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Estrutura em K

Bem, dizer que esta estrutura foi o meu maior projecto até à data, em que tive que sair da minha zona de conforto, estudar, pesquisar, fazer coisas que nunca tinha feito… está correcto!

E foi mesmo o maior, literalmente, porque esta estrutura tem quase 2,5 metros de altura.

Adoro desafios novos, com os quais me identifique e que façam sentido dispor do meu tempo. Projectos únicos, que me façam pensar fora da caixa, sair da minha zona de conforto.
No fundo, fazer algo que nunca fiz antes.
E só dessa forma é que conseguimos evoluir.

E este desafio chegou-me através de uma mãe que queria algo… diferente para a sua filha.
Algo que também pudesse ser usado em família, para ter em casa.

Confesso que nunca tinha visto esta estrutura, e assim que a vi tentei perceber a sua finalidade, para que servia, e quais as suas possibilidades de uso.

E claro, como se poderia construir de uma forma robusta, segura, para que pudesse ser utilizada por qualquer pessoa, crianças e adultos.

Comecei a desconstruí-la, a perceber como os diversos encaixes poderiam funcionar, quais as dimensões mais correctas das várias peças, e qual a espécie de madeira mais adequada (que oferecesse a melhor relação qualidade-preço para o pretendido).
Sim, várias peças, porque realmente existem muitas peças e pormenores a considerar nesta estrutura, desde o seu correcto funcionamento até aos pormenores mais subtis, tais como esconder os nós das cordas, embeber as cabeças dos parafusos na estrutura para que não fiquem salientes, garantir que não ficam arestas salientes que possam magoar no seu manuseio, etc.
Muitos deles são pormenores estéticos, mas que ao mesmo tempo são também funcionais e fazem a diferença no seu todo.

E depois do orçamento aprovado pelo cliente?
Bem… a adrenalina começou a subir!
“Meto-me em cada uma!…”, pensei eu.

Mas agora não havia volta a dar, ou dava ou dava.

Fui às compras, para adquirir a quantidade de madeira necessária (bem, um pouco mais, porque lá diz o velho ditado, mais vale prevenir que remediar), procurar os tipos de parafusos mais indicados (de diversos comprimentos e com a robustez adequada), etc.

“Medir duas vezes, cortar uma vez”.

Pois é, se no geral esta é uma grande verdade para não nos enganarmos a cortar e estragar madeira desnecessariamente (já para não falar no tempo perdido a compensar o erro feito), aqui tive mesmo que fazer um esquema pormenorizado, um desenho técnico ao mais infimo pormenor, com todos os detalhes, para não haver mesmo nenhum engano.
Afinal, foi a primeira vez que fiz algo desta envergadura, que parece complexo à primeira vista.

Mas quando algo parece complexo, o melhor a fazer é decompor, desconstruir, separar por fases, segmentos, e tratar cada um desses segmentos como se fosse um mini projecto.

Ah!
E claro, a corda utilizada não podia ser uma qualquer. Esta família teve alguns problemas com a corda de uma rede para trepar de um triângulo de escalada que já tinha adquirido, e ficou decepcionada, porque era muita fina, dura, e magoava as mãos e os pés.


Por isso haviam requisitos muito específicos em relação à corda a utilizar para este projecto (tinha que ser grossa e macia para ser confortável), e após algum estudo e muitas pesquisas, só consegui encontrar fora do nosso país algo que cumpria todos os requisitos.

Isto porque, além deste requisito, havia outro muito próprio que eu fiz questão de adicionar, que era em relação ao tipo de nós a utilizar, e à sua segurança.

Nunca tinha trabalhado com cordas e nós, confesso, mas uma das partes aliciantes deste projecto foi isso mesmo: estudar os vários tipos de cordas e nós mais resistentes e adequados para o pretendido.
Por exemplo, fiquei a saber que a resistência da corda pode diminuir em mais de 50% usando um nó tradicional, enquanto que este tipo de “nó” é capaz de reter a resistência total da corda.

Bem, não é bem um nó, mas sim uma espécie de união entrelaçada na própria corda.
Claro que também tive que testar estas uniões com o meu próprio peso… nada como fazer testes exaustivos e científicos
E a regra de medir duas vezes e cortar uma vez também aplica-se às cordas.
Apesar de ter adquirido corda em excesso para precaver algum engano, foi necessário medir com cautela as quantidades necessárias, também para garantir que o desperdício seria o mínimo possível.

Bem, mas claro que teria que haver algum engano no meio disto tudo…

e cometi o erro de fazer algumas marcações na corda com marcador de tinta permanente, à prova de água… Bem que as tentei tirar mas não saíram nem por nada. Esfreguei várias vezes com água e sabão, pu-las na máquina de lavar roupa mas nada, a tinta não saiu.
Pronto, mais uma aprendizagem: cuidado ao utilizar marcadores de tinta permanente!

A espécie de madeira utilizada, bem como o diâmetro das barras, também foram requisitos muito específicos deste cliente, que sabia bem o que queria.
E com o meu aconselhamento chegámos a um consenso, dado o peso que esta estrutura iria suportar, já que tanto crianças como adultos a podem usar.
E esta estrutura terá que durar muitos e bons anos.

A inclinação da rede foi uma ideia do cliente, já que queria que oferecesse um grau de dificuldade gradual e não muito acentuado: nem está totalmente na vertical, nem muito inclinada.

E não se preocupem com a possibilidade da estrutura cair. É claro que está fixa à parede, a segurança acima de tudo!

A escada triangular foi um extra que o cliente fez questão que eu produzisse.

 

Desta forma este “mini-ginásio” tinha mais opções de utilização, e claro… também tive que a testar!
E ,meus amigos, deixem que vos diga que não é nada fácil colocarmo-nos em cima desta escada, requer muita força abdominal!

Havia apenas um pequeno “senão” neste projecto.
A minha oficina é pequena, e como tal disponho de poucas máquinas para facilitar-me o trabalho.
E também porque sinto-me mais à vontade a trabalhar com ferramentas manuais.

E claro, trabalhar esta quantidade de sarrafões e traves de madeira de uma forma manual e cuidada tem o seu preço.

Requer muito esforço, dedicação e tempo.
Uma coisa é utilizarmos máquinas em que empurramos a madeira e a máquina faz o corte (ou desbasta) por nós.
Outra coisa é agarrarmos numa plaina manual e desbastarmos nós próprios a madeira. Criar aparas sem fim, com um aroma a madeira fresca a pairar no ar… existe toda uma arte àparte no saber utilizar ferramentas manuais.

Dá um gozo enorme saber que esta estrutura nasceu do fruto das minhas mãos comandadas pelo meu cérebro, do meu esforço, do meu suor.

Todas as partes do meu corpo uniram esforços para que esta estrutura única em Portugal nascesse conforme o planeado e o desejado pela cliente.

Posso ser “maluco”, mas gosto de sentir, ouvir a madeira, trabalhar com os meus sentidos, apurá-los, poder estar a falar com alguém enquanto trabalho, e sobretudo não estar isolado do mundo com uma máscara, óculos e protecção para os ouvidos.


Eu sei, hoje em dia existem máquinas para tudo e mais alguma coisa. E fazem falta, têm o seu espaço de trabalho. Mas o meu espaço e orçamento são reduzidos, e quando assim é temos que trabalhar com o que temos.


Certo dia, comentei com um carpinteiro amigo a forma como trabalhei esta estrutura, e ele abriu a boca de espanto porque hoje em dia já ninguém faz desta forma.

Claro que existem sempre percalços, mas qual seria a piada se assim não o fosse?
Desde as abelhas que decidiram fazer uma visita para averiguar o que se estava a passar, e entrar nos orifícios das traves por onde passavam as cordas e os parafusos… até à humidade que durante a noite fazia das suas e empenava a madeira (e tinha que a embrulhar em plástico todas as noites)…

Mas tudo se resolve, com paciência.

Bem, e claro, depois foi outra aventura colocar tudo no carro e seguir viagem.
Mas tudo se consegue, com mais ou menos dificuldade.

Ah! O colchão também foi feito por medida e com a cor escolhida pelo cliente (já vos falei que tenho uma parceria com uma fábrica protuguesa de colchões? Desta forma, juntou-se o útil ao agradável, e este projecto foi todo Made in Portugal ❤️).

Confesso que saí da casa do cliente com o meu coração cheio, por muitas e diversas razões:
– foi um projecto e um desafio único para mim (e confesso que não conheço em Portugal quem já o tenha feito)
– aprendi sobre os tipos de cordas e nós mais adequados para este tipo de estruturas
– e sobretudo, ultrapassei um grande desafio pessoal, ao acreditar nas minhas capacidades e perceber do que sou capaz fazer.

 

 

Se durou mais tempo que o previsto? Confesso que sim. Tive que ser resiliente, saber contornar os diversões percalços que me foram aparecendo ao longo de todo este caminho, e acreditar que era capaz.

Se valeu a pena? Claro que sim!

 

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“Tem que ser”

– “Então, como vai a vida?”
– “Mais ou menos, cá vamos andando”
– “Tem que ser”

Quando vou à frutaria, ouço muitas vezes as pessoas idosas a comentarem umas com as outras as suas maleitas, o como vai a vida, o cá vamos andando, o tem que ser, porque não há outra forma de viver.
Dão a entender que a vida é feita de sofrimento e que não existe outra forma de ser e estar, que só a sofrer é que vivemos.

Mas existe!

E sofrimento é diferente de sacrificio.
Por vezes os sacrifícios têm que ser feitos, não podemos fugir deles.
São problemas que existem, percalços que aparecem no nosso caminho, e que têm que ser superados.

A vida é maravilhosa de se viver.

As pessoas de outras gerações pensam de forma diferente.
Fruto da sociedade em que nasceram e cresceram, os seus pais, avós, bisavós, etc. tiveram sempre esta forma de ser e de estar, incutida pelos mais velhos.
E é isso também que nos tentam passar, porque é isso que sabem e viveram.
É todo um ciclo com efeito de bola de neve, que se não for quebrado, não nos deixa revelar todo o nosso potencial enquanto ser humano.

A felicidade conquista-se todos os dias.
O amor conquista-se todos os dias.
Quando sentimos que há algo que não está bem, significa está na altura de mudar.

Temos o dever de demonstrar aos nossos filhos que podemos ser felizes a viver a vida que sempre sonhámos ter.
Demonstrar e não mostrar.
Não basta apenas mostrar que outras pessoas conseguiram.
E nós?
Não teremos também essa capacidade de mudar a nossa vida?
Não teremos todos essa capacidade, adormecida para alguns, como se de um vulcão se tratasse à espera de entrar em erupção?

A vida é feita para ser vivida com alegria.

Por isso, façam o favor de serem felizes e alcançarem os vossos sonhos.

 

 

 

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De pedagogias alternativas para o senso comum

– “Os meus parabéns”, disse-me o senhor ao longe, já com alguma idade, ao ver o meu filho a sair do carro.
– “Obrigado”, retorqui, sem saber bem o porquê de tal agradecimento.
O vento não deixou ouvir muito mais, e a tarde escura de inverno começava a aparecer.

Na nossa antiga casa, morávamos numa zona com uma elevada densidade populacional, que não nos deixava conhecer os nossos vizinhos.
Todas as pessoas eram perfeitas desconhecidas, que apenas conhecíamos de vista.
É um dos males deste tipo de zonas, em que a facilidade de chegar a qualquer lado, e com o comércio ao pé é uma benesse. Mas depois tem o reverso da medalha de não conhecermos as pessoas.
E com as máscaras (devido à pandemia) vem piorar um pouco a situação.

 

Foi um dos pontos que nos fez querer mudar o rumo da nossa vida pessoal.

Sim, podemos mudar o rumo dos acontecimentos e a forma como nos impacta.
Basta querermos.

O Rui (soube mais tarde o seu nome) é um senhor muito simpático e com um enorme gosto em aprender e em trasmitir os seus conhecimentos acumulados durante os seus longos anos de vida.
Sempre nos cumprimentou de forma entusiasta (e sempre com algum conhecimento para transmitir) desde o primeiro momento em que chegámos ao prédio, até ao último dia da nossa saída.

– “Os meus parabéns por ter esperado que o seu filho decidisse sair do carro”, disse-me ele, noutro dia.
Fiquei um pouco sem palavras, porque para mim, é algo perfeitamente normal e que pratico (ou tento) todos os dias.
– “Se fosse outra pessoa, não tinha esperado, e tinha-o puxado para fora do carro, a apressá-lo. Mas reparei que teve muita paciência e esperou que ele saísse do carro, sem apressá-lo. Os meus parabéns!”, referiu.
– “Obrigado, mas para mim não faz sentido ser de outra forma. Temos que respeitá-los e dar-lhes tempo”, disse eu.
E de facto assim é.
Não é fácil, especialmente quando estamos com pressa, mas temos que o fazer.
Palavra puxa palavra, falei em vários métodos pedagógicos de ensino que respeitam o ritmo de desenvolvimento de cada criança e que proporcionam as condições para que a sua autonomia floresça de uma forma natural: Montessori, Waldorf, etc.
O senhor ouviu muito atentamente e ficou muito intrigado e admirado (pois nunca tinha ouvido falar destes nomes), e ao mesmo tempo maravilhado porque ele próprio também acredita nos fundamentos destes métodos de ensino.
E, para ele, era espectacular conhecer alguém jovem com esses princípios.
Apontou na sua folha de papel o nome de Maria Montessori, agradeceu (como sempre) com um sorriso e um “Prazer”, e foi-se embora.

No outro dia, encontrou-me na rua a fazer mudanças, e veio logo abordar o tema Montessori: fez a sua pesquisa e chegou à conclusão que foi uma grande senhora, que fez um grande feito para a sua época.

E claro, estivemos a trocar mais algumas ideias, e ele sempre fascinado.

E o mesmo cenário repetiu-se nos vários dias seguintes.
Muitas vezes, estava eu com alguma pressa (mea culpa, mas quando estamos a fazer mudanças o tempo é precioso), e ao mesmo tempo que estava a colocar coisas no carro por uma das portas laterais, o senhor “enfiava-se” pelo porta-bagagens (só faltou entrar mesmo dentro do carro) e mostrava-me um livro sobre Maria Montessori, ou uma passagem nalguma revista em que falava do seu nome, etc.
Nem dava conta, porque estava a falar de algo que o fascinava, e sempre ansioso por aprender algo mais.
Eram situações caricatas, confesso, e engraçadas.

Algumas vezes até foi bater à porta do nosso apartamento para falar um pouco.

“Os senhores vão fazer aqui muita falta”, disse ele, em tom de tristeza.
Que maneira simpática de dizer que gostaria que ficássemos.
Quantas vezes ouvimos alguém dizer isto?
Muitas vezes dizem “Boa sorte”, ou “Felicidades”.
Mas muito raramento se ouvem frases deste género.
E são estas atitudes que cativam.

É o típico senhor que toca à nossa porta para avisar que deixámos a luz exterior acesa, ou que repara que temos as mãos ocupadas e que chama o elevador por nós (sem vermos), antes de entrar em casa.

E, nos últimos dias, acabou por pedir o meu contacto telefónico, para quem sabe, um dia, falarmos um pouco mais sobre “estas coisas” de ser criança num mundo de adultos.

Este tipo de conversas não deveriam acontecer, pelo simples facto de que deveriam ser do senso comum.
Estas atitudes deveriam fazer parte do nosso quotidiano.
Todo este núcleo que é intrínseco a cada método pedagógico ou abordagem (no fundo, respeitar a criança e deixá-la apenas ser), deveria fazer parte de cada adulto.
Estes métodos/abordagens deveriam estar tão disseminados que já não seria estranho falar deles.
É para aí que temos que caminhar.
É um longo caminho, mas a viagem já começou.

Obrigado, Rui, por estes momentos de aprendizagem.

Um bom ano!

 

 

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Um Triângulo de Escalada/inspiração Pikler® muito especial

Recentemente, fui contactado para um pedido muito único e diferente: uma proposta para fazer um Triângulo de Escalada (também conhecido como triângulo de inspiração Pikler®) com uma rampa.

E no passado dia 10, fez precisamente 4 meses que o fui entregar pessoalmente.

 

O que é um Triângulo de Escalada/inspiração Pikler®?

Bem, se calhar o melhor é perceber qual a origem deste nome.

“A abordagem Pikler® para crianças dos 0-3 anos foi desenvolvida pela médica Húngara Emmi Pikler (1902-1984), que somou a sua experiência de dez anos como médica de família ao trabalho realizado na instituição de acolhimento situada na Rua Lóczy, em Budapeste (…). Autora e conferencista conhecida pela sua abordagem revolucionária com os cuidados infantis, em 1946,  fundou um infantário em Budapeste, Hungria: o Instituto Pikler®. Esta abordagem está embasada no cuidado com a saúde física e no respeito pela individualidade de cada criança, e tem como princípios fundamentais a relação privilegiada entre mãe/educadora e o bebé, e o desenvolvimento da autonomia através do brincar livre”

(Fontes: Abordagem Pikler – Educação Infantil; Pikler Lóczy USA)

 

O Triângulo de Pikler® (na sua versão original, mais pequena e minimalista) foi criado precisamente pela Drª. Emmi Pikler, para encorajar os bebés e as crianças que estão a começar a andar, a ganharem confiança, estabilidade e força, no seu próprio ritmo.

 

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Triângulo de Pikler® original,

 

Os princípios orientadores desta abordagem vão muito de encontro ao praticado pelo método pedagógico criado por Maria Montessori, em que o foco está também no respeito pela individualidade e autonomia de cada criança, fornecendo ferramentas (sejam materiais ou mobiliário específico) que fomentem esses mesmos princípios e que encorajem a criança a ser mais autónoma, independente e confiante, crescendo ao seu próprio ritmo de desenvolvimento.

Devido a estas características, é por isso muito comum encontrarmos estruturas Pikler® inseridas na comunidade Montessori (escolas, centros de aprendizagem, etc.).

Em relação ao triângulo de Pikler®, mais tarde surgiram algumas variações: estruturas maiores e que sejam capazes de se fechar, para facilitar o armazenamento.

 

Voltando ao pedido que me foi feito…  o que tem de único?

Primeiro, porque foi pensado pela avó de uma menina autista para desenvolver a sua motricidade, e seguidamente apoiado e recomendado pela sua pediatra.

Além disso, tem medidas diferentes ao que normalmente se encontra no mercado, ou não tivesse sido feito por medida.

 

É um tamanho grande, com altura e comprimento generosos, e largura suficiente para estarem duas crianças a brincarem lado a lado.

E claro, robusto o suficiente para suportar o peso de ambas.

Não sei explicar, mas assim que recebi este pedido, identifiquei-me imediatamente com ele, e senti que deveria fazer esta estrutura.

Foi com enorme gratidão e humildade saber que a escolha recaiu sobre mim, entre várias opções. A aposta no mercado português era também uma das condições mais desejadas por esta avó, e faz todo o sentido que assim seja.

Os portugueses também sabem fazer bem, e somos muito bem vistos no estrangeiro como pessoas trabalhadoras, honestas, e produtoras de trabalho de qualidade.

A arte da marcenaria não é excepção, e o nosso trabalho com as madeiras é muito apreciado lá fora.

Assim que soube o que seria necessário fazer, um mapa da estrutura com todas as ligações entre as peças começou a tomar forma na minha mente.

Algumas pontas soltas foram deixando de o estar com o passar dos dias.

Dei por mim a adormecer a pensar na melhor forma de fazer esta estrutura, garantindo a sua segurança, robustez e integridade, e ao mesmo tempo com pormenores que a possam distinguir.

 

Este foi um projecto feito à medida, com requisitos específicos.

 

Apesar de ter sido feito baseado em medidas fornecidas por uma fotografia, não hesitei em fazer alterações para não comprometer o centro de gravidade e o ponto de equilíbrio da estrutura.

Por ter medidas muito grandes, é necessário pensar em muitos pormenores, mesmo os mais intrínsecos.

 

Alguns esboços foram feitos, rabiscos desenhados, e a estrutura final começou a ganhar forma no papel.

pikler
É importante ter todas as ferramentas de trabalho bem afiadas, mesmo aparentemente as mais insignificantes

 

Existem vários aspectos que tiveram que ser considerados aquando do seu esboço: a espessura das barras e o espaçamento entre elas, o ângulo formado pela abertura da estrutura, etc.

Foram todos pormenores calculados ao milímetro, e que resultaram numa estrutura ímpar.

 

 

pikler
Nada como fazer experiências com os modelos à escala real

 

Os desenhos e as alterações foram partilhados com a avó desta menina, para que estivéssemos todos alinhados em relação ao formato da estrutura.

E depois… mãos à obra!

Sim, literalmente mãos à obra, porque este foi um projecto verdadeiramente artesanal.

Existem duas formas de fazer as coisas: com o recurso a máquinas, ou apenas com ferramentas manuais.

 

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Os dois mundos complementam-se, e funcionam como que numa espécie de simbiose, quando bem aplicados.

 

Por exemplo, quando se querem muitas peças idênticas, feitas num curto espaço de tempo, as máquinas dão uma grande ajuda e permitem ter um elevado ritmo de produção, com a mínima intervenção humana.

Por um lado, poupamos tempo, não nos cansamos tanto e ficamos com as coisas feitas.

Por outro lado, as máquinas quase que nos tornam “adormecidos”, entorpecendo os nossos músculos, os nossos sentidos, a nossa percepção perante a realidade.

 

O trabalho manual permite-nos criar peças exclusivas.

Envolve-nos de tal forma que somos obrigados a usar todas as nossas habilidades, os nossos sentidos, experiência e conhecimento.

Permite-nos treiná-los e desenvolvê-los.

pikler
A parte do acabamento é muito importante, e não deve ser apressada

 

A curva de aprendizagem é maior? Sim, mas a satisfação de ver algo a ser produzido pelas nossas próprias mãos não tem explicação. O nível de confiança aumenta e o nosso horizonte expande-se para fora da zona de conforto. A evolução acontece de uma forma natural. E a experiência adquirida transporta-se para a nossa memória muscular, e aí permanece, disponível para ser usada sempre que for necessária.

 

Mas espero não estar a deturpar o que quero transmitir.

As máquinas são necessárias e fazem falta.

Trata-se apenas de juntar o melhor dos dois mundos e saber quando usar, e o que usar.

 

Mas abraçar este projecto de uma forma inteiramente artesanal foi muito importante para mim, porque permitiu-me desafiar os meus conhecimentos e aprimorar a minha  técnica amadora.

 

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Tive que utilizar ferramentas que raramente uso, e técnicas que nunca tinha experimentado. São aquele tipo de ferramentas muito específicas e especializadas, que pensamos se algum dia as vamos a usar. E quando precisamos delas, ficamos contentes por tê-las comprado, sabendo precisamente que um dia iriam ser úteis.

 

pikler
Tupia manual. Quem diria que viria a ser tão útil?…

 

Com um prazo para cumprir, cheguei a pensar onde é que me tinha ido meter e porque é que tinha aceite este desafio… mas as coisas acontecem por alguma razão, e não há tempo para pensar em voltar atrás, ou tomar atalhos.

A pressa é inimiga da perfeição, e por vezes, os atalhos consomem-nos mais tempo do que o normal. As coisas podem não ficar bem feitas, e no fim ainda é necessário perder tempo a reparar o que poderia ter sido evitado. Os atrasos sucedem-se e a frustração aumenta.

 

E que satisfação ver o modelo que idealizámos tornar-se realidade perante os nossos olhos! Perante as nossas próprias mãos!

 

E claro, tudo o que eu faço tem que ser testado por mim, e depois pelos meus filhos.

Confesso que quando eu experimentei, fiquei um pouco receoso de que algo corresse mal e que a estrutura se desmontasse, mas ao mesmo tempo estava muito confiante, porque fi-la precisamente para suportar pesos mais pesados.

 

pikler
No início foi um pouco com medo, mas depois não queria outra coisa

 

 

Existe algo de mágico quando olhamos para um desenho, e de repente temos o modelo à escala real terminado, mesmo à nossa frente.

pikler
Quando damos por nós, a magia acontece

 

E aí paramos um pouco e pensamos… “eu fiz mesmo isto??…”

 

E fico feliz por saber que esta estrutura vai ser muito útil.

 

Não interessa tanto o que fazes, mas sim como fazes.

 

Obrigado pela tua presença.

 

 

Achaste este artigo interessante? Provavelmente estes também vão ser-te úteis:
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» O que estamos a fazer às nossas crianças?
» Como trabalho a madeira

 


 

Acreditamos que todas as crianças têm direito à sua individualidade e criatividade, num ambiente familiar, preparado para o seu desenvolvimento.
A nossa visão é que todos os bebés e crianças se possam desenvolver de uma forma integral, autónoma e responsável, através do fornecimento de mobiliário e materiais pedagógicos de elevados padrões de qualidade.

 

 

O que as outras pessoas têm a dizer acerca dos nossos produtos:

 

Tanto a qualidade como os acabamentos excederam as expectativas. Nota-se um cuidado extremo e isso dá-nos imensa segurança no produto. Compraria sem dúvida outro material ao Papai Tó.
Recomendaríamos tanto pela qualidade como pela preocupação constante para atingir o perfeccionismo dos produtos.

Ana Castela

 

Ouvimos falar do conceito Montessori pela primeira através do Papai Tó, e apaixonámo-nos. E quando soubemos que podíamos encomendar estes materiais incríveis, ainda por cima feitos à mão com todo o carinho e atenção que o António coloca em tudo o que faz, e além disso feito com materiais biológicos, seguros e sustentáveis, tivemos de arranjar uns para o nosso pequeno rebento. Começou a utilizar os materiais e adorou-os tanto que os levamos connosco para onde quer que vamos. Desde o alívio que proporcionam nas gengivas, aos sons agradáveis e calmos que produzem, á forma como treinam a manipulação de objectos, estamos a adorar a experiência de ver o nosso pequeno a desenvolver-se e a divertir-se ao mesmo tempo.
Sentimos que devemos recomendar produtos e serviços em que realmente acreditamos e que fizeram a diferença para nós.
Recomendamos o Papai Tó sempre a todos os pais que conhecemos com filhos mais pequenos. Artesanato português com uma missão inspiradora e energia muito especial.

Bia Gabriel

 

Se te identificas com este projecto, segue a nossa página no facebook e adere ao nosso grupo privado para ficares a saber das últimas novidades em materiais e mobiliário de madeira de inspiração Montessori e Pikler com promoções exclusivas.

 

É tudo uma questão de equilíbrio

Tudo na vida tem que ter um equilíbrio.

Os excessos não fazem bem a ninguém, mesmo que à partida pareçam benéficos.

A longo prazo, irão evidenciar-se cada vez mais, o que poderá afastar-nos da nossa sanidade.

Necessitamos do equilíbrio para nos mantermos sãos.

O nosso corpo assim pede.

A nossa mente assim exige.

O nosso coração assim sente.

 

O L já está muito crescido e estava na altura de lhe fazer uma nova surpresa.

 

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Algo que ele poderia usar para treinar a motricidade, equilíbrio, imaginação, e tudo mais que ele quisesse. Não que ele necessitasse muito para o seu desenvolvimento, mas fazia-lhe falta mais alguns desafios.

Na altura existiram várias opções, mas o balancé (também chamado de “rocker”) foi o escolhido.

O balancé/rocker é um material muito versátil.

Pode ser utilizado como:

  • Balancé
  • Estrada para carrinhos
  • Tenda
  • Esconderijo
  • Espreguiçadeira
  • Túnel
  • Ponte
  • Balcão de cozinha

 

Só mesmo a imaginação é que vai ditar a forma como vai ser utilizado!

 

equilibrio

E claro que não podia deixar de experimentar a minha criação.

Este que construí tem um dado acrescido: é de tal forma resistente que aguenta com um adulto!

Nunca tinha andado em algo deste género, confesso.

Foi uma sensação indescritível!

Um misto de satisfação e liberdade preenche-nos, o que nos faz esquecer de tudo o resto.

A minha criança interior recordou-se de como é bom brincar sem regras, sem pensar em mais nada.

Brincar livremente, no presente.

Até posso confidenciar que as visitas de adultos também querem experimentar qual é a sensação de balançar numa estrutura deste tipo!

 

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E melhor do que andar apenas um adulto é…  andarem um adulto e uma criança!

Ficamos um pouco apertados, é certo, mas tinha também que experimentar andar com o meu filho. Agarrámo-nos bem os dois e lá fomos nós!

 

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E quando começou a ganhar mais confiança, ele lá pedia para andar um pouco mais rápido…

Ah, e claro que tive de testá-lo de várias formas, e levá-lo ao limite.

Tentei tombá-lo para frente e para trás mas torna-se bastante seguro, pois as extremidades salientes garantem que isso não aconteça.

E fica com um design atrativo, e que dá para puxar pela imaginação.

O que será que parecem?

Uma minhoca?

Uma serpente?

Um dinossauro?

Uma tartaruga?

 

Existem vários tipos de balancés/rockers no mercado, mas este é único.

Primeiro, porque foi feito por mim, com alterações de design.

E depois, porque foi feito a pensar no L.

O L é um rapazinho bem constituído, sem ser gordo.

Já mede cerca de 1 metro, com cerca de 3 anos.

Com estas medidas, cheguei à conclusão que os tradicionais balancés/rockers não seriam uma boa opção para ele, já que são de dimensões um pouco reduzidas para a sua estrutura.

Com o crescimento que ele tem, rapidamente ficariam postos de parte e durariam pouco tempo.

Assim, decidi construir um que lhe permitisse usufruir durante muito mais tempo, com algumas particularidades.

Algumas já foram aqui faladas, e outra é que eu quis que as estruturas curvas (onde as tábuas assentam) fossem um pouco largas e uniforme em todo o seu comprimento.

 

Porquê?

Bem, primeiro, porque dá um suporte extra a quem está a balançar.

E por outro lado, permite ter um espaço mais largo para brincar.

Já aconteceram aqui muitas corridas de carros…

 

 

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E se te disser que toda esta estrutura foi feita artesanalmente, utilizando apenas ferramentas manuais?

Curioso o que se pode fazer com meia dúzia de ferramentas bem afiadas…

 

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Por vezes pensamos que estamos dependentes das máquinas para fazer qualquer coisa.

 

 

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A nossa confiança pode entrar em declínio quando permitimos que a tecnologia invada o nosso espaço e deixamos de fazer trabalhos manuais.

Contruir e fazer coisas fez sempre parte da humanidade.
Está no nosso sangue.
Só assim conseguimos sobreviver desde os tempos primórdios.

O rigor de construção é idêntico ao conseguido com a utilização de máquinas. As máquinas são conhecidas por efectuarem cortes com precisão milimétrica, mas se existir rigor e método na construção, a arte manual não fica em nada atrás das máquinas.

 

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É muito gratificante e recompensador materializar uma ideia que cresceu na nossa mente.

Pensamentos vagos que foram delineados em papel, e que depressa não tardaram a tornarem-se uma realidade.

 

 

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O tempo passa muito rápido quando fazemos o que gostamos.

No fundo, é tudo uma questão de equilíbrio.

 

Obrigado pela tua presença.

 

 

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Acreditamos que todas as crianças têm direito à sua individualidade e criatividade, num ambiente familiar, preparado para o seu desenvolvimento.
A nossa visão é que todos os bebés e crianças se possam desenvolver de uma forma integral, autónoma e responsável, através do fornecimento de mobiliário e materiais pedagógicos de elevados padrões de qualidade.

 

 

O que as outras pessoas têm a dizer acerca dos nossos produtos:

 

Tanto a qualidade como os acabamentos excederam as expectativas. Nota-se um cuidado extremo e isso dá-nos imensa segurança no produto. Compraria sem dúvida outro material ao Papai Tó.
Recomendaríamos tanto pela qualidade como pela preocupação constante para atingir o perfeccionismo dos produtos.

Ana Castela

 

Ouvimos falar do conceito Montessori pela primeira através do Papai Tó, e apaixonámo-nos. E quando soubemos que podíamos encomendar estes materiais incríveis, ainda por cima feitos à mão com todo o carinho e atenção que o António coloca em tudo o que faz, e além disso feito com materiais biológicos, seguros e sustentáveis, tivemos de arranjar uns para o nosso pequeno rebento. Começou a utilizar os materiais e adorou-os tanto que os levamos connosco para onde quer que vamos. Desde o alívio que proporcionam nas gengivas, aos sons agradáveis e calmos que produzem, á forma como treinam a manipulação de objectos, estamos a adorar a experiência de ver o nosso pequeno a desenvolver-se e a divertir-se ao mesmo tempo.
Sentimos que devemos recomendar produtos e serviços em que realmente acreditamos e que fizeram a diferença para nós.
Recomendamos o Papai Tó sempre a todos os pais que conhecemos com filhos mais pequenos. Artesanato português com uma missão inspiradora e energia muito especial.

Bia Gabriel

 

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Não interessa o que fazes, mas como fazes

“Não interessa o que fazes, mas como fazes”.

Não sou o autor desta frase, mas identifico-me muito com ela.

Por outras palavras, não interessa o fim propriamente dito, mas sim o caminho percorrido até chegar lá.

No meu caso, todo o carinho, todo o amor, toda a experiência que tenho são colocados em prática quando faço uma peça em madeira.

Desde o momento da compra da madeira no seu estado bruto, até à fase final do acabamento, em que é necessário respeitar o meio-ambiente e a saúde das nossas crianças.

 

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Seja para o meu filho, seja para a casa, seja para outra pessoa (que posso ou não conhecer pessoalmente), não existe distinção.

A qualidade final do trabalho é a mesma.

Não estou só focado no resultado final, como em todo o processo de execução.

Existe qualquer coisa de mágico no processo de ir à serração comprar a madeira no seu estado bruto, e contemplar a sua transformação, à medida que vou trabalhando nela.

Grandes riquezas emergem à medida que se vai aplainando a madeira… a sua textura começa a ganhar vida, qual D. Sebastião que reaparece no meio do nevoeiro… cheiros harmoniosos pairam no ar…

Visualizo a peça final, já terminada, e as minhas mãos encarregam-se de transformar a minha visão em realidade.

Se já existe na minha mente, é porque é real e exequível.

O trabalhar com ferramentas manuais é um factor predominante na minha forma de trabalhar, é onde me sinto mais à vontade.

 

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E, para mim, não é só o produto final tem que corresponder ao rigor e empenho colocados. O tipo de acabamento utilizado tem que respeitar o meio-ambiente e as normas de segurança em vigor.

Não basta apenas garantir que as superfícies fiquem bem lisas e suaves ao toque, com as arestas arredondadas, para não ferir as mãos.

Sabes, seria muito fácil não me importar com esta parte da finalização.

Mas não conseguiria ficar bem comigo próprio, sabendo que existem dois caminhos a seguir, e que teria optado pela via menos ética.

A via mais fácil e mais rápida nem sempre é a melhor.

Na minha área de actividade, confesso que, por exemplo, seria muito fácil utilizar um óleo, verniz ou tinta que não respeitasse o meio-ambiente e a Norma Europeia de Segurança de Brinquedos EN 71-3.

E argumentar o contrário.

 

Não interessa o que fazes

 

 

É que não é muito fácil explicar os cuidados necessários na escolha de um acabamento certificado.

 

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A EN 71, é a norma que define os requisitos de segurança para todos os brinquedos vendidos na União Europeia.

É dividida em 13 partes, sendo que a parte 3 é a que define a especificação para a migração de certos elementos.

O que quer isto dizer?

Existem elementos que estão presentes em muitos produtos e que são tóxicos, se os valores excederem os permitidos por lei.

Elementos tais como níquel, crómio, cádmio, arsénico, cobre, chumbo, alumínio, mercúrio, etc, são apenas alguns que se podem encontrar em brinquedos, por exemplo.

A EN 71-3 regulamenta e controla qual a quantidade máxima que pode existir em cada elemento, e que possa apresentar risco de toxicidade para as crianças.

Não basta apenas que tenha o rótulo de “ecológico” ou “amigo do ambiente”.

É algo que parece banal, à primeira vista, mas que convém analisar pormenorizadamente para que as suas vantagens fiquem bem claras.

 

O cuidado com os acabamentos utilizados é muito importante, porque estamos a zelar:

  • Pela saúde em geral, e principalmente pela saúde dos bebés e crianças;
  • Pelo respeito com o meio-ambiente;
  • Pela conservação da madeira.

 

A madeira pode resistir durante muito tempo, sem ser necessário nenhum tipo de acabamento.

Mas dura muito mais se for protegida.

E, no caso dos mordedores de madeira para bebés, por exemplo, é importante também por causa da saliva dos bebés, que por vezes pode ser um pouco ácida.

A madeira, em termos genéricos, tem o que se chama “pêlo”, que não são mais do que as fibras da madeira. Diz-se que a madeira tem o pêlo levantado quando existe o eriçar das pequenas fibras da madeira que se encontram à superfície.

Isto acontece especialmente no contacto com água ou com outro tipo de líquidos.

Líquidos mais difíceis de limpar que a água (mais gordurosos, por exemplo), podem inclusive danificar a madeira não tratada com o passar do tempo, podendo deixar manchas.

A limpeza de uma madeira tratada torna-se muito mais fácil de fazer com um pano macio, ao invés da madeira sem nenhum tratamento, em que agarra muito mais pó e sujidade.

Indo um pouco mais além, diria mesmo que as instituições mais antigas, bem como as mais recentes (e até as que vão começar), deveriam fazer tudo o que estivesse ao seu alcance para terem mobiliário e materiais de madeira que respeitassem os pontos acima referidos.

Até o cuidado com a pintura das paredes deveria ser respeitado ao máximo.

Especialmente nos berçários, já que os bebés têm o sistema imunitário menos desenvolvido e são mais frágeis e susceptíveis a problemas respiratórios, entre outros.

 

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Como poderia eu ficar indiferente, sabendo que nem todos têm conhecimento desta informação?

E é com uma enorme alegria e satisfação, que vejo uma crescente preocupação e empenho de outros fornecedores (e revendedores) de mobiliário e materiais pedagógicos, em garantir uma melhor qualidade do produto final.

Porquê?

Porque, por motivos óbvios, todos temos a beneficiar com esta tomada de consciência. Mas é a nova geração, a geração dos nossos bebés, que mais vai beneficiar.

 

Obrigado pela tua presença.

 

 

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