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O perigo escondido das tintas

Tal como os óleos e os vernizes, as tintas também têm um perigo escondido e que é prejudicial para a saúde do teu filho, da tua casa, e do meio ambiente.

Infelizmente, não é do conhecimento geral, e muitas pessoas não se preocupam com a qualidade da tinta utilizada.

Neste artigo vou esclarecer quais os principais cuidados a ter na escolha de materiais de madeira que sejam pintados.

Existem muitos tipos de tintas, mas muito provavelmente as que se usam mais são as tintas acrílicas (à base de água) e as tintas a óleo (tal como nome indica, à base de óleo).

De um modo geral, o tipo de tinta escolhida tem como factor primordial a superfície que vai ser pintada: parede, chão, madeira, ferro, etc.

Normalmente, não existe interesse em perceber qual a tinta utilizada, desde que o material esteja bem pintado. Muitas vezes, isso pode acontecer devido à falta de informação.

Outras vezes porque vivemos numa sociedade de (cada vez mais) consumo rápido, e queremos as coisas feitas para ontem, não interessa como.

Mas o meio-ambiente sai prejudicado.

O meio-ambiente onde TU e a TUA família vivem, saem prejudicados.

A longo-prazo, TU e a TUA família também vão sofrer as consequências resultantes de uma má escolha feita no passado, quando a pressa era inimiga do bem-estar.

Uma das características das tintas que permite identificar se as tintas são ecológicas e se é seguro utilizá-las, são os Compostos Orgânicos Voláteis (COVs).

De uma forma resumida, os COVs são um conjunto de substâncias químicas que evaporam à temperatura e pressão ambiente, prejudiciais à saúde das pessoas e meio ambiente. Existem em repelentes, tintas, cola, combustíveis, produtos de limpea, etc. Como são libertados de uma forma lenta, e ao longo de vários anos, não é visível a olho nu. Estão associados a eczemas, alergias, etc.

Uma forma de controlar os COVs é através do seu valor, em que um valor nulo é o ideal.

Os COVs são um grande contributo para a poluição da baixa atmosfera, e o uso destes componentes ajudam ao aquecimento global.

A emissão dos COVs é legislada pela União Europeia, e o valor limite são até 100 g/L (colocar link). Este valor vem discriminado no rótulo dos produtos (tintas, vernizes), mas muitas vezes é ignorado, infelizmente.

 

Artigo relacionado: Segurança nos Brinquedos – EN 71 e COVs

Um mito que gostaria de esclarecer é em relação ao cheiro.

Diz-se que o acabamento é nocivo quando tem cheiro. Mas é preciso não confundir o cheiro com a toxicidade. O acabamento pode ter algum cheiro resultante dos produtos naturais utilizados. No entanto, desaparece com a utilização e com o passar do tempo.

Mas, se tiver as certificações recomendadas, é livre de químicos tóxicos.

Certifica-te também que os materiais de madeira que comprares deverão garantir a ausência de metais pesados (conforme a norma para brinquedos EN 71-3), com tintas certificadas para o efeito. Assim, a criança, suscetível de encostar a boca nos móveis, por exemplo, não corre nenhum perigo.

Muito resumidamente, a norma EN 71-3 é uma norma europeia que regulariza a percentagem de metais pesados (chumbo, cobre, arsénio, etc.) presentes num produto (tinta, óleo, verniz).

 

Artigo relacionado: O verniz ou o óleo são bons para o teu bebé morder?

 

Um dos casos mais fulcrais são os produtos provenientes do mercado oriental. Já referi aqui que não pretendo denegrir a imagem deste tipo de produtos que são vendidos em grandes superfícies de lojas online.

Mas se reparares bem, a qualidade dos acabamentos deixa sempre muito a desejar. Raramente é especificado qual o tipo de tinta utilizada. Muitas vezes referem apenas que é tinta aquosa. Só que isso não significa que tenha as certificações e os requisitos acima mencionados. Significa apenas que o solvente utilizado (um solvente é uma substância que dissolve outra substância) na fabricação da tinta é aquoso, ou seja, que a tinta é diluível em água.

 

A toxicidade pode continuar presente.

 

Resumindo, a tinta ideal é aquela que é totalmente livre de solventes, sem COVs e com a certificação EN71-3.

É a ideal para teres na tua casa, particularmente no quarto do teu filho, cozinha, etc. Especialmente se algum membro da tua família é mais sensível a este tipo de químicos ou sofre de asma ou tem um fundo alérgico.

Os berçários, creches e infantários também deveriam preocupar-se com este problema.

Especialmente os berçários, em que os bebés são mais sensíveis.

Muitas tintas dizem que são amigas do ambiente, ou amigas da criança. No entanto, será que cumprem com todos estes requisitos?…

Se te preocupas com a tua saúde, a saúde do teu filho e do meio-ambiente, procura saber mais informações a quem vende materiais e produtos de madeira.

Questiona sempre que puderes.

Muitos produtores e (re)vendedores não têm sequer consciência destes requisitos, por desconhecimento ou por desinteresse. Mas se todos nós começarmos a questionar e a comprar de uma forma mais consciente, a consciencialização global vai aumentar.

 

Tinhas conhecimento desta informação?

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» Vantagens dos brinquedos de madeira
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Um Novo Projecto

Fico sempre entusiasmado quando surge a oportunidade de começar um novo projecto. As ideias surgem, esboços são desenhados, o cheiro da madeira começa a pairar no ar…

Há já algum tempo que o meu cliente mais fiel (o meu filho) vem pedindo (que é como quem diz, vem mostrando através de alguns sinais) que necessita de algo diferente para trabalhar. No contexto de Maria Montessori, o trabalho das crianças não significa colocá-la a fazer os trabalhos de adulto, mas sim brincar. Ao brincar, a criança está a trabalhar todos os seus sentidos, a desenvolver-se emocionalmente, a socializar, a crescer.

Por isso é muito importante estares com o teu filho, observá-lo. Só assim vês a sua evolução e compreendes as suas necessidades.

 

Artigo relacionado: A importância de ser um pai Presente

 

Existem muitos pormenores envolvidos num novo projecto, mas tudo começa com uma ideia passada para papel. Um esboço é muito útil, pois ajuda-nos a perceber quais os caminhos que podemos percorrer, e como o poderemos fazer. Ajuda-nos a perceber as virtudes, mas sobretudo as falhas e como as podemos colmatar.

Nesta era das novas tecnologias, por vezes é bom afastarmo-nos um pouco do mundo digital e ficarmos sozinhos com os nossos pensamentos. Só assim conseguimos ouvir o nosso interior, e é aqui que as melhores ideias surgem.

Um novo projecto

Podemo-nos deitar com algum problema por resolver, que no dia a seguir acordamos com a solução.

Ou até mesmo durante a noite, quando o nosso subconsciente está mais activo.

É assim que a nossa mente funciona.

Por isso é bom apontar as nossas ideias e os nossos problemas em papel. Ficam ali, anotados para não serem esquecidos, mas retirados da nossa mente para que possamos descansar melhor.

Desta forma, ficam também acessíveis para serem consultados sempre que necessário.

Depois de escolhida a ideia vencedora (se houver mais que uma), é altura de colocá-la em prática.

Qual o tipo de madeira que vou usar?

 

Artigo relacionado: Tipos de Madeira

 

Onde vou comprá-la?

Que ferramentas são necessárias?

Que tipo de acabamento vou dar?

A juntar a tudo isto, há o factor pressão, porque o meu cliente cresce a uma velocidade vertiginosa, e o tempo passa muito rápido!

Mas não estou muito preocupado, porque sei que ele vai usufruir deste novo projecto durante bastante tempo…

Como vai ser a primeira vez que o vou fazer, será um protótipo. E como todos os protótipos, é possível que nem sempre corra bem na primeira vez que é feito. Daí a fase da concepção e desenho ser importante. Existe um tempo para pensar e um tempo para fazer. E por vezes é necessário ir alterando o desenho em tempo real, à medida que vai sendo desenvolvido.

Ou porque surge uma nova ideia, ou porque o que foi idealizado pode não ser possível de fazer dessa forma.

E sendo um protótipo, nesta fase não compensa (financeiramente) usar uma madeira de qualidade superior, embora tente ser o mais fiel possível ao resultado final.

Durante todo o projecto, não me coíbo de pedir a opinião à minha consultora que está sempre presente: a minha mulher. São conselhos sobre as partes funcionais e também a nível de design, que valorizo muito. Devido à sua actividade estar ligada com o contacto de bebés e crianças, sabe muito bem o que pode ou não resultar.

Costuma-se dizer que atrás de um grande homem está uma grande mulher.

Discordo.

Na minha opinião, ao lado de um grande homem está uma grande mulher.

Sempre foi assim em todos as etapas da minha vida, e aqui também não é excepção.

Novo Projecto
A serrar a madeira

Quando tenho alguma dúvida sobre como algo ficaria melhor, ou de que forma seria mais funcional, pergunto-lhe. Por vezes estamos tão focados num único pensamento e numa única solução, que não conseguimos vislumbrar outra alternativa. É como quando caminhamos numa floresta densa e necessitamos de abrir caminho para ver o chão que pisamos.

Desta forma, nem sequer reparamos que mesmo ao nosso lado existe um caminho que vai na mesma direcção.

Apenas tem com menos arbustos para desbravar.

É quando uma segunda opinião é bem-vinda.

Ajuda-nos a ter um caminho mais definido, a procurarmos os pontos-chave para depois percebermos como o vamos percorrer.

No fundo, é como vivemos a nossa vida.

Podemos andar à deriva, sem termos um plano definido, e vamos vivendo da forma que nos vão deixando viver. Queixamo-nos que as coisas não estão como gostaríamos que estivessem, mas também não fazemos nada para alterar a situação em que estamos. Por isso também não nos podemos queixar muito.

Ou então, podemos ser nós próprios traçar o nosso percurso. Ter uma visão e saber em que direcção ir ajuda a conhecermo-nos, a redescobrirmo-nos.

 

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São muito importantes os obstáculos que tivemos que superar para chegar à nossa visão. Ter objectivos pequenos e alcançá-los durante esse percurso ajuda-nos ganhar mais confiança, à medida que vamos progredindo.

Vamos vendo as ideias que anteriormente apenas estavam na nossa mente a tornarem-se realidade.

A unir os pontos

Durante este processo, pode ser necessário aplicar novos métodos nunca experimentados, fazer alguns desvios. Podemos até ver que não estamos a progredir como queremos e sermos obrigados a dar um passo atrás, para logo em seguida dar dois passos à frente.

Não existe o caminho ideal, existe o nosso caminho.

Por tudo isto, até encontrar o caminho certo, um protótipo demora sempre mais tempo a fazer. Existem muitos pormenores a ter em conta, muitas ideias por experimentar.

Afinal de contas, é o primeiro. É fazer algo que ainda ninguém fez. Algo que vai ser único no mundo, porque mesmo que exista outro igual, com as mesmas medidas, etc., nunca é totalmente igual. A mesma espécie de madeira pode ter muitas variações na sua cor (até da mesma árvore), e, além disso, não foi feito pelo amor e cuidado que as minhas mãos empregam. O nosso estado de espírito também influencia o nosso trabalho, e por isso não existem dois produtos iguais, mesmo que sejam feitos pela mesma pessoa. O trabalho artesanal é fantástico!

Cada peça de madeira representa um desafio único.

Não importa o que fazemos, mas como o fazemos é que vai determinar o resultado final.

E perceber que o que estou a fazer vai ser testado e usado pelo meu filho dá-me uma satisfação ainda maior para o concretizar!

Qual o teu novo projecto?

Há quanto tempo não sais da rotina e fazes algo de novo?

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O Regresso à rotina

Inicialmente, tinha pensado em escrever o artigo desta semana sobre outro assunto bastante diferente. Confesso que as emoções vieram à flor da pele, e senti a necessidade de transmitir sobre como o regresso à rotina que existia no modo pré-férias, pode não ser tão tranquilo como gostaríamos que fosse.

Parte-nos o coração, enquanto pais, de ver o nosso rebento ir para a “tropa” (como costumamos designar a ida para a escola, na brincadeira). Dizemos tropa porque, na maior parte das vezes, as crianças são todas tratadas como um todo, como se fossem iguais, e não focadas na sua individualidade.

Infelizmente, na maior parte das vezes, tal deve-se ao facto de existirem apenas o número mínimo de cuidadores exigido por lei.

Algumas instituições por vezes nem isso têm, e trabalham um pouco à margem da lei, nalgumas situações, e não conseguem fazer muito mais do que o que já fazem.

Outras vezes, podem não ter ainda esta consciência de que, apesar de ainda serem bebés em idade física, os pequenos já têm uma personalidade construída.

Sabem muito o que querem fazer e com quem querem estar. Não é fácil o regresso dos nossos filhos ao contacto com a sociedade. Ao contacto com os amigos e com as educadoras que deixaram de ver antes das férias.

Depois de muitas semanas a passarem dias inteiros com os pais, a rirem, a brincarem, a fazerem travessuras saudáveis, a viajarem e a conhecerem o mundo, não é fácil voltar à rotina da casa-escola-casa.

Um dia antes, começámos a falar da escola, que ia rever os colegas e as educadoras. E que iria poder contar as suas novas aventuras: que foi à praia e que já gostou de brincar na areia e na água.

Mas deu logo a entender que as coisas não seriam fáceis nesse dia…

Nessa noite, demorou algum tempo a deixar-se adormecer. Passou cerca de 1h, quando na maior parte das vezes demora metade do tempo ou menos. Estaria já com as preocupações da nova rotina…?

“Papá, brinca com o L”, ouvi eu várias vezes na manhã seguinte, antes dele sair de casa.

Ainda brincámos muito com a Laura e o César, os dois balões que temos cá em casa (sim, têm nomes…).

Mas foi impossível apaziguar o choro incontrolável quando teve que sair de casa.

Todos sabemos que são sentimentos normais, e que, com o passar dos dias a rotina vai entrar nas nossas vidas de uma forma mais pacífica.

Mas não deixa de ser um processo angustiante. Vendo pelo lado positivo, o facto do teu bebé ter estes sentimentos significa que os dias de férias passados em família foram bem aproveitados. Significa que ele gosta da tua companhia e que não a trocaria por nada deste mundo.

Quando o L era mais pequeno, ainda conseguimos usufruir da licença de paternidade até ao máximo possível por lei.

Assim, só foi para a creche perto dos 6 meses (para quando o alargamento da licença de paternidade, senhores políticos…?).

Mas mesmo assim é muito cedo para um bebé enfrentar o mundo sem os seus os pais por perto.

E que podemos, nós pais, fazer? Infelizmente, não muito, porque a sociedade não nos deixa.

Ou será que podemos…?

Quase desde que nascemos, é-nos incutido e somos formatados que temos que estudar, para depois trabalhar de forma a conseguir juntar dinheiro para pagar as nossas contas.

 

Artigo relacionado: O que estamos a fazer às nossas crianças?

 

“A mamã e o papá têm que ir trabalhar para ganhar tostões”, ouvem-se muitos pais dizerem aos seus filhos. E desde muito cedo que começam a ser formatados com esta premissa, juntamente com a forma como a sociedade está construída.

E que tal trabalhar a partir de casa? Ou de certa forma, ter um horário flexível que permita acompanhar de mais perto o crescimento dos nossos filhos?

Faz parte, enquanto seres completos, perseguirmos os nossos sonhos e transformá-los em realidade, quando existe força de vontade para tal. Os nossos filhos também precisam ver isso. E os nossos sonhos deviam ser alcançados junto de quem mais amamos e de quem precisa de nós, numa idade tão tenra. As duas coisas não deveriam ser mutuamente exclusivas.

Acredito que este será o caminho, e que a nossa sociedade ainda tem uma longa estrada a percorrer nesse sentido.

Ainda existe muito espaço para evoluir, e não fará sentido ser de outra forma. Ainda por cima quando as novas tecnologias já nos ajudam de tantas formas.

Como foi o teu regresso à rotina?

Partilha a tua história e deixa o teu comentário.

 

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O verniz ou o óleo são bons para o teu bebé morder?

Quando vais comprar algo feito em madeira, já deves ter reparado que, na maior parte das vezes, na descrição do produto está referenciado o tipo de acabamento utilizado (óleo natural, verniz, etc.). Para o mais desatento, isto até pode passar despercebido porque pode parecer insignificante. E, afinal de contas, só queremos mesmo é que o produto esteja em excelentes condições. Mas será que o verniz ou o óleo são bons para o teu bebé morder?…

Porque é que é precisas saber esta informação?

Apenas para perceberes que, quando estás a comprar um produto feito em madeira, tem que ter o acabamento correcto, quer seja para um bebé ou para uma criança.

O tipo de acabamento não nos interessa: “Não percebo muito disso e qualquer coisa serve”, podemos pensar.

Mas será que é mesmo assim…?

Para quem não está muito por dentro do assunto, pode até existir alguma confusão quando se fala num produto que tenha sido acabado com verniz ou com óleo, o que pode provocar algum desinteresse adicional.

(“Acabar” um produto, significa dar um acabamento, ou seja, protegê-lo da melhor forma para que a sua forma natural seja preservada e dure o mais tempo possível. Essa protecção pode ser feita de várias formas, mas as mais comuns são com verniz, óleo, goma-laca ou tinta.)

 

Artigo relacionado: O perigo escondido das tintas

 

Para já, vou apenas focar-me nos acabamentos que utilizem óleo ou verniz.

 

Verniz

O verniz deixa uma película de protecção na superfície da mesma, podendo dar até uma sensação um pouco “plástica” ao produto final. Esta designação vem do facto de não ser possível sentir a textura da madeira.

Por exemplo, considera a aplicação de verniz num produto feito em madeira maciça de pinho (madeira de cor clara e macia) ou em madeira maciça de nogueira (madeira de cor escura e semi-dura).

A sensibilidade ao toque é a mesma em qualquer uma destas espécies, já que o que estamos a tocar e a sentir é o próprio verniz em si, e não a madeira.

 

O verniz ou o óleo são bons para o teu bebé morder?
Exemplo de onde como o verniz fica aplicado à superfície da madeira

 

De um modo geral, este até pode ser um pouco mais duradouro que o óleo, mas não tem uma manutenção tão fácil.

Com a utilização regular, o verniz pode desgastar-se ou danificar-se nalgum sítio. Claro que estas situações não ocorrem com muita facilidade, mas é uma preocupação a ter em conta.

Como fica à superfície da madeira, o verniz pode ser utilizado também para proteger uma peça que tenha sido pintada com uma determinada cor.

Daí que o verniz não seja o acabamento indicado para os produtos que vão ser colocados na boca dos bebés. Existe uma fase em que os bebés sentem necessidade de colocar tudo na boca.

Porque estão aflitos com o aparecimento dos primeiros dentinhos.

Ou porque, numa fase mais primordial, faz parte da forma como interagem com o mundo físico (para sentirem as formas, dimensões, texturas, etc).

Não vais querer que o teu bebé trinque o verniz, pois não…?

Exemplos de uso: Estruturas de exterior, protecção elevada contra variações de humidade, camada de protecção sobre tinta, mobiliário que implique grande stress mecânico (escadotes), etc.

 

Óleo

O óleo natural, ao contrário do verniz, penetra na madeira e impregna-a.

Além de a nutrir e proteger, também realça a sua textura e cor natural.

Desta forma, é mais fácil de reparar que o verniz.

 

O verniz ou o óleo são bons para o teu bebé morder?
Exemplo de como o óleo fica impregnado na madeira

 

Tal como o verniz, também é necessário aplicar cerca de duas camadas, sendo necessário polir bem todas as peças de madeira entre cada camada.

Alguns tipos de óleos são específicos para mobiliário, tampos de mesa, tampos de bancadas de cozinha, etc. São óleos com uma forte durabilidade, que deixam respirar a madeira e ao mesmo tempo são electroestáticos.

Ou seja, repelentes ao pó e fáceis de limpar.

Certifica-te também que o óleo utilizado é um óleo natural.

Ou seja, se é feito com produtos naturais (óleo de linhaça, óleo de casca de citrinos, argila, giz, etc.) e não com químicos. No fundo, que seja isento de qualquer químico nocivo para a nossa saúde.

O ideal é que o óleo tenha também a certificação de ser resistente à saliva e suor.

Fica clara a razão do óleo ser mais recomendado para utilizar em produtos que o teu bebé possa levar à boca e morder?

Não há o perigo do bebé trincar o óleo.

 

Aliás, vou contar-te uma história em relação ao óleo que uso…

Certo dia, apliquei-o numa peça de madeira, e estava a experimentá-lo para ver era realmente seguro.

Como é que fiz?

Simples, fiz aquilo que qualquer bebé faria: coloquei a peça de madeira na boca e trinquei-a.

Não só isso, mas lambi-a e manipulei-a até ter percebido que, realmente, era seguro 🙂

Claro que entretanto a minha mulher apareceu e perguntou com uma cara de surpresa o que eu estava a fazer…

Sabes aqueles momentos constrangedores, que têm uma explicação simples, mas não consegues logo explicar?!

 

Um mito que gostaria de esclarecer é em relação ao cheiro.

Diz-se que o acabamento é nocivo quando tem cheiro. Mas é preciso não confundir o cheiro com a toxicidade. O acabamento pode ter algum cheiro resultante dos produtos naturais utilizados. No entanto, desaparece com a utilização e com o passar do tempo.

Se tiver as certificações recomendadas, é livre de químicos tóxicos.

Resumindo, as principais diferenças são:

Verniz

Óleo Natural

  • Cria uma película protectora
  • Não existe muita sensibilidade ao toque
  • Mais recomendado num ambiente com grandes variações de humidade ou sujeito a líquidos de vários tipos de álcool
  • Pode ser utilizada como camada protectora de um produto pintado
  • Impregna a madeira
  • É possível sentir a textura da madeira
  • Realça a cor natural
  • Recomendado a utilizar em objectos que os bebés levem à boca
  • Pode ser utilizado em estruturas de interior (e alguns até de exterior)

 

 

Em relação à segurança para a saúde e meio ambiente do próprio verniz e óleo natural, o recomendado é que ambos tenham os COV´s (Compostos Orgânicos Voláteis) nulos (ou muito perto disso), e com a certificação da norma europeia de segurança para brinquedos de criança (EN 71, parte 3).

 

Artigo relacionado: Segurança nos Brinquedos – EN 71 e COVs

 

Lembra-te desta certificação e que é muito importante que esteja presente nos produtos de madeira que são vendidos, e que tenham os acabamentos indicados.

Os vernizes e óleos com estas certificações foram sujeitos a testes rigorosos num laboratório europeu, que estão relacionados (entre outras coisas) com a quantidade de materiais nocivos (chumbo, arsénio, etc.). Tudo coisas que não queremos perto dos nossos filhos nem na nossa casa.

Muitos vendedores apregoam que foi utilizado um verniz à base de água, e que isso é o suficiente.

Mas não é.

O que isso quer dizer é que o solvente (substância que dissolve outra substância) utilizado é a água, mas não quer dizer que tenha as certificações que mencionei e que é amigo do ambiente… fica atento quando leres estas informações!

Por isso, na tua próxima compra de um produto feito em madeira, pergunta.

Faz todas as perguntas que fizerem sentido para ti, para que saibas o máximo de informação possível acerca do produto que estás interessado(a) em comprar.

Nem todas as pessoas sabem responder às questões, e podem até ficar admiradas por existirem tantas interrogações na compra de um simples produto.

Mas penso que é normal quereres saber como foi feito, e qual o tipo de acabamento utilizado, não?

Afinal de contas, o teu filho agradece, e o meio ambiente também.

Exemplo disso são os produtos que podemos encontrar à venda na internet, e que provêm do mercado oriental. Não tenho nada contra este tipo de mercado, mas concerteza que já reparaste que os produtos são mais baratos, e que têm bom aspecto.

O que isso significa é que a mão-de-obra é mais barata, e a madeira e os acabamentos não são os ideais e não se adequam aos teus requisitos.

Faz sentido comprares um produto de qualidade inferior, poupando algum dinheiro, mas a saber que estás a prejudicar o meio ambiente e a colocar em risco a saúde do teu filho?

Agora, vou contar-te um segredo…

O segredo de um bom acabamento está directamente relacionado com a qualidade do produto final (antes de ser aplicado o acabamento), e com o tempo despendido no próprio acabamento.

Que quer isto dizer?

Quer dizer que o produto, antes de ser acabado, tem que ter todas as faces de todas as peças suaves ao toque. Se esta fase for cuidadosamente feita, é um bom indicador para que não existam surpresas desagradáveis na aplicação do próprio acabamento (o que poderia atrasar ainda mais este processo).

E também para que a sua aplicação resulte num produto com uma elevada qualidade.

A aplicação do acabamento em si, tem que exigir alguma destreza e perícia extra, pois requer também a utilização de ferramentas próprias.

Além disso, é sempre necessário aplicar, pelo menos, duas camadas, para que a sua aplicação fique bem feita.

Por vezes pode até ser necessário lixar as peças todas entre as aplicações de cada camada. A juntar a isto, há que esperar que a primeira camada seque totalmente, para que seja possível dar uma nova camada.

Vendo bem, o tempo despendido nestas fases, pode muito bem ser o mesmo tempo que foi utilizado para produzir o próprio produto! (dependendo do tipo de produto que se esteja a fazer, claro).

É necessário ser exigente e rigoroso com a qualidade final do mesmo.

Não só por uma questão de ética e bom senso, mas porque são bebés e crianças que vão mexer nestes materiais. Todo o cuidado é pouco.

 

Espero que esta informação tenha sido útil para ti, e que tenha ficado clara a diferença entre verniz e óleo, e qual o melhor para o teu bebé morder sem problemas.

Já alguma vez tinhas pensado nisto? Já te tinhas apercebido deste perigo escondido?

Deixa o teu comentário.

Por favor, partilha esta mensagem para que chegue ao maior número de pessoas possíveis. Muitas pessoas não têm conhecimento desta informação, porque a indústria assim não o quer.

Afinal de contas, não sabemos o que não sabemos, certo?…

 

Obrigado pela tua presença.

 

 

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O que estamos a fazer às nossas crianças?

Quando passo no parque infantil ao pé da minha casa, muitas vezes reparo que está vazio.

 

O que estamos a fazer às nossas crianças?

 

Com o aparecimento do bom tempo, seria normal que se vissem mais crianças a brincar na rua.

Embora possa não haver uma relação directa, o que é certo é que, hoje em dia, muitas crianças preferem ficar em casa a olhar para um ecrã, do que brincar fora das quatro paredes.

As crianças aprendem muito por imitação, e os seus primeiros ídolos e professores são os seus pais. E, infelizmente, o mais conveniente para os pais é que os filhos fiquem no ambiente protegido de casa.

E de preferência sossegados. E isso só é possivel se estiverem a brincar com jogos de tabuleiro com os pais, por exemplo.

Ou como os pais muitas vezes andam ocupados e não têm tempo, a brincarem sozinhos.

E qual é a brincadeira, por excelência, que permite que as crianças fiquem quietas no mesmo lugar?

Jogos de computador, telemóveis ou televisão: tudo o que implique olhar para um ecrã!

 

Artigo relacionado: Geração sem fios

 

É urgente quebrar este ciclo e levar as crianças para a rua.

Brincarem umas com as outras, sujarem-se, estarem em contacto com a natureza.

 

Só desta forma a criança pode desenvolver:

  • as suas competências sociais
  • as suas competências de liderança
  • o saber estar
  • a imaginação
  • a criatividade

Infelizmente, existe um termo (muito recente) para designar esta desconexão com a natureza: Transtorno de Deficit de Natureza (criado por Richard Louv).

É muito importante as crianças brincarem livremente, sem regras nem estruturas. Deixar a criança ser criança.

O ser humano precisa do contacto com a natureza para se encontrar, para estar bem consigo próprio. Estamos cada vez mais a criar ambientes preparados em casa para que as crianças usem cada vez menos todos os seus sentidos.

 

Ao olharem para um ecrã, estão apenas a usar a visão e a audição.

As crianças sentem-se menos vivas porque o seu cérebro está a interpretar e a viver a realidade do que estão a ver no ecrã, ao invés de interpretar a sua própria realidade.
O facto de nos sentirmos bem desta forma, é porque estamos num “ambiente seguro”, a observar o que se passa por detrás do ecrã. É uma “partida” que o nosso cérebro nos prega, mas que é necessário combater.

Se temos tendência a ficar mais felizes e mais mentalmente saudáveis quando estamos na natureza, por alguma razão será.

Ainda não existem muitos estudos sobre o autismo, mas alguns pais sentem uma mudança quando levam mais vezes o seu filho autista para a natureza.
Professores também revelam mudanças de comportamento em relação aos seus alunos “problemáticos” quando saem para a natureza: não só estes alunos são bem comportados, como se tornam líderes.

O que estamos a fazer às nossas crianças, ao obrigá-las a estarem sentadas o dia todo em cadeiras nas salas de aula?

A fazerem exames atrás de exames, sempre com a ideia de que só assim serão melhores seres humanos?

 

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Desta forma, surgem os tais medicamentos (como a Ritalina) para ajudarem a “acalmar” as crianças mais irrequietas. São convenientes para os adultos, mas prejudiciais para a saúde das crianças e com efeitos secundários (e nada benéficos) a longo prazo.

Já pensaste que poderá existir uma relação com o facto de estarmos a retirar às crianças o contacto com a natureza…?
Já para não falar da vitamina D, que tanto nos faz falta, e que estamos a deixar de consumir de uma forma natural.

E a obesidade infantil, que está a aumentar de uma forma assustadora, e que está relacionada com o sedentarismo?

Richard Louv refere mesmo que deixar as crianças sentadas o dia todo é como se fosse o novo fumar.

Como pais, podemos e devemos dar o exemplo, ao retirar os nossos filhos de casa e ir com eles passear pela natureza. Todos ficam a ganhar.
E nem é preciso estar bom tempo. As brincadeiras também acontecem quando está frio ou quando chove, desde que sejam tomadas as devidas precauções com o calçado e o vestuário.

Já tomaste a tua dose diária de ar puro…?

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Férias Grandes

Férias!

Sabem sempre bem, não é verdade?

Agosto é, por excelência, o mês tradicional de férias! O verão é a época do ano em que o calor aparece, os dias ficam maiores, e sabe bem esquecermo-nos da rotina diária que nos é “imposta” pela sociedade durante o ano inteiro.

No entanto, para quem tem filhos, esta também é a época em que é necessário organizar bem como eles vão passar estes (longos) dias de descanso.

Para eles, são as denominadas “férias grandes”.

O que fazer com as crianças durante este tempo todo…?

Os pais têm que trabalhar e não conseguem ficar em casa tanto tempo.

A solução?

Existem várias, algumas bem dispendiosas, infelizmente, para a maior parte das carteiras.

Quem tem a sorte de ter os avós ou outros familiares por perto, é uma bênção deixá-los aos seus cuidados, até porque as crianças aprendem muito com os mais crescidos.

Ao acompanharem-nos no seu dia-a-dia, reparam como agradecemos ao senhor do talho, como deixamos passar alguém na fila do supermercado, como cumprimentamos alguém.

Aprendem também como contar e gerir o dinheiro, ao pagarmos as compras que fazemos. Aprendem muito, quer a nível social, quer a nível financeiro.

Nalgumas sociedades, as crianças são educadas por várias pessoas dentro da sua comunidade, e não exclusivamente pelos pais.

Como diz um provérbio africano, “É preciso toda uma aldeia para educar uma criança”.

Por vezes, parecemos que somos estranhos a partilhar a mesma casa onde se come e dorme, porque cada um tem o seu ritmo e horário.

Durante o ano escolar, os pais passam muito pouco tempo com os filhos, porque têm que sair cedo para o trabalho e levá-los para a escola.

Ao final do dia, saem tarde do trabalho, e muitas vezes só têm tempo para perguntar como correu o dia, dar-lhes banho, comida e xixi-cama, como se costuma dizer.

As férias podem servir precisamente para estreitar os laços familiares, conhecermo-nos melhor; viajar em família (as crianças aprendem imenso nas viagens), fazer actividades lúdicas, brincar.

 

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Cartas e jogos de tabuleiro são bem-vindos.

Mas nesta altura do ano, os pais, sentem quase como se fosse uma pressão, uma necessidade, de preencher os dias com actividades que duram o dia inteiro.

Por um lado, querem que os filhos cresçam rapidamente e que aprendam o máximo possível num curto espaço de tempo.

Por outro lado, muitas vezes não têm com quem deixá-los e veem-se “obrigados” a inscrevê-los em inúmeras actividades.

Aparecem então os ATL, as colónias de férias, as actividades das juntas de freguesia, etc. São opções muito bem-vindas, quando não existem alternativas, mas nem todas as pessoas têm a capacidade financeira para inscrever os filhos em tantos sítios.

A sociedade actual está construída para que o dinheiro que seja ganho ao longo do ano, seja rapidamente gasto em épocas como as férias e o natal.

Trabalhamos a vida toda para alimentar o sonho de outra pessoa (o nosso patrão), e esquecemo-nos de viver a nossa vida, de alimentar e trabalhar para os nossos sonhos.

Os horários de trabalho são os impostos pelo mercado de trabalho, que não se coadunam com os horários escolares.

Onde está a possibilidade de trabalhar a partir de casa para acompanhar o crescimento dos nossos filhos?

Onde está a possibilidade da redução do horário de trabalho?

Em alguns países, esta já é uma realidade.

 

Férias Grandes

 

E o que é isto das “férias grandes”?

 

Já alguma vez pensaste por que razão as “férias grandes” são como são?

Será que os nossos petizes estão tão cansados dos estudos do ano inteiro, que necessitem de tantos dias de férias?

E de ficar, de uma vez só, tantas semanas (ou meses) fora do ambiente escolar?

No meu tempo penso que seriam uns 2 meses e meio, agora já nem sei….

A resposta pode ser mais banal do que tu pensas…

Segundo o livro “Escola Sem Sala de Aula” (de Ricardo Semler, Gilberto Dimenstein e Antonio Carlos Gomes da Costa, Papirus Editora), esta questão vem de há muito tempo atrás.

Antigamente, uma elevada percentagem da população era rural.

Muitas pessoas ainda trabalhavam no campo e faziam disso o seu modo de vida. Há cerca de 200 anos atrás, aquando da criação do espaço escolar como o conhecemos hoje (século XIX), era necessário que as crianças regressassem a casa para ajudar as famílias no campo, a fazer a colheita.

E a colheita durava entre 2-3 meses, naquela altura…

Hoje em dia, em pleno século XXI, não se justifica a estrutura escolar existente. Os tempos mudaram, mas não existiu um processo que acompanhasse esta transição.

Muitas coisas que existem hoje, já não fazem sentido. Está em marcha uma restruturação, diria mesmo uma revolução do actual sistema de ensino público.

Existem cada vez mais pessoas insatisfeitas com este panorama, e é impossível continuar desta forma. São passos pequenos que estão a ser dados, mas que no seu todo vão ajudar a realinhar a estrutura do ensino.

 

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É necessário, também, que as empresas onde trabalhamos percebam que a mudança tem que acontecer.

Não é fácil, há muitos “monstros” e crenças antigas por derrubar, mas temos que começar por algum lado.

O que representam para ti as férias?

Que recordações tens das tuas férias de infância?

Deixa o teu comentário, e partilha, se fizer sentido para ti.

 

Obrigado pela tua presença.

 

 

 

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