar um trabalho onde se sintam realizados.
Muitos encontram-se desapontados na procura pessoal pelo seu desenvolvimento, crescimento e maturidade.
Não se conseguem encontrar.
É esse tipo de pessoas que percebem que não estão a fazer aquilo que realmente gostam.
São esses amadores que lutam pela sua arte e pelos seus sonhos.
Num grupo de amadores, já reparaste que não existe concorrência, tal como pode existir num grupo de profissionais?
Os amadores fazem o que mais gostam, quer sejam pagos ou não.
Não vivem para vender o seu trabalho, e é isso que lhes permite estar numa consciência mais elevada do que muitos profissionais.
Fazem parte de um grupo inclusivo.
Raramente é um grupo competitivo e pretensioso, onde as pessoas fazem de tudo para se poderem destacar.
Os amadores amam a sua arte, nada os faz parar e perseguem os seus sonhos às suas próprias custas.
Os amadores são como esponjas, absorvendo o máximo que podem de várias fontes, filtrando depois o que melhor valorizam dessa informação.
O objectivo principal dos amadores não é receber dinheiro da sua arte, porque de facto eles amam o que fazem. Sobretudo, sentem-se humildes ao aprender sempre um pouco mais. Desta forma, sabem que se estão a tornar numa versão melhor do que são no momento presente.
A verdadeira arte está em continuar a ser amador quando o teu trabalho é exemplar e começa a ser notado, e as pessoas estão dispostas a pagar para lhes fazeres algo.
Para isso, é necessário ser verdadeiramente humilde.
Todos deveriam criar a oportunidade de serem amadores e seguirem a sua paixão.
De certeza que haveriam pessoas mais felizes.
És amador nalguma arte?
O que gostarias realmente de fazer?
Deixa o teu comentário, gostaria de saber a tua opinião.
Passada a licença de maternidade de 6 meses, uma das grandes dificuldades que tivemos quando o L teve que ir para o berçário, foi precisamente encontrar a escola ideal.
Seis meses passam num instante…para quando a extensão para, no mínimo, 1 ano, senhores políticos?
Contactámos várias entidades e fizemos algumas visitas.
Finalmente decidimo-nos, de acordo com o que sentimos que era o melhor para ele, e dentro das nossas possibilidades.
No próximo ano lectivo, vai ter que mudar de escolinha, e lá vamos nós novamente percorrer a lista das instituições que pensamos que melhor se adequam aos interesses e às necessidades do L.
Agora que está mais crescido, os requisitos da nossa escola ideal mudaram um pouco.
Mas preferencialmente tem que ser “humana”, e ter um espaço exterior para brincar livremente.
Quando refiro “humana”, significa que terá que respeitar a individualidade de cada ser, bem como as suas necessidades e o seu ritmo.
E, sobretudo, sem quadro de honra, escolarização precoce, etc. etc. etc. (a lista seria interminável…).
E no espaço exterior, tem que existir uma área sem brinquedos nem brincadeiras pré-definidas, para dar largas à imaginação.
Como se fosse uma folha de papel em branco, pronta para ser pintada como bem entendermos.
No fundo, seria um espaço em aberto, para que as brincadeiras sejam sempre diferentes, e onde se possa sujar à vontade.
Aqui, o adulto teria um papel apenas de supervisionar e garantir que as crianças não se magoem com as brincadeiras.
Mas sem imposições.
E, se possível, uma zona onde possa ter contacto com a natureza no seu estado natural.
Aqui, o nascimento das Forest School no nosso país começa a ter um papel preponderante.
A melhor escola, por vezes, é a própria natureza, cheia de ensinamentos sábios que só as crianças entendem, no seu ritmo, e na sua capacidade inata de estarem “presentes”.
A imagem que escolhi como capa para este artigo, reflecte isso mesmo.
Na nossa varanda temos uma mini-horta biológica de morangos e tomates, o que o ajuda a perceber de onde vem a comida.
Desta forma, poderá desenvolver muitas características humanitárias e sociais, ao contactar directamente com a natureza e a aprender a respeitar e a tomar conta do meio ambiente, dando-lhe também carinho e amor.
Aprenderá também a lei do retorno, em que recebemos a dobrar aquilo que damos de graça, sem segundas intenções.
Claro que o factor preço tem um papel preponderante na escolha final (infelizmente).
Mas isso não significa que a escolinha com o preço mais caro seja a melhor, muito pelo contrário.
Apesar de hoje em dia a internet dar-nos a possibilidade de saber muitas informações sobre as instituições, nada se sobrepõe à visita presencial.
É desta forma que vamos “sentir” o espaço, e principalmente as pessoas.
O falar com a futura educadora (ou educador) do nosso filho é um factor primordial.
Saber e conhecer um pouco quem é a pessoa com quem o nosso filho vai passar grande parte do seu dia é muito importante.
Afinal de contas, hoje em dia as crianças passam grande parte do dia fora de casa.
É muito importante que se sintam acolhidas num ambiente familiar, com pessoas de confiança.
Apesar de eu fazer materiais pedagógicos Montessori, e identificar-me mais com esta pedagogia de ensino, não quer dizer que não simpatize também com as outras mais conhecidas: Waldorf, Reggio Emilia, High Scope, MEM, entre outras.
Não quer dizer que Montessori está certa e as outras estão erradas.
E que, por causa disso, não exista espaço para serem aceites e introduzidas na nossa vida familiar, e no nosso quotidiano.
Apenas procuro um equilíbrio entre o que eu acho que seja o mais correcto, dentro da minha ideologia do que deveria ser a pedagogia de ensino perfeita, e absorvo um pouco de todas.
Por vezes dá vontade de juntar um pouco de todas as pedagogias de ensino e fazer uma super-pedagogia, com o melhor (ou assim pensamos) de cada uma.
Cada família tem as suas ideias definidas do que será o melhor para o seu filho,
E o que é bom para uns pode não ser para outros.
Mas mais que tudo isto, a escola é feita por pessoas, e são essas pessoas que vão cuidar do meu filho durante a maior parte do dia.
São essas pessoas que também vão incutir-lhe valores e mostrar como funciona e como se interage com o mundo.
A escola ideal é aquela que ainda não existe no presente, mas que está na mente de cada um de nós.
Cabe a nós fazermos o melhor que pudermos para a escola do nosso filho ser a melhor possível, e para que ele sinta bem.
Não começa apenas quando o vamos deixar à escola, e não termina quando o vamos buscar.
Dura o tempo que nós quisermos.
O que é a escola ideal para ti?
Deixa o teu comentário, gostaria de saber a tua opinião.
Existem vários tipos de madeira, e vou esclarecer quais os mais comuns que podes encontrar quando vais comprar algo feito em madeira, e que provavelmente já ouviste falar.
Porque precisas de saber isto, se só te interessa realmente em comprar o objecto feito em madeira?
Por vezes existem pessoas que podem não ser totalmente honestas contigo quando estão a vender um produto.
Desta forma, ficas com este conhecimento.
Podes, inclusivé, argumentar e mostrar que também sabes realmente o que queres.
MADEIRA MACIÇA
A madeira maciça é a madeira que foi serrada directamente do tronco da árvore.
Pode ter qualquer que dimensão, desde peças pequenas a peças grandes.
Após ser cortada da árvore, existe todo um processo de secagem que pode afectar a sua estabilidade.
Este processo de secagem pode ser natural ou por secagem forçada, através de uma estufa própria.
As madeiras que são secas através de um processo longo de secagem natural, têm tendência a serem mais estáveis.
Sendo madeira pura, não tem adição de fibras sintéticas ou qualquer tipo de aglomerado, e não sofre qualquer tipo de processo industrial que transforme as suas propriedades físicas e químicas.
Outros tipos de madeira, tais como MDF, contraplacado ou aglomerado, são produzidos através de compósitos de madeira.
No comércio justo, a madeira maciça é proveniente de áreas de florestação sustentável.
Significa que são áreas que foram criadas única e exclusivamente para este fim e que não são retiradas de florestas nativas.
A nível estético, possuem a beleza e a nobreza de um produto natural.
Na realidade, os veios, texturas, cores e aromas, ganham todos outra dimensão com a madeira maciça, oferecendo uma experiência mais interessante.
É também uma madeira mais difícil de ser riscada ou danificada, podendo ser reparados.
É mais resistente e mais pesada que outros compostos de madeira.
Pode durar uma vida (passando até por diversas gerações) sem sofrer deformações através da humidade ou da luz solar, quando são tomadas as devidas precauções.
O contraplacado é um tipo de madeira retirado directamente do toro da árvore (tronco da árvore, depois de retirada a sua casca e os seus ramos).
É retirado em folhas finas de grandes dimensões, através de processos que evitem deformações.
Estas folhas são depois coladas umas às outras através de calor e pressão com colas fortes (formando uma única chapa, numa espécie de sanduíche).
Cada folha tem o seu veio perpendicular à folha adjacente, para maior força e resistência.
Fica feita assim a chapa de contraplacado.
Numa chapa de contraplacado deverão existir um número ímpar de folhas, porque a sua simetria faz com que a chapa seja mais equilibrada e estável.
Quanto maior o número de folhas, maior a resistência do contraplacado.
Desta forma, são resistentes a deformações e tornam-se muito estáveis.
Têm também as mesmas características que a madeira em relação à elasticidade e ao peso.
No entanto, apresentam uma maior resistência e homogeneidade, o que permite o fabrico de peças de grandes dimensões.
As vantagens em relação à madeira maciça, é que é menos propensa a rachar, a encolher e a torcer (o chamado “empenamento”).
Tal como a madeira maciça, no comércio justo, deverá ser proveniente de áreas de florestação sustentável, com a marca FSC.
São produtos com uma grande amplitude de aplicações, em que os outros tipos de madeira podem não oferecer uma grande estabilidade.
Devido aos inúmeros tipos de revestimentos que podem ter, são muito utilizados na indústria do imobiliário.
MDF
MDF (Medium Density Fiberboard), traduzido para Português, significa Fibras de Densidade Média, e é um outro derivado da madeira.
É um material uniforme, plano, denso, e bastante pesado.
Ao contrário da madeira maciça, não tem nós nem veios, o que faz com que seja muito difícil de empenar, e a sua superfície suave e lisa faz com que não se soltem lascas ou rasgos quando é trabalhado.
O MDF é fabricado através da aglutinação de fibras de madeira (serradura e aparas) com resinas sintéticas e outros aditivos.
As fibras são retiradas da madeira, e depois são cozidas a vapor a alta pressão.
Posteriormente, são ligadas com resinas e passam pelo processo de calor e prensagem, formando assim painéis rígidos, e com o tamanho desejado.
Ao apresentar maior homogeneidade que o aglomerado de partículas (falarei a seguir), tem maior estabilidade e resistência face a variações de humidade.
No entanto, no MDF que não tem qualquer tipo de tratamento (ou seja, no estado crú), é necessário ter precauções relativamente ao contacto com a água.
Se isso acontecer, pode sofrer deformações e inchar, embora hoje em dia já exista MDF resistente à humidade.
Devido à sua composição, é produzida muita poeira quando é trabalhado, o que faz com seja necessário ter cuidados redobrados na renovação do ar respirável.
Existe uma grande preocupação relativamente à utilização do formaldeído nas resinas utilizadas no fabrico do MDF.
Os riscos de saúde envolvidos são enormes, suspeitando-se que possa ser carcinogénico.
Quando está a ser trabalhado, continua a libertar uma espécie de gás (imperceptível ao olho humano), e muita poeira, que pode provocar irritações nos olhos e nos pulmões.
Existem, por isso, medidas preventivas que é necessário acautelar aquando da sua utilização: utilizar um bom sistema de aspiração, trabalhar ao ar livre se possível e com máscara, por exemplo.
É utilizado maioritariamente na indústria dos móveis, decoração, publicidade, maquetes, etc., por ser muito versátil a moldar e a trabalhar.
É um produto mais barato e um bom substituto para a madeira maciça (apenas nos exemplos referidos).
Excepto quando é necessária maior rigidez, claro.
AGLOMERADO DE MADEIRA
O aglomerado de madeira (ou aglomerado de partículas), é um outro derivado da madeira.
É também conhecido pela sigla MDP (Medium Density Particle), que em Português significa aglomerado de partículas prensados em média densidade.
A produção deste tipo de material tem evoluído significativamente desde há vários anos, apresentando hoje em dia um grande nível de qualidade.
Como consequência, tem uma baixa utilização de formaldeídos na sua composição e excelente padrão de acabamento.
O MDP pode ser produzido com partículas de madeira de cultivo florestal (principalmente de pinho e eucalipto), ou através de restos de madeiras (reciclagem).
São depois agregadas entre si com resinas ureicas, sujeitas a temperatura e pressões elevadas.
Através de prensagem, dão origem a painéis de grandes dimensões (tal como se passa com o MDF).
Não é apropriado para utilizar em lugares húmidos ou expostos à luz directa do sol
É muito utilizado na construção de móveis que tenham apenas linhas rectas já que este material não pode ser moldado.
Exemplos disso são armários, mesas, balcões, e principalmente onde há necessidade de ter bom acabamento e uniformidade.
A maior parte (se não toda) da linha de móveis que é vendida numa grande superfície bem conhecida, é feita através deste tipo de madeira.
Devido ao seu baixo custo de fabrico e bom acabamento, conseguem-se assim móveis de boa qualidade com um preço mais reduzido.
No entanto, a sua durabilidade é muito questionável.
Enquanto que as construções feitas de madeira maciça duram uma geração ou mais, as construções feitas com aglomerado duram muito menos tempo.
Estes são os vários tipos de madeira que existem.
Qual o melhor?
Depende do tipo de aplicação, como já verificaste.
Para brinquedos e materiais pedagógicos, por exemplo, o melhor é sempre a madeira maciça (Faia, de preferência).
Dependendo do tipo de objecto, o contraplacado também pode ser utilizado nalgumas situações.
O mais interessante disto tudo, é que todos os tipos de madeira são provenientes apenas de única fonte: a árvore.