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Pequenas conquistas

As pequenas conquistas são feitas através de pequenos gestos.

Pequenas intenções de querer fazer algo que ainda não sabemos como fazer, mas que queremos e precisamos, porque o nosso corpo assim o pede.

“Ensina-me a fazer sozinho”, poderá ser uma das frases mais emblemáticas de Maria Montessori.

Explica, muito sucintamente, a necessidade imperativa que os bebés e as crianças têm de serem autónomos desde muito cedo.

Enquanto adultos, não é fácil compreender o que se passa nas suas mentes.

 

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Para quem não conhece, e muito resumidamente, Maria Montessori nasceu em 1870, e foi a primeira médica italiana. Como se pode imaginar, nessa época as mulheres não tinham os direitos que hoje têm.

Sofriam de um estatuto inferior ao dos homens.

Era sempre acompanhada pelo seu pai às aulas na universidade porque não era bem visto uma mulher andar sozinha na rua. Nas aulas práticas, em que era necessário o professor demonstrar algo numa mesa, ela ficava sempre atrás dos homens, raramente conseguindo ver alguma coisa. Nas aulas teóricas, o seu lugar era sempre na última fila.

Mas isso não a desmoralizou, e concluiu o curso com distinção.

Ofereceram-lhe depois trabalhos que ninguém queria fazer (ou pelos quais não haviam interesse), como por exemplo visitar as alas psiquiátricas de asilos. Reparou então que as crianças que ali estavam não tinham as mínimas condições humanas para viverem dignamente. Eram crianças com necessidades especiais e desfavorecidas, que viviam em condições menos boas. Eram consideradas mentalmente atrasadas porque não sabiam ler nem escrever.

Maria Montessori interessou-se por estas crianças, observou-as e estudou-as, proporcionando-lhe condições (fundou o primeiro espaço para estes alunos, a Casa dei Bambini) para que pudessem desenvolver as suas capacidades motoras, e não só.

Em conjunto com os artesãos e marceneiros da época, desenvolveu materiais de aprendizagem específicos que foram utilizados pelas crianças, para desenvolverem as suas competências.

 

Artigo relacionado: Trabalhos Manuais

 

Em pouco tempo, estas crianças aprenderam a ler e escrever, ficando aptas a fazerem os exames nacionais da época. Não só os fizeram, como passaram com mérito!

Tornou-se assim uma importante pedagoga, ao desenvolver um método de ensino que respeita a individualidade de cada criança.

Maria Montessori dedicou-se a esta causa até à sua morte, criando inúmeras escolas em diversos países, para continuarem o seu legado.

Este foi o início do método pedagógico de ensino Montessori, que ainda hoje perdura no mundo inteiro e que está em crescendo no nosso país.

É muito gratificante poder acompanhar as primeiras conquistas do L desde o seu nascimento.

 

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Antes de ele nascer, já estávamos relativamente familiarizados com o método pedagógico de Maria Montessori. Estabelecemos que iríamos seguir o melhor que conseguíssemos os princípios aí definidos. Mas seguindo sempre a nossa intuição, o desenvolvimento e as necessidades do nosso bebé.

Desde muito cedo que o L demonstrou resiliência em querer fazer as coisas bem feitas, não desistindo enquanto não as conseguia fazer. Um desses momentos é o momento em que ele tenta encaixar o cilindro de pinça (feito por mim) no orifício.

Ficou cerca de dois minutos a tentar fazer esse movimento, treinando e encaixando diversas vezes! Quanta paciência e persistência num ser tão pequenino!

 

 

É fascinante presenciar estes momentos, especialmente quando ele se autocorrige na pega do cilindro. Imagino que seja uma actividade que possa ser frustrante para um bebé, porque ainda não tem as capacidades motoras suficientemente desenvolvidas para que possa efectuar com sucesso estes movimentos.

Ainda hoje, com os seus quase 3 anos, podemos ter a bênção de presenciar as suas conquistas. Por vezes diz que não consegue, quando está com sono e não paciência, o que é perfeitamente normal. Até nós, adultos, ficamos sem paciência quando estamos com sono.

Mas com um pouco de incentivo e autoconfiança, lá consegue fazer as coisas sozinho e fica todo contente, com um sorriso de orelha a orelha: “O L consegue!”.

Um desses momentos é quando ele quer calçar as suas pantufas e vem sempre ter connosco para o ajudarmos. Começamos-lhe a dizer que consegue e ele por vezes tenta, outras vezes não lhe apetece. Quando tenta sozinho, acaba por nem sempre conseguir.

Mas com um pouco de reforço positivo da nossa parte e o querer e a persistência do lado dele, muitas das vezes acaba por conseguir calçá-las,

E lá fica ele todo feliz.

E claro, o tirar os sapatos está a ser outra das conquistas, porque nem sempre é fácil perceber que primeiro é necessário tirar o calcanhar, para depois tirar o resto do pé do sapato… mas ele lá se desenrasca, embora nem sempre.

Quando eu calço os meus ténis, ele até já me diz como é que devo atar os atacadores e finge ajudar-me (claro, à sua maneira)!

Outro dos exemplos é quando o visto de manhã.

Ele gosta sempre de dar o jeito final de puxar as calças para cima, e já ajuda a agarrar a manga do body com as mãos quando veste a camisola por cima (para depois a manga do body não fugir e não termos que ir andar à pesca…).

Esta fase das frustrações e pequenas conquistas pode fazer parte também dos chamados terríveis dois anos, mas penso que é um período muito importante para eles.

Uma boa dose de paciência e reforço positivo revela-se essencial para desenvolverem a sua independência e autoconfiança.

Sempre que o vejo frustrado ao não conseguir fazer alguma coisa, não interfiro logo.

Espero um pouco e observo o desenrolar da situação. Porventura acabo por perguntar se posso ajudar, e deixo-o tomar a decisão. Umas vezes aceita, outras vezes não. Mas pelo menos sabe que tem o apoio de um adulto, se precisar.

Lembro-me muitas vezes de outra frase emblemática de Maria Montessori: “Nunca ajude uma criança a fazer algo que sabe que consegue fazer sozinha”.

É através da frustração que a determinação ganha outro significado, e as pequenas conquistas são feitas, rumo à independência.

E como é fascinante presenciar estas conquistas…

Como é a tua interacção com os nossos pequenos mestres?

Deixa o teu comentário.

 

Obrigado pela tua presença.

 

 

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O caminho faz-se… caminhando

Por vezes é necessário parar um pouco para repensarmos quais os nossos objectivos, e validarmos se estamos no caminho certo. É muito fácil desviarmo-nos do percurso traçado. Mais fácil é quando não vemos os resultados imediatos. Na sociedade em que vivemos, de consumismo rápido e descartável, em que temos o mundo na ponta dos dedos, queremos tudo para ontem e já não sabemos o que é esperar. O dinheiro de plástico é imperador soberano, as novas tecnologias estão disponíveis para quem quiser, e já não sabemos o que é estar desligado. Mas por vezes somos obrigados a parar e olhar para o caminho que estamos a fazer. São paragens “obrigatórias”, como se de um carro de corrida se tratasse em que tem parar para mudar os pneus. São paragens que nos permitem perceber qual o próximo passo. Normalmente é necessário desbloquear algo para que possamos avançar. O caminho faz-se… caminhando.

Depois de um longo tempo parado sem escrever, estou finalmente a conseguir voltar, e assim espero continuar.

Ainda não sei qual será a frequência com que irei escrever, mas espero manter o ritmo.

O que importa é começar. É sempre o passo mais importante, e por vezes, o mais complicado.

 

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Tudo tem um motivo de acontecer, e surgiu a necessidade de dedicar a minha total atenção ao meu novo bebé tecnológico.

A semana passada foi o início de um marco importante. Finalmente consegui reunir todos os esforços para que conseguisse abrir as portas da minha casa tecnológica ao público: o site do Papai Tó.

É algo que já foi pensado (e começou a ser implementado) há cerca de um ano atrás.

Um ano!

Como o tempo passa!

As ideias surgem e queremos concretizá-las logo no imediato, mas surgem sempre alterações aos nossos planos que nos fazem mudar o rumo dos acontecimentos. Mas o importante é não perdermos o nosso foco e sabermos quais são os nossos objectivos.

Muitos conhecimentos foram adquiridos, e ainda falta muito mais para fazer. Poderia atrasar um pouco mais o seu lançamento, mas se fosse esperar até estar mesmo completo… então seria um adiamento infinito.

Não existe a perfeição, e busca pela perfeição pode tornar-se uma obsessão, de tal forma que pode influenciar a nossa forma de viver.

O essencial está feito e foi lançado com as mínimas condições possíveis.

Agora é ir adicionando o que falta, até ficar mais funcional e apresentável.

Se existem falhas? Claro que sim! Mas que serão corrigidas, e conto com o teu apoio, se detectares alguma. Há sempre algum pormenor a alterar, mas que não nos pode impedir de avançar.

Por exemplo, com certeza que já tentaste aceder à loja e reparaste que ainda não está operacional. Gostaria muito que já estivesse concluída, mas faltam muitos pormenores por definir, e ainda não posso abri-la. Será oficialmente aberta quando as condições estiverem reunidas, e espero não demorar muito tempo até o fazer.

Prevejo que muitas coisas boas aí virão, mas terão que ser assentes numa base sólida, consistente. Só assim perduram e só assim criam raízes para as gerações futuras.

O caminho faz-se… caminhando.

Claro que com isto tudo, existem outros projectos que ficam parados, outros tantos que abrandam o passo e entram no ritmo do caracol. Mas com certeza que já conheces a história da lebre e da tartaruga… apesar da tartaruga ter um passo mais lento, não significa que desista do objectivo, ou que se distraia facilmente. Foco, determinação, persistência e ritmo consistente são as palavras de ordem.

Quem “sofre” mais com estes abrandamentos é o meu filho L, o meu cliente mais fiel.

“Pede-me” constantemente que lhe proporcione melhores condições para que ele possa usufruir o melhor possível dos períodos sensíveis pelos quais está a atravessar.

Ou seja, demonstra-me, por gestos e palavras.

Gosto muito de o observar e perceber quais as suas necessidades, e acho que até já o faço de uma forma inconsciente. Por vezes, basta um pequeno gesto dele para perceber o que lhe faz falta naquele momento, o que o pode ajudar para facilitar a sua vida.

 

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No fundo, a aquisição e a consolidação de novas competências que o seu crescimento assim lho exige.

Ele tem uma paciência do tamanho do mundo, e quando menos espera ”aparece” algo feito por mim que ele tanto precisava.

Espero poder retomar brevemente ao ofício que tanto gosto.

caminho

O Papai Tó veio para ficar e vai deixar a sua marca, ao demonstrar que os portugueses também sabem fazer materiais pedagógicos (e não só) com qualidade.

Com matéria-prima proveniente de florestação sustentável e com acabamentos certificados que não prejudicam o meio-ambiente, e que por isso são seguros para os nossos bebés e crianças mexerem sem perigo para a sua saúde.

Espero sinceramente corresponder às expectativas, porque eles merecem o melhor, e, se possível, que seja português.

É com muita satisfação e alegria que vejo o movimento Montessori a começar a espalhar-se e a consolidar-se cada vez mais pelo nosso país, e este é o meu pequeno contributo para que os nossos pequenos mestres tenham a aprendizagem que merecem.

 

Quais as tuas expectativas em relação à integração de Montessori em Portugal?

O que estás a fazer para ajudar que este movimento floresça?

Deixa a tua opinião.

 

Obrigado pela tua presença.

 

 

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Móbiles Montessori

Deparámo-nos com o conceito dos móbiles ainda antes do L nascer, quando já tínhamos ambos colocado mãos à obra e começado a pesquisar sobre a melhor forma de o receber.

Claro que fazíamos questão que a casa estivesse o melhor preparada possível, e foi nessa altura que os universos de Montessori e Waldorf começaram a entrar cada vez mais na nossa vida.

Se anteriormente já faziam sentido, agora faziam muito mais.

Então, como preparar o ambiente o melhor possível?

Apesar de ele só ir começar a andar passados muitos meses, quisemos deixar a casa já minimamente preparada nesse sentido.

 

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Começámos por tapar as tomadas eléctricas nas paredes, começar a colocar as coisas à altura dele, um berço que nos permitisse acoplar à nossa cama sem uma das grades laterais.

Estes são alguns dos exemplos.

Mas ao pesquisar melhor o mundo Montessori, deparámo-nos com os móbiles!

Confesso que não sabia o que era um móbile, nem que era este o nome que se dava a este tipo de material.

E à medida que fomos pesquisando, mais sentido fazia a estrutura dos mesmos, e as aplicações que lhe eram dadas.

Pelo que entendi na altura, Montessori tem vários tipos de mobiles, que vão sendo aplicados consoante a evolução do bebé.

Não sou nenhum perito nesta matéria, e irei apenas falar do que pesquisei em relação a este assunto, e também da minha experiência enquanto pai presente.

Primeiro que tudo, é preciso ter consciência que os móbiles não devem ser apresentados quando o bebé está stressado de alguma forma, ou quando existe alguma necessidade básica por atender: cólicas, fome, fralda suja, etc.

Não devem ser colocados também no sítio onde o bebé dorme, não é essa a intenção. Convém ter a zona onde dorme separada da zona da brincadeira.

Por isso, não devem ser usados como forma de acalmar o bebé. Ele já tem que estar calmo e receptivo.

Devem ser sim, apresentados ao bebé quando ele está relaxado e predisposto para absorver o ambiente que o rodeia, em que tudo é novidade.

O objectivo é estimular, num ambiente controlado, o foco, a capacidade de seguir objectos, e a percepção das cores.

O primeiro deste móbiles é o Munari.

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Móbile Munari

O Munari é um móbile composto por 3 níveis de altura, com figuras geométricas a preto e branco e uma bola transparente, equilibradas entre si.

Deverá ser apresentado entre as 3-6 semanas de vida.

Antes mesmo do bebé conseguir ver as cores, só consegue ver a preto e branco e distinguir formas e sombras. Daí este móbile não ter cores, porque realmente não são necessárias. Desta forma, permite que o bebé consiga distinguir melhor o contraste entre os tons preto e branco. É também um móbile muito elegante e estimulante o suficiente, sem ser em demasia.

A bola transparente, ajuda a reflectir e a espalhar os raios de luz, criando um bonito efeito, ao mesmo tempo que não deixa de ser surpreendente para o bebé ver uma bola grande a flutuar no ar.

Das várias pesquisas que fiz, reparei que existe uma forma correcta de posicionar as várias imagens. Cada uma deve estar colocada numa certa posição, num determinado nível.

Confesso que não foi muito fácil equilibrar todo este sistema (é um verdadeiro exercício de paciência e equilibrismo), mas uma vez feito… é muito relaxante vê-lo a funcionar. A forma elegante como as diversas imagens interagem entre si, parece que estão entrelaçadas numa dança hipnotizante.

Sinceramente não me recordo quando tempo deixámos este móbile pendurado, mas foi dos móbiles que durou mais tempo…

Quando reparámos que o L não já não dava muito atenção a este móbile, trocámos para o seguinte.

O Octaedro (assim se chama o móbile que deverá ser colocado depois do Munari), é composto por três octaedros (daí o seu nome).

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Móbile Octaedro

Nesta fase, o bébé já consegue distinguir algumas cores, e por isso as três formas geométricas representam as três cores primárias (azul, amarelo e vermelho). São colocadas a alturas diferentes para que o bébé tenha a percepção da distância e possa treinar o foco visual.

Deve ser apresentado entre as 5-8 semanas de vida.

Das pesquisas que fiz, reparei que não existe uma posição específica para cada forma geométrica, por isso optei por colocar o que tem a cor amarela mais em baixo. Não sei se existe algum estudo científico em relação a este pormenor, porque reparei que não existe muita coerência em relação a este aspecto.

Queria que os octaedros tivessem cores suaves, mas ao mesmo tempo apelativas. Por isso andei de loja em loja à procura da cartolina que tivesse a cor certa. E também não podia ser uma cartolina muito grossa que não desse para dobrar, nem uma cartolina muito fina que fosse impossível de trabalhar. Foi uma lotaria, mas lá consegui encontrar o que queria…

O que dá mais trabalho, neste móbile, é recortar os octaedros e colar muito bem, sem estragar nada. Não é muito fácil, já que nas dobras as cores podem ficar um pouco “rasgadas” e sumidas, mas nada que não se faça, com paciência e algum jeito.

Li algures que, os octaedros foram feitos para ter como base a percepção das proporções geométricas, as suas relações e padrões. Foram assim denominados pelo antigo filósofo grego, Plato.

Do que me recordo, o L não se entreteve muito com este móbile, e o efeito surpresa desvaneceu-se cedo.

O nosso bebé queria mais, e então lá fomos colocar o móbile seguinte: o Gobbi.

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Móbile Gobbi

O Gobbi é um móbile composto por 5 bolas, com 5 tons variantes de uma só cor.

Pode ser apresentado entre as 6-8 semanas.

Tem como objectivo ajudar a aperfeiçoar a visão do bébé, ao ter uma ligeira variação de tom de cor de uma bola para a outra.  O bébé percorre estas ligeiras variações de tons para a frente e para trás, ao mesmo tempo que os seus olhos ajustam o foco da bola que está mais perto para a bola que está mais afastada da sua visão.

Pode ser feito praticamente com qualquer cor base. Nós optámos pelo azul, com cores suaves.

Aqui houve uma grande ajuda da minha mulher, porque foi ela que fez praticamente tudo: comprou as bolas, as linhas com as cores, e enrolou a linha à volta das bolas.

Eu limitei-me apenas a pendurar as bolas, de acordo com um ângulo específico, para que fiquem em escada.

Claro que este móbile é muito apetecível, porque nesta fase o bebé já começa a querer agarrar objectos e é uma verdadeira tentação bater nas bolas e vê-las a dançar no ar.

E como não há três sem quatro, quando o L começou a mostrar desinteresse pelo Gobbi, mostrámos-lhe os Dançarinos.

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Móbile Dançarinos

Os Dançarinos é um móbile formado por 4 figuras que se assemelham a 4 pessoas a dançarem, em várias posições.

Pode ser apresentado sensivelmente a partir das 12 semanas.

Aquando das minhas pesquisas, verifiquei que existem várias cores que se podem utilizar e combinar para formar as figuras. Não me pareceu existir nenhuma “regra”. Por isso, resolvi utilizar duas cores que ainda não tinha utilizado muito, o vermelho e o prateado. As cores são ligeiramente brilhantes, mas não em demasia.

Os Dançarinos ajudam o bebé a ter a percepção de profundidade, bem como no foco de imagens visuais em movimento. E este móbile é muito propício em movimento, porque existem muitas figuras que facilmente “dançam” com a mais pequena brisa, devido a serem feitos com material leve.

O contraste das cores, a reflecção da luz e a suavidade dos movimentos ajudam a captar a atenção do bébé.

Em vez de serem dançarinos, também se vêm móbiles construídos com formas de baleias, andorinhas, borboletas, etc.

Nesta fase já fica um pouco ao nosso critério que tipo de figuras apresentar e ir trocando, já que existem mesmo muitas variações.

A lista é vasta.

Alguns são muito bonitos de se ter em casa, mesmo para nós, adultos. Tornam-se muito relaxantes.

Estes primeiros móbiles podem ser feitos por qualquer pessoa, com um pouco paciência e tempo.

Nós parámos no móbile dos dançarinos, porque achámos que para o L não valia a pena fazer mais. Ainda gostaria de ter feito mais, mas para ser sincero, acho que a principal razão foi porque o nosso tempo disponível para os fazer já não era muito… mas por um bom motivo, claro!

E o L também não se entreteve durante muito tempo com este móbile.

Depende de cada bebé, uns gostam mais de um certo tipo de móbiles do que outros.

A forma de colocar os móbiles é feita sempre da mesma forma: a cerca de 30 cm da cara do bebé (é a distância máxima que eles conseguem ver quando são muito novos), e por cima do seu peito (não directamente acima da sua cabeça). Desta forma, ajuda-o a focar os objectos que estão um pouco mais longe da sua visão, e sem forçar muito o pescoço ao olhar para cima.

Os móbiles devem ser trocados a cada 2-3 semanas, para o bebé não se aborrecer, e para provocar novos estímulos.

Não exista uma fórmula que funcione para todos, e o número de semanas para apresentar cada móbile é apenas uma referência. É necessário, sobretudo, conheceres o teu bebé e perceberes quando é altura de mudar de móbile.

Penso que o principal é que o teu bebé seja um bebé feliz e estimulado na medida certa, no tempo certo. Com ou sem móbiles.

Para isso, precisas ser um pai/mãe presente na vida do teu filho. Conhecê-lo.

 

Artigo relacionado: A importância de ser um pai Presente

 

Não são os móbiles que vão fazer de ti um pai/mãe Montessori. Ou que possas dizer que o teu filho é um bebé Montessori.

É muito mais importante a forma como estás presente na sua vida, no seu crescimento. E respeitar as suas opções, proporcionando-lhe desde muito cedo condições para que seja uma criança autónoma, livre e responsável.

Já tinhas ouvido falar destes móbiles?

Chegaste a fazer algum?

Qual é a tua opinião sobre os móbiles, achas que cumprem o seu propósito?

 

Obrigado pela tua presença.

 

 

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Feliz Natal!

Muito já se escreveu sobre o Natal, e como é vivido nas pedagogias de ensino mais conhecidas.

Não me vou alongar muito nesta semana, mas das recordações que tenho do Natal, as que me veem mais à memória não são as prendas que recebi.

A família reunida…

A montagem da árvore de Natal…

A colocação dos enfeites…

O presépio…

O ir apanhar musgo para colocar no presépio…

O cheiro da comida…

O calor humano…

A família reunida…

Isso sim, são as recordações que mais prezo e valorizo.

São precisamente essas que tento passar ao meu filho, bem como os valores inerentes a esta época.

No entanto, e sempre que possível, mostro-lhe que as boas acções são para serem praticadas durante o ano todo, não são só nesta altura. Ajudar o próximo sempre que possível, em qualquer altura do ano, é imperativo.

Infelizmente, esta época é rica no consumo desmesurado e incontrolável, onde olhamos para o nosso umbigo e facilmente nos esquecemos de que não estamos sozinhos.

Precisamos todos uns dos outros.

O Natal não se trata de consumir sem olhar a meios, mas sim de dar.

Só desta forma podemos receber.

Desejo-te um Feliz Natal, com tudo a que tens direito.

Que recordações tens do teu natal, na tua infância?

 

Obrigado pela tua presença.

 

Segurança nos Brinquedos – EN 71 e COVs

Segurança nos brinquedos??

Sim, existe, e vou falar-te dos principais perigos que deves evitar para que o teu bebé, tu e mundo sejam mais saudáveis.

Não precisas decorar as siglas, mas sim entender o que está por detrás de cada uma delas.

E, principalmente, o quanto te podem ajudar nas próximas compras que fizeres.

Vou explicar o que são e o que representam, bem como os testes de qualidade a que estão relacionadas.

Como “amigos” muito próximos das crianças, os brinquedos são muito importantes para o seu desenvolvimento físico e intelectual.

Contudo, os brinquedos que revelem algum risco de segurança, podem causar sérios danos e problemas de saúde às crianças.

Vários países da União Europeia e do mundo inteiro (EUA, China, Austrália, Canadá, Japão, Nova Zelândia, etc.) adoptaram requisitos de segurança, e têm as suas normas específicas.

A EN 71 é uma norma europeia responsável pela especificação dos requisitos de segurança para brinquedos.

Esta norma é dividida em 13 partes, sendo que cada uma delas representa um teste a uma característica única do brinquedo.

A parte que interessa aqui focar é a número 3 (doravante EN 71-3), que é responsável pela especificação da migração de certos elementos (neste caso, os metais pesados).

O que significa isto?

Os metais pesados são utilizados, de uma forma comum, nos materiais em estado bruto que se encontram presentes nos brinquedos, nos colares, nas pulseiras, etc.

À medida que se vão acumulando no corpo humano, apresentam um grande risco para a sua saúde.

A comunidade internacional validou uma série de normas de segurança para restringir e controlar o uso de metais pesados nos brinquedos.

A EN 71-3 define os limites máximos dos elementos migrados nos materiais acessíveis, ou nas partes dos brinquedos.

Exemplos de elementos migrados: arsénico, bário, cádmio, crómio, chumbo, mercúrio, estanho, cobre, níquel, entre outros.

Dizem-se “elementos migrados”, porque referem-se aos solutos (substâncias que podem ser dissolvidas) extraídos dos materiais dos brinquedos, após um contacto contínuo com o ácido gástrico.

Estes elementos encontram-se nas tintas e vernizes, por exemplo, ou noutras substâncias da mesma natureza.

Em Junho de 2018, o Comité Europeu de Normalização (CEN) publicou uma adenda a esta norma.
A mudança vital nesta adenda, é essencialmente a alteração dos limites de migração destes elementos em conformidade com a Directiva (UE) 2017/738. De acordo com esta Directiva, os novos limites já entraram em vigor em 28 de Outubro de 2018, e são muito mais restritos.

E os brinquedos que são importados da China?

Pois bem, a compatibilidade com a EN 71-3 é um requisito obrigatório quando se importam brinquedos para a União Europeia.

Muitos importadores não entendem que a compatibilidade com esta norma é mais complexa do que se possa pensar.

Muitas lojas (na internet e não só) vendem materiais pedagógicos importados da China, e podem não ter esta preocupação em mente.

Simplesmente porque não se interessam, ou por desconhecimento.

Mas é um factor que tem que se ter em atenção.

Por isso, escolhe bem os brinquedos (ou materiais pedagógicos) para o teu filho.

Mesmo que sejam só de madeira, não tenham nenhuma parte electrónica nem mecânica ou de metal, o mais provável é que sejam pintados ou envernizados.

 

Artigo relacionado: O perigo escondido das tintas

 

A tinta, o verniz ou o óleo são certificados pela EN 71-3?

Muitos fabricantes de tintas (se não a maior parte deles), publicitam que as suas tintas são amigas do ambiente (incluem muitas vezes a etiqueta “ECO” para chamar a atenção) e são próprias para pintar a mobília dos quartos das crianças, etc., mas será que esta tinta corresponde a estes requisitos?

Sempre que comprares um brinquedo ou material pedagógico, pergunta (e insiste, se não te responderem na tua primeira insistência, ou se a resposta não for satisfatória):

  • Qual a origem do mesmo, onde foi feito?
  • As tintas e os vernizes são certificados pela EN 71-3?

É muito importante, para a tua saúde e para a saúde do teu filho.

cilindro de pinça pincer grasp
O meu filho a brincar com materiais pedagógicos Montessori feitos artesanalmente por mim, com acabamento com óleo certificado pela EN 71-3

Muitos fabricantes também publicitam que os seus produtos (sejam brinquedos, materiais pedagógicos, etc.) são posteriormente tratados com tinta aquosa, óleo natural, cera natural, ou até goma-laca.

Não estou a colocar em causa que não são produtos naturais e amigos do ambiente, mas…terão as certificações exigidas? Foram sujeitos a testes de laboratório, para que seja seguro o teu bebé mexer e colocar na boca?…

Os Compostos Orgânicos Voláteis (COVs, ou VOCs em inglês), são também um dos poluentes mais perigosos.

Alguns emissores de COVs são tão perigosos que são tóxicos e podem ser considerados carcinogénicos, ou seja, que podem dar origem a um carcinoma (tumor cutâneo).

A inalação prolongada deste tipo de emissores é um dos grandes factores de risco, e torna-se um grande perigo para a saúde humana, podendo causar sérios riscos e malefícios.

Infelizmente, é muito fácil encontrar os COVs, principalmente nas nossas casas.

Mas o que são, afinal, os COVs, e onde estão presentes?

Os COVs são componentes químicos que geralmente evaporam à temperatura e pressão ambiente.

Desta forma, dão origem a partículas voláteis que são libertadas para a atmosfera sob a forma de gás.

Esta libertação acontece de uma forma muito gradual, sendo imperceptível aos nossos olhos.

São perigosos não só para o ser humano, mas também para o meio ambiente.

São bons solventes (substância que permite a dispersão de outra substância) e extremamente eficazes para dissolver tintas.

Por isso mesmo são encontrados nos meios internos de construção, onde a ventilação não é a mais eficaz.

Estão presentes nos produtos sintéticos e naturais, como sejam os vernizes e solventes de tintas.

Além disso, existem também nos produtos de limpeza, repelentes, cosméticos, pesticidas, cola, combustíveis, papéis de parede, carpetes, etc.

O problema intensifica-se quando são libertados num ambiente fechado, como por exemplo numa casa: pode fazer com que as pessoas inalem uma concentração elevada destes vapores.

Destas inalações prolongadas podem resultar sintomas menos graves, tais como:

  • irritação da garganta, do nariz e dos olhos
  • problemas de respiração

Os sintomas mais graves poderão ser mais problemáticos:

  • náuseas
  • vertigens
  • fadiga
  • problemas nos rins e no fígado

Os sintomas variam muito de um produto para outro, consoante também o tempo de exposição.

Os efeitos dos COVs são particularmente difíceis de detectar de uma forma directa, porque dependem muito das quantidades absorvidas e do tempo de exposição.

Os COVs que estão presentes nos fumos dos cigarros, nos carros e combustíveis, por exemplo, podem causar cancro.

Na atmosfera, este tipo de composto pode surgir através da queima de combustíveis fósseis (gasolina, diesel e querosene, entre outros).

Desta forma, originam a famosa neblina de poluição que já se vê nalguns países (o famoso “smog”, ou seja, nevoeiro contaminada por fumaças).

São, por isso, considerados gases com efeito de estufa, ocasionando o aumento da concentração de ozono.

Isso significa que é responsável, em parte, pelo aumento da temperatura do planeta.

Para além do aquecimento global, ou seja, o aumento da temperatura média global do planeta, os COVs podem também contribuir para a poluição da água.

Isto pode acontecer quer por contacto directo do ar, quer pela absorção das argilas e lamas através das quais a água corre.

brinquedos
“Smog”

 

Por isso, todas as espécies (animais e vegetais) são afectadas pelos poluentes como o ozono.

As tintas são também uma das grandes formas de propagação dos COVs, através dos seus solventes.

Cada vez mais os fabricantes de tintas estão a apostar nas tintas que são à base de água e não têm solventes sintéticos.

Mas isso não significa que sejam certificadas para uso em brinquedos ou materiais pedagógicos.

Por isso, tem atenção com o tipo de tinta que usas para pintar as paredes da tua casa, e que estão também presentes nos brinquedos e materiais pedagógicos do teu filho.

Apesar da emissão dos COVs ser regulada e existir um valor máximo permitido por lei, este é um factor a ter em conta.

Tenta sempre perceber qual o valor de COVs que a tinta que vais usar para pintar a tua casa tem

Ou se o brinquedo/material pedagógico foi pintado com uma tinta certificada e com o valor mínimo de COVs.

Pergunta sempre que queiras saber mais, é um direito teu.

 

O ideal será uma tinta certificada pela norma EN 71-3, que não tenha COVs, não tenha solventes, não tenha cheiros e não tenha metais pesados.

 

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A minha Busy Board

Já há algum tempo que o meu filho tem vindo a demonstrar que necessita de outro tipo de estímulos e que gosta de trabalhar a fazer outras actividades. O primeiro pensamento que me ocorreu foi: “Chegou a hora dele ter uma busy board!”.

Em Montessori, trabalhar é o nome que se dá a brincar.

Diz-se que a criança está a trabalhar quando está brincar, porque está a exercitar o cérebro, as capacidades emocionais, sociais, psicomotoras, etc.

Tal como todos os bebés, o meu filho sempre gostou muito de mexer nos interruptores das luzes, de abrir as portas dos armários da casa toda, de ser ele a meter a chave na fechadura da porta da rua, e por aí fora.

Penso que já percebeste onde quero chegar.

Muito provavelmente identificas-te ou identificas alguém que está a passar esta maravilhosa fase da descoberta.

Enfim, é todo um mundo novo para eles, e faz todo o sentido que o explore.

A busy board (ou painel sensorial) é um quadro que tem várias actividades para a criança explorar.

Desta forma, ajudam-na a trabalhar em várias vertentes (já mencionadas acima), inclusive a motricidade fina.

Antes de iniciar este projecto, pesquisei muito.

Inteirei-me melhor sobre o que era uma busy board, quais as suas possibilidades e quais os diferentes tipos que existem.

Reparei que existem muitos, mas mesmo muitos tipos diferentes.

Cada qual tem um conjunto de actividades diferentes, e é quase impossível encontrar duas busy boards iguais.

Até porque simplesmente o conjunto de actividades a representar é tão vasto, que seria impossível agregar tudo numa só.

Ficaria enorme, já para não dizer muito confusa.

A juntar a tudo isto, existe também uma grande variedade de cores.

Muitas delas são tão fortes que retiram a atenção da actividade em si, e centram-na no objecto.

Não era esse o caminho que queria seguir, e penso que (infelizmente) a vertente comercial tem um papel predominante a desempenhar neste tipo de busy boards

Decidi então que teria que ter muitas fechaduras, das mais diversas variedades.

E interruptores, se possível que acendam mesmo uma luz, para se ter a percepção da causa-efeito.

Fui então às compras (algumas coisas encontrei localmente, outras tive que encomendar pela internet).

Depois foi uma questão de fazer um esboço que como iria dispor os vários elementos, consoante as medidas que iriam ter e o espaço que iriam ocupar.

 

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Claro, foram necessárias várias tentativas antes de acertar, mas afinal de contas, os protótipos servem para isso mesmo: para vermos se a nossa ideia funciona realmente!

Queria também dar uma funcionalidade extra às portas, além do simples gesto de as abrir e fechar.

Claro que os bebés ficam entusiasmados apenas com o simples facto de abrir uma fechadura e a porta (e repetem vezes sem conta até aperfeiçoarem o gesto).

Mas não seria muito melhor se por detrás de uma porta, estivesse uma fotografia ou  um desenho, em vez de um simples buraco, por exemplo…?

Seria um estímulo diferente, e até recompensador.

Daí que tive a ideia de fazer as portas com as dimensões adequadas para colocar lá dentro fotografias de 10x15cm, se assim o quisesse.

Podem-se colocar lá as nossas fotografias ou as dos nossos familiares.

Ou então desenhos de animais.

E que tal contar uma pequena história através das diferentes portas?

Ou brincar ao jogo da memória, e lembrarmo-nos onde está uma fotografia ou o desenho específico?

Ou contar até 7?

Ou mostrar as primeiras 7 letras do abecedário?

A imaginação não tem limites, e neste caso, é só dar asas à imaginação.

busy board
Fotografias de animais

Claro, também não quis que todas as portas fossem iguais e que abrissem sempre para o mesmo lado.

Por isso, existem portas a abrirem em todas as direcções.

Outra questão que surgiu foi como iria colocar as dobradiças nas portas… vi as várias formas possíveis, e optei pela mais difícil e trabalhosa (porque o espaço para trabalhar é muito limitado, dado que as portas são pequenas) e que, no fundo, é como são colocadas em qualquer porta normal.

E esteticamente fica bem mais apelativo do que ter as dobradiças presas pelo lado de fora.

Os bebés têm um sentido apurado para apreciar arte e percebem o que é bonito ou feio.

Optei também por colocar interruptores com as 3 cores primárias, para ele começar também a identificá-las, e um outro que sobe e desce.

Agora um pequeno aparte… confesso que ele não liga muito a este último, e se calhar até estava a pensar um pouco em mim, porque fez-me lembrar os interruptores dos cockpits dos aviões e helicópteros…

Sim, a construção desta busy board fez viajar-me um pouco no tempo e voltei à minha infância!

E de vez em quando sabe bem imaginar que levantamos voo e ligamos o turbo…

A rodinha preta, claro, tinha que fazer parte, porque sabia de antemão que ele iria gostar de mexer e de a ver rodar.

E a aposta foi ganha, porque todos os dias é colocada a rodar…

E como ele gosta de acender e apagar as luzes cá de casa, coloquei também um interruptor normal para que ele pudesse treinar.

Mas sentia que faltava algo, um interruptor verdadeiro, onde ele pudesse realmente acender e apagar uma luz.

Optei então por um que não tivesse a luz muito forte e que desse para controlar a intensidade.

Busy board
Interruptor de luz variável

Claro, escusado será dizer que adora brincar com este também.

E o labirinto sem saída, que está em baixo? É um desafio que optei por fazer, e que até a mim me apetece brincar.

As roldanas permitem-lhe também puxar as cordas para cima e para baixo, e com as fitas de várias cores consegue ter uma percepção melhor do movimento que faz.

Além do extra que é ver as fitas a andarem.

O cadeado preto…. confesso que vai ser um desafio enorme, até porque por vezes nem mesmo nós, adultos, acertamos bem na combinação.

Mas faz também com que esta busy board tenha um tempo de vida bastante longo.

Além de que, pode-se usar este tipo de cadeado para prender as correntes, ou prender a fechadura de outra porta, por exemplo.

Em relação à estrutura em si, tive que colocar um painel traseiro para proteger não só as pequeninas mãos de irem mexer onde não devem (podendo aleijar-se), mas também as zonas onde esta busy board pode encostar (paredes, móveis, etc.).

Cá em casa, costumamos encostar a um sofá ou a um móvel.

É possível também colocar uns suportes traseiros (na parte superior) para não oscilar quando se encosta nalguma superfície vertical desnivelada (uma parede em que existe a margem do rodapé, etc.).

busy board
Busy board junto a uma parede, suportada pelos apoios traseiros (aqui vê-se que o chão está um pouco inclinado…)

Podia optar por deixá-la encostada a uma superfície sem nenhum apoio, mas os bebés são pequenos exploradores natos, e muito facilmente poderia cair-lhe em cima, ferindo-o seriamente.

Para se manter em pé sozinha, fiz uns pés de forma a sustentar toda a estrutura. Deixei também um espaço para que seja possível colocar uns pés traseiros, não vá ser necessário colocá-la nalgum sítio onde não seja possível encostá-la

Desta forma, aguenta-se sozinha.

Decidi moldá-los e dar um pequeno toque de arte, para que não sejam apenas paralelepípedos em modo bruto e sem graça.

E assim também não perdem a sua funcionalidade.

busy board
Pés elegantes

Claro que todas estas precauções não invalidam que esteja um adulto por perto a supervisionar… afinal, os bebés conseguem testar os brinquedos ao limite.

Confesso que as protecções laterais não fizeram parte do plano inicial, mas foram colocadas por sugestão (e bem) da minha mulher.

Mais uma vez, os protótipos servem para isso mesmo, para alterar o projecto à medida que se vai realizando.

E as mulheres têm sempre boas ideias.

Sempre é um resguardo extra e é menos uma zona passível de ser explorada.

Tive que colocar também uma pega, porque trata-se de um objecto com dimensões grandes e já algo pesado no seu todo, e assim fica mais portátil e fácil de manusear.

Quando chegou a casa, dissemos ao L que tinha uma surpresa à espera na sala.

Todo contente, lá foi ele ver o que era… e claro, a sua cara iluminou-se de alegria assim que a viu!

Nem sabia bem o que fazer, tal não era a quantidade de coisas novas para mexer e fazer!

Ficou, sem exagero, 20 minutos a brincar com a surpresa (como ele a baptizou)!

20 MINUTOS!

20 minutos num bebé significam umas 2 horas!

Impressionante ter-se mantido focado tanto tempo!

Claro que cada bebé tem os seus objectos preferidos, e o do L é a rodinha preta, que farta-se de rodar e nunca se cansa.

Também fiz esta busy board tendo em conta os requisitos do meu cliente.

E claro, para isso é importante seres um pai consciente, estares presente e conheceres o teu filho.

 

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busy board
Surpresa! Aqui está um cão escondido

“O L gosta da surpresa”, repetiu vezes sem conta enquanto brincava.

E claro, encheu-me o coração ouvir estas palavras e vê-lo a brincar com algo que eu fiz, fruto das minhas próprias mãos, utilizando apenas ferramentas manuais.

 

Obrigado pela tua presença.

 

 

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