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Um homem e um bebé

Um homem também sabe ficar sozinho e tomar conta de um bebé.

Vou explicar-te como.

Mas sabes, só conseguimos crescer interiormente, se nos permitirmos evoluir.

Para aprofundarmos os nossos conhecimentos, existe a necessidade de sairmos da nossa zona de conforto, de ir um pouco mais além.

De absorver informação de outras fontes, sejam elas através de livros, palestras, eventos, formações, etc.

No fundo, sermos uma versão melhor do que somos hoje; sermos capazes de fazer mais e melhor, conscientemente.

Todos nós devemos ter essa capacidade e necessidade de evolução, embora o que desejamos pode não corresponder ao que realmente necessitamos.

E é de louvar quando vemos alguém a evoluir e podemos acompanhar o seu crescimento.

Mesmo que seja uma mamã: a minha companheira de vida.

No último fim-de-semana, houve a necessidade da minha companheira fazer uma formação que durou dois dias inteiros

Adivinhem quem ficou sozinho em casa?

Os dois homens da casa: o papá e o bebé!

Sim, os homens também sabem ficar sozinhos em casa com o seu bebé.

Claro que foi uma aventura.

Das boas.

Decidi que iriam ser dois dias em que também iria dar-me a oportunidade de crescer e evoluir mais um pouco como pai, e que iria ser mais uma excelente ocasião para fortalecer os laços com o meu bebé.

Com isto, optei também por deixar as coisas fluírem naturalmente

Não iria ficar aborrecido por ele não fazer o que eu achava que ele deveria fazer, às horas que eu achava que deveriam ser feitas.

No fundo, deixei-o ser quem ele é e dar a entender que era ele quem geria o que queria fazer durante o dia.

Claro, respeitando pelo menos a hora do almoço e qualquer situação mais problemática.

Existiram situações menos boas e que tive que ultrapassar, birras próprias da fase da adolescência dos 2 anos.

Muitos denominam a crise dos 2 anos, que é uma fase terrível, etc., mas terrível para quem…?.

Mas faz tudo parte do meu crescimento enquanto pai e ser humano.

E o que fazem dois homens sozinhos em casa?

Brincam (muito!), vão às compras, passeiam no jardim, fazem refeições juntos, varrem a varanda, estendem a roupa, fazem cafuné (sim, o rapaz já sabe o que é e já pede)…

 

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No fundo, fazem companhia um ao outro.

Ao passearmos e irmos às compras, é também uma excelente oportunidade para ele perceber como nos relacionamos com as outras pessoas que encontramos na rua e nas lojas.

 

bebé

 

Para perceber como o mundo dos adultos funciona, como reagimos nas mais diversas situações.

Afinal de contas, os pais são o seu modelo de referência, e é precisamente nesta fase que eles absorvem uma grande quantidade de informação, porque é tudo novo para eles.

E, claro, tenho sempre um pequeno ajudante disposto a ajudar-me a carregar com o saco das compras.

Muitas vezes ele leva apenas um saco com qualquer coisa para sentir que está a ajudar o papá, e fica todo contente.

É um desafio tomar conta deles, quando eles são pequeninos e ainda são muito dependentes da nossa presença e dos nossos cuidados.

Mas confesso que o tempo passou num instante, não dei pelas horas passarem.

É o que acontece quando estamos bem acompanhados e estamos a fazer aquilo que gostamos.

E, infelizmente, é tempo que já não volta para trás, e por isso tem que ser sempre bem aproveitado.

Claro, a Lei de Murphy tinha que entrar em acção, e num desses dias tive que mudar-lhe de roupa duas vezes, porque as fraldas não aguentaram o super-xixi!

E, embora seja uma probabilidade muito remota, o que pode ainda mais acontecer quando se muda a fralda a um bebé…?

Um xixi descontrolado, a molhar tudo e mais alguma coisa, pois claro!

 

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Os dois homens da casa começaram-se a rir.

Um, porque sabia que estava a fazer malandrices.

O outro, para disfarçar a aflição do que estava a acontecer e sem saber como a minimizar, acabou por render-se ao momento inesperado.

“De molhado não passa, e depois limpa-se”, pensei eu.

Há coisas bem piores.

A Lei de Murphy não perdoou nesse dia.

Mas uma coisa muito boa aconteceu nesse fim-de-semana: o meu bebé finalmente adormeceu comigo, na hora da sesta.

Quando estamos em casa, é a minha mulher que o adormece depois do almoço.

Agora que ele está mais crescido, está mais consciente do que quer e do que não quer, e só se deixa adormecer com a mamã, até porque ainda é amamentado.

Mas num desses dias, levei-o para a camita e simplesmente deixou-se dormir em menos de 10m, bem encostadinho a mim!

Já há muito tempo que isso não acontecia, mas desta vez sentiu que podia entregar-se e dormir descansado, porque estava com alguém com quem confiava.

Alguém que iria tomar conta do seu sono.

E se já respeitava as decisões do meu filho e as suas vontades, dei por mim a reforçar ainda mais estas atitudes.

Descrevi sempre o que lhe ia fazer e pedi-lhe permissão de cada vez que ia mexer no seu corpo, seja para mudar a fralda ou outra coisa qualquer.

Lembrei-me sempre de pedir desculpa por tocar-lhe com a mão fria.

Assim ele já estaria prevenido se isso acontecesse, e o desconforto seria atenuado.

Queremos que ele saiba desde pequenino que o corpo é dele, e que só lhe toca quem ele deixar.

Mesmo que seja o pai ou mãe.

Claro que nada é perfeito, e algumas mudas de fraldas foram feitas com birras e a contragosto.

Mas era isso ou ele andar com o rabo e as calças molhadas.

Claro que quando a campainha toca, ao final do dia, vamos os dois a correr (de alívio) para abrir a porta à mamã.

Cada um com o seu motivo!

Mais dias assim virão, cheios de surpresas boas.

Como são os teus dias com teu bebé?

 

Obrigado pela tua presença.

 

 

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Sê Egoísta!

“Sê egoísta!

Sim! Sê egoísta com o teu bebé!”

 

Foi uma das frases que mais me marcou, dita por uma das nossas doulas no pré-parto do nosso filho.

Não o “emprestes” a ninguém.

Quase 100% das vezes que um bebé nasce, é como se fosse de todos.

É um ser tão pequenino, tão puro e perfeito que qualquer pessoa tem vontade de o pegar ao colo como se fosse dele, nem que seja só por uns breves instantes.

Esses instantes parecem uma eternidade, aos olhos dos pais.

“Ah, tão bonito! Posso pegá-lo ao colo?”

E muitos de nós, infelizmente, ficamos com “pena” da pessoa e lá “emprestamos” o nosso tesouro para ir ao colo de outra pessoa, só para lhe fazer a vontade e ficar contente.

Mas e a vontade do bebé, não conta?

Lá porque é pequenino e fofinho, não quer dizer que não tenha vontade própria.

E eles sabem bem o que querem desde muito cedo, se sabem!

Como pais, temos o direito de não querermos colocar o nosso filho nos braços de outra pessoa.

E se essa pessoa ficar chateada, paciência.

Nós somos os seus cuidadores e sabemos o que é melhor para ele.

 

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O tempo não volta para trás.

Por isso estás no teu direito, como pai ou mãe, de não permitires que o teu filho vá ao colo de outra pessoa, e de o quereres só para ti.

Muitos de nós, devido a diversos factores na sociedade actual, só somos pais uma vez.

E mesmo que tenhamos mais filhos, cada um tem a sua individualidade e unicidade, e há que aproveitar ao máximo o tempo passado com cada um.

O dia de ontem já passou, é menos um dia que o teu filho fica ao teu colo, menos um dia que lhe podes dar conforto e mimar.

As noites são longas mas os anos são curtos.

E eles crescem a uma velocidade vertiginosa, há que aproveitar todos os momentos da melhor forma possível.

Quando damos por ela, já não querem estar ao nosso colo, começam a interagir mais com o mundo que os rodeia e a ser independentes.

Vou contar-te uma história, do qual me arrependo, mas que me serviu de lição.

Certa vez, estávamos numa festa em casa de uns amigos a jantar e começou a ficar tarde.

O nosso filho começou a ficar com sono e queria ir dormir.

Mas com a agitação de ver muitas pessoas, estar num ambiente desconhecido e com barulho, não conseguia dormir.

Começámos então a despedir-nos das pessoas para irmos para casa, e claro, havia pessoas que queriam pegar no nosso filho ao colo.

Só porque ele é pequenino e é rechonchudo e é uma gracinha.

Ele, cheio de sono e já nem sabia o que fazia, estendeu os braços para uma dessas pessoas e foi ao colo de um estranho.

Arrependi-me imediatamente.

Claro, começou logo a chorar, por causa das condições todas que já referi, e porque queria sentir-se seguro no colo dos pais.

A outra pessoa ainda tentou fazer valer dos seus dotes de possível mãe e acalmá-lo, mas tive quase que arrancá-lo do seu colo para ela o largar.

Serviu-me de lição, nunca mais deixei que isso acontecesse!

Já para não falar das outras pessoas que chegam ao pé de nós, e quer mesmo que o protejamos o máximo possível de toques alheios, têm sempre o impulso de mexer nos pés ou tocar nos braços ou nas mãos!

Só porque é rechonchudinho, pequenino e engraçado!

Não se deve tocar num bebé de qualquer maneira (também gostarias que te tocassem sem deixares?), muito menos nas mãos!

Os bebés levam sempre as mãos à boca, têm que estar o mais limpas possível.

Por mais cuidado que tenhamos, as nossas mãos estão sempre sujas.

Lembra-te, não são só os pais que têm direito a serem egoístas com os seus filhos: os filhos também têm direito a serem egoístas e a quererem estar só com os pais.

Por isso, sê egoísta!

Não deixes que este arrependimento te invada quando já cá não estiveres.

Já tinhas pensado nisto? Arrependes-te de alguma coisa?

Deixa o teu comentário.

 

Obrigado pela tua presença.

 

 

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Fraldas, Babywearing, e outras coisas mais

Mesmo antes do nosso filho nascer, decidimos que não seríamos uns pais “normais”. Com isto, quero dizer que procuraríamos saber o maior número de informações possíveis para dar-lhe o melhor conforto, quando ele chegasse. Mesmo que isso implicasse tomar atitudes que saíssem um pouco fora do comum, incluíndo usar fraldas reutilizáveis.

Iríamos dar o melhor para o nosso filho.

Uma das primeiras medidas foi que ele dormiria no nosso quarto, num berço, durante muito tempo.

E que teria que haver uma lateral do berço sem protecção, porque não gostamos dos berços com grade a toda a volta.

Por várias razões:

  • Parece que o bebé está numa jaula
  • Retira-lhe liberdade e autonomia
  • Como ele mama, torna-se muito complicado dar de mamar nestas condições, porque cada vez que ele acordasse seria necessário a mãe levantar-se da cama, levantá-lo e retirá-lo do berço. A logística seria muito complicada

Começámos com um berço cuja lateral retirava-se e assim acoplava-se à cama. Era o ideal, já que quando ele acorda de noite com fome, ninguém se precisa levantar. Está à distância de um braço (por vezes nem tanto) e torna-se assim muito mais fácil acalmá-lo. Assunto resolvido!

O problema foi quando ele começou a crescer, a ganhar peso, e o berço deixou de servir, por razões de segurança.

Procurámos por um berço maior com as mesmas características, mas simplesmente não encontrámos, ou eram muito caros.

Resolvemos então improvisar.

Deram-nos um berço normalíssimo, daqueles em madeira, com grades a toda a volta. Mas como uma das laterais sobe e desce, improvisámos e retirámo-la, ficando assim um berço apenas com uma lateral. Acoplámo-lo ao estrado da nossa cama com umas fitas do berço antigo, para que não deslize, e voilá! Ficámos com um berço em boas condições e que irá servir durante muito tempo.

Ajuda-nos em todos os sentidos e evita choros desnecessários, porque:

  • Ele sente-se mais seguro porque está mesmo ao pé dos pais
  • É mais fácil ajudá-lo
  • Se está com fome, não é necessário a mãe levantar-se
  • Ajuda-o a ter mais autonomia, porque pode sair do berço para a nossa cama, e daí para o chão (desde muito cedo que lhe mostrámos como sair da nossa cama e de zonas altas sem se magoar)
  • Pode dormir agarrado à mão do papá

Cada família tem a sua rotina e sabe o que é melhor para si e para o seu bebé, e para nós sempre sentimos que fazia sentido o nosso bebé ficar connosco no quarto, mesmo após os 24 meses. Muitas famílias decidem mudá-lo para o seu quarto após algum tempo, para terem alguma qualidade de sono, mas pensemos bem… quando o bebé acordar a chorar de noite, quanto tempo vão demorar a decidir quem se vai levantar para ir ver o que se passa? Se é fome e se ele ainda mama, a coitada da mãe é sempre a mais prejudicada e tem que levantar-se uma ou mais vezes. Já para não falar que, desta forma, tem sempre que ficar alguém no quarto dele a adormecê-lo.

Também já ouvi dizer que, quanto mais tarde o bebé ficar no quarto dos pais, mais dependência ganha e é pior para eles, porque depois vai custar mais quando fizerem a transição.

Muito sinceramente, é algo que não nos preocupa, porque sentimo-nos bem assim e somos felizes. Quando essa altura chegar, logo se verá como esta questão será abordada.

A forma como o nosso filhote iria ser transportado nos passeios a pé também iria ser diferente do “normal”.

Experimentámos o babywearing e não queremos outra coisa.

Nós e ele.

Se o bebé passou 9 meses na barriga da mãe, embalado pelo seu andar e a ouvir o seu coração, por que razão haveria de ser diferente depois de nascer?

Já para não falar que a conexão é muito maior, porque sente o nosso coração e fica mais calmo.

 

 

E as dormidas? Que belas sonecas que ele fez ao nosso colo, fica embalado num instante!

Se fores pai de um bebé, tens que experimentar, porque não vais querer outra coisa.

Acredita.

Partilhares a experiência de carregar o teu bebé depois de ele nascer, e adormecê-lo desta forma é algo inexplicável.

Não são só as mães que têm que suportar o seu peso na gravidez. Nós, homens, também devemos assumir o nosso papel e continuar a carregá-los também.

Quando vamos às compras (ao supermercado, principalmente), reparamos que as pessoas que levam os bebés nos seus carrinhos, têm dois carrinhos para gerir: o das compras e o do bebé.

Nós conseguimos ser muito mais eficientes e rápidos, porque não estamos condicionados: só temos o carrinho das compras para conduzir.

Tentámos uma vez passear com ele no carrinho, mas foi a chorar o caminho todo e desistimos.

Começámos com um pano (também tínhamos um sling, mas demos pouco uso), e depois transitámos para uma mochila, quando começou a ficar crescido.

Haviam de ver a cara de espanto das pessoas na rua, parecíamos uns extra-terrestres, a passear o nosso bebé desta forma! Ainda por cima um homem a fazer isso, onde é que já se viu…?

E desta forma também sentimos que ele vai mais protegido, e consegue ver as vistas na mesma.

Foi, sem dúvida, uma boa aposta.

A questão das fraldas também foi uma das nossas grandes preocupações.

Queríamos evitar ao máximo a utilização das fraldas descartáveis, por várias razões:

  • Porque é um negócio (antigamente não existiam)
  • Porque têm químicos que não fazem bem à pele do bebé
  • Porque prejudica o meio-ambiente
  • Porque gasta-se muito dinheiro

Resolvemos então apostar nas fraldas reutilizáveis.

 

fraldas

 

Confesso que no início, não foi fácil a adaptação.

Envolveu alguma pesquisa e muitas tentativas.

Existem alguns tipos de fraldas, muitos tipos de absorventes, etc.

Por vezes sentimos que dávamos um passo à frente, para logo a seguir dar dois passos atrás.

Estivemos quase a desistir, mas a perseverança deu os seus frutos e conseguimos encontrar a nossa fórmula mágica.

A que resultou com o nosso bebé.

E valeu bem a pena, porque desde que usa estas fraldas reutilizáveis que não sabemos o que é uma assadura na sua pele.

O mérito é todo da minha mulher, que desde cedo informou-se o melhor possível sobre este novo mundo das fraldas reutilizáveis.

Até temos uma fralda comemorativa do aniversário do príncipe de Inglaterra!

Mais parece o lançamento das colecções de selos.

Digam lá o que disserem, eles até ficam muito mais engraçados com estas fraldas.

Existem para todos os gostos e feitios.

No fundo, vêm colmatar as desvantagens das fraldas descartáveis: são 100% naturais, amigas do meio-ambiente, não provocam assaduras na pele do bebé, e compram-se apenas uma vez.

Depois, é só lavar na máquina da roupa (claro, o cócó vai para o lixo…).

A escolha da alimentação também foi primordial, porque não queríamos que ele seguisse uma alimentação errada logo desde o início.

Quando crescer, terá muito tempo para fazer uma alimentação desequilibrada.

Assim, decidimos seguir as recomendações da Organização Mundial da Saúde (OMS) e amamentar em exclusivo até aos 6 meses, introduzindo depois a alimentação complementar, mantendo a amamentação até aos 2 anos ou mais (decidimos que será até quando ele quiser).

Quando chegou à fase da introdução aos alimentos sólidos, claro, fomos mais uma vez uns pais “anormais” e experimentámos o Baby Led Weaning (BLW).

fraldas

 

O BLW não é mais do que a introdução à alimentação complementar (mantendo sempre o leite materno), deixando que o bebé tome a iniciativa de escolher ele próprio quais os alimentos (sempre sólidos) que quer comer. Não existe qualquer ajuda dos pais. Ele simplesmente começa a agarrá-los com as mãos e come o que escolher.

Claro que depois surgem as tais questões de que o bebé pode sufocar se a comida ficar presa na garganta, etc. Mas se houver cuidado em cortar os alimentos nas proporções correctas, tal não acontecerá. E se acontecer, o próprio bebé tem o reflexo de expelir a comida. Claro que tem que estar sempre um adulto ao pé, e temos que estar sempre prevenidos para o pior, mas connosco tal nunca aconteceu. Seja como for, aconselho muito o curso de Primeiros Socorros Pediátricos que fizemos, e ainda bem que nunca pusemos em prática os conhecimentos adquiridos…

Posso testemunhar que é uma festa de cores ver o nosso bebé comer com as mãos!

Ah! E preparem-se, porque ele vai ficar sujo de comida nos lugares mais impensáveis! Mas nada que depois não se limpe. Ainda me lembro quando começou a comer manga… a cara dele quase ficou irreconhecível! Mas adorou e quis repetir.

Só vi vantagens em começar com o BLW:

  • O bebé ganha mais autonomia porque escolhe o que quer comer e em que quantidade
  • Pode sentar-se connosco à mesa e começar a comer ao mesmo tempo que nós também estamos a comer. As refeições em família começam a ganhar um significado diferente
  • Como a sua alimentação é mais equilibrada e a comida não tem sal, começamos também nós a fazer uma alimentação diferente. No fundo, quase se pode dizer que somos nós que o acompanhamos, ao invés do contrário

Experimenta com um alimento para ver o comportamento do teu bebé. Aos poucos também vais-te apercebendo do que ele gosta e começas a variar a tua alimentação.

Estes são alguns dos pontos que nos tornam diferentes da maior parte dos outros pais, mas que nos tornam felizes, porque o nosso bebé é feliz desta forma.

E tu, és um pai/mãe E.T.?

Obrigado pela tua presença.

 

 

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Geração Sem Fios

Assiste-se, cada vez mais, a uma nova geração dependente das novas tecnologias: televisão, tablet, telemóvel, etc. São o que denomino de geração sem fios.

São bebés que começam a ficar dependentes do mundo virtual numa fase muito precoce da sua vida. Pedem mais e cada vez mais, e desligam-se do meio físico.

Desde muito cedo que nos veem a mexer no telemóvel, e claro, também querem mexer. O meu filho não é excepção.

Já quer fazer como os adultos, e passar o dedo pelo ecrã.

Tentamos ao máximo não mostrar-lhe coisas no telemóvel, porque sabemos que vai ficar viciado.

Temos duas televisões cá em casa, mas raramente são ligadas desde que ele nasceu (nem sabemos se ainda funcionam!).

Costumamos dizer que ele passou a ser a nossa televisão.

Muitos pais usam também os telemóveis, a televisão e os tablets para entreter um pouco os filhos.

Para poderem ter algum tempo para eles próprios, para tratar da casa, para não ouvirem as suas gritarias, etc.

E está tudo bem, se for apenas durante um tempo controlado, e soubermos o que estão a ver. Podemos até ir falando com eles sobre o que estão a ver, e para que possam também desenvolver um espírito crítico e analítico.

Não estou com isto a criticar os pais que agem de uma ou outra forma. Não existe uma única forma de educar. Cada família tem a sua dinâmica, e actua como achar mais correcto. O que resulta para uns, pode não resultar para outros.

Antes de criticarmos as atitudes dos outros, é bom tentarmos perceber a razão de agirem dessa forma.

Confesso que a nós já nos deu jeito mostrar vídeos ao nosso filho durante algum tempo, quando ele trouxe para casa um vírus da creche que… nos deu para ter vómitos e diarreia! Ao mesmo tempo! (desculpem a descrição!). Ficamos tão abalados que não conseguimos andar pela casa fora a correr atrás dele.

Naquela altura, a única solução imediata foi mostrar-lhe alguns vídeos.

Claro que os telemóveis dão jeito.

Vou contar-te outra história pessoal e verídica.

Quando a minha mulher engravidou, fomos acompanhados por duas doulas nossas amigas: uma presencialmente, e outra que estava no Brasil.

Que privilégio!

Depois de entrar em trabalho de parto, a minha mulher não podia usar o telemóvel. Estando sempre ao lado dela o tempo todo, o único contacto com o exterior era eu. E um pouco às escondidas, lá ia eu mandando mensagens às nossas doulas a contar o que se estava a passar, para que fossemos aconselhados de outra forma.

Afinal, somos pais de primeira viagem.

Eu próprio, na altura do parto do meu filho, não o perdi de vista um segundo que fosse, assim que ele entrou fisicamente neste mundo. Cortei-lhe o cordão umbilical e depois acompanhei-o à zona onde foram fazer os testes rápidos.

Claro que atrasámos o corte ao máximo para tentar chegar aos 3 minutos (eu a argumentar com a parteira e a contar os segundos no relógio da sala ao mesmo tempo!), para que ele ainda pudesse receber os últimos restos de sangue.

Logo de seguida, passaram-no para o meu colo, sem eu estar (psicológica e emocionalmente) preparado para o segurar nos meus braços.

 

Perguntei-me: “E agora??”

 

Mas depois o instinto paternal veio ao de cima e sentei-me com ele ao colo, ao lado da mãe. Ainda pedi à parteira para me deixar ver a placenta porque queria tirar uma foto, para ficar como recordação e para mostrar às nossas doulas.

Claro que depois ouvi um “raspanete” da parteira, que devia estar a aproveitar o momento e deixar o telemóvel em paz… mas era para uma boa causa.

Isto tudo para dizer que as novas tecnologias fazem falta, mas há que ter bom senso e saber quando as podemos usar.

Esta nova geração, que nasceu depois das redes sem fios aparecerem, é a primeira que está 24h por dia em contacto permanente com as radiações emitidas por estas redes.

 

Geração Sem Fios

 

Nesta era das novas tecnologias, é importante perceber que ainda não existem estudos com resultados fidedignos, que comprovem qual o impacto destas radiações no nosso cérebro.

Este tipo de radiação pode, inclusive, estar associado à perda de memória, diabetes, depressão, insónia, cansaço, etc.

 

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Todos nós (ou quase todos) temos redes sem fios em casa, porque dá jeito e porque vem incluído nos pacotes das operadoras de televisão.

Antes do nosso filho nascer, ainda tentámos comprar um aparelho que desse para desligar as redes sem fios cá de casa, mas chegámos à conclusão que, mesmo que conseguíssemos fazer isso, existem as redes dos vizinhos…

Há uns anos atrás, surgiu uma notícia que os adolescentes estavam a ficar com polegares “mutantes”, por jogarem muito tempo no telemóvel e nas consolas. Ou seja, de tanto usarem os polegares, estavam a desenvolver a sua destreza e os seus músculos de uma forma superior em relação aos restantes dedos (daí o nome “mutantes”).

Começam também a surgir dores no pescoço por estarmos sempre de cabeça baixa a olhar para o telemóvel.

Como pais, temos que dar o exemplo.

Se não deixamos os nossos filhos estar com o telemóvel, também não o podemos fazer quando estivermos com eles.

É necessário valorizar os momentos juntos e as refeições, que são um símbolo da família reunida e onde podemos falar de vários assuntos.

 

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Um dos grandes mentores de desenvolvimento pessoal (creio que Jim Rohn), certa vez referiu que desligava (repito, desligava) o telemóvel às refeições. O motivo? A família é muito mais importante que um telefonema. Mesmo que fosse o presidente dos Estados Unidos da América, ele não iria atender.

E já pensaste porque é que os grandes líderes mundiais das tecnologias têm grandes restrições no que diz respeito à sua utilização pelos seus filhos?

Steve Jobs (co-fundador da Apple), referiu numa entrevista que limita a quantidade de tecnologia que os seus filhos utilizam em casa.

 

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Nem os deixava, sequer, utilizar o iPad. Dizia que era muito perigoso e viciante para ele.

Ao jantar, gostava de juntar a família toda na mesa e falavam de história, livros, coisas do dia-a-dia. Ninguém tocava num computador ou num iPad. E mais, ninguém da sua família sabia o que era o iPad antes de ter sido publicamente lançado.

 

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Bill Gates (fundador principal da Microsoft), também restringe o tempo que os seus filhos estão em contacto com as novas tecnologias. Por exemplo, só lhes comprou telemóveis depois dos 14 anos, e definiu uma hora do dia a partir da qual não poderiam ter acesso aos mesmos, nem aos computadores.

 

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A maior parte de nós deixa os seus filhos utilizarem as tecnologias o mais cedo possível, sem restrições. Porque é engraçado vê-los a mexer, e assim ficam sossegados.

Mas, e as consequências, a longo prazo…?

E no entanto, estes senhores parecem saber algo mais, porque fazem precisamente o contrário.

Dá que pensar, não?…

Já desligaste o telemóvel hoje, e ligaste-te ao teu filho?

Deixa o teu comentário.

 

Obrigado pela tua presença.

 

 

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O Regresso à rotina

Inicialmente, tinha pensado em escrever o artigo desta semana sobre outro assunto bastante diferente. Confesso que as emoções vieram à flor da pele, e senti a necessidade de transmitir sobre como o regresso à rotina que existia no modo pré-férias, pode não ser tão tranquilo como gostaríamos que fosse.

Parte-nos o coração, enquanto pais, de ver o nosso rebento ir para a “tropa” (como costumamos designar a ida para a escola, na brincadeira). Dizemos tropa porque, na maior parte das vezes, as crianças são todas tratadas como um todo, como se fossem iguais, e não focadas na sua individualidade.

Infelizmente, na maior parte das vezes, tal deve-se ao facto de existirem apenas o número mínimo de cuidadores exigido por lei.

Algumas instituições por vezes nem isso têm, e trabalham um pouco à margem da lei, nalgumas situações, e não conseguem fazer muito mais do que o que já fazem.

Outras vezes, podem não ter ainda esta consciência de que, apesar de ainda serem bebés em idade física, os pequenos já têm uma personalidade construída.

Sabem muito o que querem fazer e com quem querem estar. Não é fácil o regresso dos nossos filhos ao contacto com a sociedade. Ao contacto com os amigos e com as educadoras que deixaram de ver antes das férias.

Depois de muitas semanas a passarem dias inteiros com os pais, a rirem, a brincarem, a fazerem travessuras saudáveis, a viajarem e a conhecerem o mundo, não é fácil voltar à rotina da casa-escola-casa.

Um dia antes, começámos a falar da escola, que ia rever os colegas e as educadoras. E que iria poder contar as suas novas aventuras: que foi à praia e que já gostou de brincar na areia e na água.

Mas deu logo a entender que as coisas não seriam fáceis nesse dia…

Nessa noite, demorou algum tempo a deixar-se adormecer. Passou cerca de 1h, quando na maior parte das vezes demora metade do tempo ou menos. Estaria já com as preocupações da nova rotina…?

“Papá, brinca com o L”, ouvi eu várias vezes na manhã seguinte, antes dele sair de casa.

Ainda brincámos muito com a Laura e o César, os dois balões que temos cá em casa (sim, têm nomes…).

Mas foi impossível apaziguar o choro incontrolável quando teve que sair de casa.

Todos sabemos que são sentimentos normais, e que, com o passar dos dias a rotina vai entrar nas nossas vidas de uma forma mais pacífica.

Mas não deixa de ser um processo angustiante. Vendo pelo lado positivo, o facto do teu bebé ter estes sentimentos significa que os dias de férias passados em família foram bem aproveitados. Significa que ele gosta da tua companhia e que não a trocaria por nada deste mundo.

Quando o L era mais pequeno, ainda conseguimos usufruir da licença de paternidade até ao máximo possível por lei.

Assim, só foi para a creche perto dos 6 meses (para quando o alargamento da licença de paternidade, senhores políticos…?).

Mas mesmo assim é muito cedo para um bebé enfrentar o mundo sem os seus os pais por perto.

E que podemos, nós pais, fazer? Infelizmente, não muito, porque a sociedade não nos deixa.

Ou será que podemos…?

Quase desde que nascemos, é-nos incutido e somos formatados que temos que estudar, para depois trabalhar de forma a conseguir juntar dinheiro para pagar as nossas contas.

 

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“A mamã e o papá têm que ir trabalhar para ganhar tostões”, ouvem-se muitos pais dizerem aos seus filhos. E desde muito cedo que começam a ser formatados com esta premissa, juntamente com a forma como a sociedade está construída.

E que tal trabalhar a partir de casa? Ou de certa forma, ter um horário flexível que permita acompanhar de mais perto o crescimento dos nossos filhos?

Faz parte, enquanto seres completos, perseguirmos os nossos sonhos e transformá-los em realidade, quando existe força de vontade para tal. Os nossos filhos também precisam ver isso. E os nossos sonhos deviam ser alcançados junto de quem mais amamos e de quem precisa de nós, numa idade tão tenra. As duas coisas não deveriam ser mutuamente exclusivas.

Acredito que este será o caminho, e que a nossa sociedade ainda tem uma longa estrada a percorrer nesse sentido.

Ainda existe muito espaço para evoluir, e não fará sentido ser de outra forma. Ainda por cima quando as novas tecnologias já nos ajudam de tantas formas.

Como foi o teu regresso à rotina?

Partilha a tua história e deixa o teu comentário.

 

Obrigado pela tua presença.

 

 

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O que estamos a fazer às nossas crianças?

Quando passo no parque infantil ao pé da minha casa, muitas vezes reparo que está vazio.

 

O que estamos a fazer às nossas crianças?

 

Com o aparecimento do bom tempo, seria normal que se vissem mais crianças a brincar na rua.

Embora possa não haver uma relação directa, o que é certo é que, hoje em dia, muitas crianças preferem ficar em casa a olhar para um ecrã, do que brincar fora das quatro paredes.

As crianças aprendem muito por imitação, e os seus primeiros ídolos e professores são os seus pais. E, infelizmente, o mais conveniente para os pais é que os filhos fiquem no ambiente protegido de casa.

E de preferência sossegados. E isso só é possivel se estiverem a brincar com jogos de tabuleiro com os pais, por exemplo.

Ou como os pais muitas vezes andam ocupados e não têm tempo, a brincarem sozinhos.

E qual é a brincadeira, por excelência, que permite que as crianças fiquem quietas no mesmo lugar?

Jogos de computador, telemóveis ou televisão: tudo o que implique olhar para um ecrã!

 

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É urgente quebrar este ciclo e levar as crianças para a rua.

Brincarem umas com as outras, sujarem-se, estarem em contacto com a natureza.

 

Só desta forma a criança pode desenvolver:

  • as suas competências sociais
  • as suas competências de liderança
  • o saber estar
  • a imaginação
  • a criatividade

Infelizmente, existe um termo (muito recente) para designar esta desconexão com a natureza: Transtorno de Deficit de Natureza (criado por Richard Louv).

É muito importante as crianças brincarem livremente, sem regras nem estruturas. Deixar a criança ser criança.

O ser humano precisa do contacto com a natureza para se encontrar, para estar bem consigo próprio. Estamos cada vez mais a criar ambientes preparados em casa para que as crianças usem cada vez menos todos os seus sentidos.

 

Ao olharem para um ecrã, estão apenas a usar a visão e a audição.

As crianças sentem-se menos vivas porque o seu cérebro está a interpretar e a viver a realidade do que estão a ver no ecrã, ao invés de interpretar a sua própria realidade.
O facto de nos sentirmos bem desta forma, é porque estamos num “ambiente seguro”, a observar o que se passa por detrás do ecrã. É uma “partida” que o nosso cérebro nos prega, mas que é necessário combater.

Se temos tendência a ficar mais felizes e mais mentalmente saudáveis quando estamos na natureza, por alguma razão será.

Ainda não existem muitos estudos sobre o autismo, mas alguns pais sentem uma mudança quando levam mais vezes o seu filho autista para a natureza.
Professores também revelam mudanças de comportamento em relação aos seus alunos “problemáticos” quando saem para a natureza: não só estes alunos são bem comportados, como se tornam líderes.

O que estamos a fazer às nossas crianças, ao obrigá-las a estarem sentadas o dia todo em cadeiras nas salas de aula?

A fazerem exames atrás de exames, sempre com a ideia de que só assim serão melhores seres humanos?

 

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Desta forma, surgem os tais medicamentos (como a Ritalina) para ajudarem a “acalmar” as crianças mais irrequietas. São convenientes para os adultos, mas prejudiciais para a saúde das crianças e com efeitos secundários (e nada benéficos) a longo prazo.

Já pensaste que poderá existir uma relação com o facto de estarmos a retirar às crianças o contacto com a natureza…?
Já para não falar da vitamina D, que tanto nos faz falta, e que estamos a deixar de consumir de uma forma natural.

E a obesidade infantil, que está a aumentar de uma forma assustadora, e que está relacionada com o sedentarismo?

Richard Louv refere mesmo que deixar as crianças sentadas o dia todo é como se fosse o novo fumar.

Como pais, podemos e devemos dar o exemplo, ao retirar os nossos filhos de casa e ir com eles passear pela natureza. Todos ficam a ganhar.
E nem é preciso estar bom tempo. As brincadeiras também acontecem quando está frio ou quando chove, desde que sejam tomadas as devidas precauções com o calçado e o vestuário.

Já tomaste a tua dose diária de ar puro…?

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