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O Regresso à rotina

Inicialmente, tinha pensado em escrever o artigo desta semana sobre outro assunto bastante diferente. Confesso que as emoções vieram à flor da pele, e senti a necessidade de transmitir sobre como o regresso à rotina que existia no modo pré-férias, pode não ser tão tranquilo como gostaríamos que fosse.

Parte-nos o coração, enquanto pais, de ver o nosso rebento ir para a “tropa” (como costumamos designar a ida para a escola, na brincadeira). Dizemos tropa porque, na maior parte das vezes, as crianças são todas tratadas como um todo, como se fossem iguais, e não focadas na sua individualidade.

Infelizmente, na maior parte das vezes, tal deve-se ao facto de existirem apenas o número mínimo de cuidadores exigido por lei.

Algumas instituições por vezes nem isso têm, e trabalham um pouco à margem da lei, nalgumas situações, e não conseguem fazer muito mais do que o que já fazem.

Outras vezes, podem não ter ainda esta consciência de que, apesar de ainda serem bebés em idade física, os pequenos já têm uma personalidade construída.

Sabem muito o que querem fazer e com quem querem estar. Não é fácil o regresso dos nossos filhos ao contacto com a sociedade. Ao contacto com os amigos e com as educadoras que deixaram de ver antes das férias.

Depois de muitas semanas a passarem dias inteiros com os pais, a rirem, a brincarem, a fazerem travessuras saudáveis, a viajarem e a conhecerem o mundo, não é fácil voltar à rotina da casa-escola-casa.

Um dia antes, começámos a falar da escola, que ia rever os colegas e as educadoras. E que iria poder contar as suas novas aventuras: que foi à praia e que já gostou de brincar na areia e na água.

Mas deu logo a entender que as coisas não seriam fáceis nesse dia…

Nessa noite, demorou algum tempo a deixar-se adormecer. Passou cerca de 1h, quando na maior parte das vezes demora metade do tempo ou menos. Estaria já com as preocupações da nova rotina…?

“Papá, brinca com o L”, ouvi eu várias vezes na manhã seguinte, antes dele sair de casa.

Ainda brincámos muito com a Laura e o César, os dois balões que temos cá em casa (sim, têm nomes…).

Mas foi impossível apaziguar o choro incontrolável quando teve que sair de casa.

Todos sabemos que são sentimentos normais, e que, com o passar dos dias a rotina vai entrar nas nossas vidas de uma forma mais pacífica.

Mas não deixa de ser um processo angustiante. Vendo pelo lado positivo, o facto do teu bebé ter estes sentimentos significa que os dias de férias passados em família foram bem aproveitados. Significa que ele gosta da tua companhia e que não a trocaria por nada deste mundo.

Quando o L era mais pequeno, ainda conseguimos usufruir da licença de paternidade até ao máximo possível por lei.

Assim, só foi para a creche perto dos 6 meses (para quando o alargamento da licença de paternidade, senhores políticos…?).

Mas mesmo assim é muito cedo para um bebé enfrentar o mundo sem os seus os pais por perto.

E que podemos, nós pais, fazer? Infelizmente, não muito, porque a sociedade não nos deixa.

Ou será que podemos…?

Quase desde que nascemos, é-nos incutido e somos formatados que temos que estudar, para depois trabalhar de forma a conseguir juntar dinheiro para pagar as nossas contas.

 

Artigo relacionado: O que estamos a fazer às nossas crianças?

 

“A mamã e o papá têm que ir trabalhar para ganhar tostões”, ouvem-se muitos pais dizerem aos seus filhos. E desde muito cedo que começam a ser formatados com esta premissa, juntamente com a forma como a sociedade está construída.

E que tal trabalhar a partir de casa? Ou de certa forma, ter um horário flexível que permita acompanhar de mais perto o crescimento dos nossos filhos?

Faz parte, enquanto seres completos, perseguirmos os nossos sonhos e transformá-los em realidade, quando existe força de vontade para tal. Os nossos filhos também precisam ver isso. E os nossos sonhos deviam ser alcançados junto de quem mais amamos e de quem precisa de nós, numa idade tão tenra. As duas coisas não deveriam ser mutuamente exclusivas.

Acredito que este será o caminho, e que a nossa sociedade ainda tem uma longa estrada a percorrer nesse sentido.

Ainda existe muito espaço para evoluir, e não fará sentido ser de outra forma. Ainda por cima quando as novas tecnologias já nos ajudam de tantas formas.

Como foi o teu regresso à rotina?

Partilha a tua história e deixa o teu comentário.

 

Obrigado pela tua presença.

 

 

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» Um homem e um bebé
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» Férias Grandes

 

A importância de ser um pai Presente

Todos os artigos que escrevo são importantes, mas este tem uma particularidade especial.

Aprendi, por experiência própria, que é de uma enorme importância ser um pai presente, para ti e para o teu filho.

Vou explicar o porquê, de acordo com o meu ponto de vista.

 

Artigo relacionado: Um homem e um bebé

 

Todos ouvimos dizer que o nascimento de um filho vem alterar a nossa vida: as rotinas, os nossos objectivos de vida, reforçar os nossos valores, e sobretudo questionar (em tudo) o mundo que nos rodeia.

Acima de tudo isto, vem ensinar-nos a amar.

Incondicionalmente.

 

Biológicamente, a ligação do bebé é muito mais forte com a mãe do que com o pai.

É a mãe que gera o filho e que o suporta e carrega (literalmente) durante 9 meses.

Muito provavelmente a voz da mãe é a primeira que o bebé vai ouvir e a conexão fortalece-se ainda mais depois do seu nascimento.

Se o bebé for amamentado, os laços com o lado materno unem-se cada vez mais a cada dia que passa.

É um momento a dois, tal como o são todos os outros momentos: o mudar a fralda, dar banho, etc.

E qual o papel do pai?

O pai pode “ajudar” nalguma situação?

Pode “ajudar” a mudar a fralda?

Pode “ajudar” a dar banho?

Pode “ajudar” nas tarefas domésticas?

Pode “ajudar” e ficar com o bebé alguns minutos para que a mãe possa descansar um pouco?

Nada disso!

O pai não pode ajudar, o pai deve partilhar a experiência da maternidade com a mãe, e aproveitar todos os momentos com o seu bebé para fortalecer a união e o afecto entre ambos.

Tem que aprender a mudar a fralda?

A limpar o cócó?

A dar banho?

A adormecê-lo?

Claro que sim, tal como a mãe.

É uma aprendizagem conjunta.

E não se pense que ter um filho é fácil, porque não é.

 

Artigo relacionado: Fraldas, Babywearing, e outras coisas mais

 

Tem que haver uma forte uniãocompreensão e harmonia entre o casal, já que se vai perder muita coisa, mas ganha-se outra ainda maior: o amor incondicional de outro ser!

O melhor presente que podemos oferecer é estarmos presentes quando a nossa atenção é solicitada.

Desde o nascimento do meu filho que decidi estar presente sempre que ele necessitasse de mim.

Não apenas estar fisicamente, mas estar eu todo, de corpo e alma. Escutá-lo. Dar-lhe a mão quando pedisse.

Simplesmente estar.

Aprendi a mudar as fraldas e depois a lavá-las (sim, o nosso bebé só usa fraldas reutilizáveis, poupa-se muito dinheiro e o meio ambiente agradece).

E a aproveitar a muda da fralda para fortalecermos laços.

Fazer as coisas devagar (quando há tempo para isso) e com confiança, e olharmos olhos nos olhos.

O bebé tem que se sentir seguro com o pai tal como se sente com a mãe. Tem que saber que existe outro cuidador em casa com o qual ele pode contar.

Outro porto de abrigo.

 

A importância de ser um pai Presente

 

Aprendi a dar-lhe banho e a ficar com ele e a adormecê-lo (ao colo ou na mochila de babywearing), principalmente quando a mãe necessita de um tempo para cuidar de si.

Ainda me lembro da primeira vez que ficámos os dois sozinhos em casa!

Ele estava a dormir e acordou cheio de fome.

E como estava a amamentar, eu não conseguia acudi-lo da forma que ele necessitava.

E foi nessa altura que percebi realmente que ele tinha uns bons pulmões!

Eu e penso que o prédio todo 🙂

Mas são estes momentos únicos que devemos e podemos aproveitar, porque o ontem já passou e não volta, e o que interessa é o presente, o agora.

E os nossos filhos sentem se estamos apenas fisicamente presentes.

 

Já reparaste nos vários significados que a palavra presente tem?

Não deve ser por acaso, porque o simples facto de estarmos presentes (de corpo e alma) no presente (no aqui e agora), é um presente (dádiva) em si!

Lembro-me também de uma das noites difíceis que ele teve (a maior parte delas por causa dos dentinhos a nascer), ainda não sabia falar (mas já comunicava por gestos, devido ao programa BabySigns que implementámos em casa).

 

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Acordou a chorar e rapidamente a mãe pegou-o ao colo.

Mas o choro não parou, e eis que ele estende os braços para mim, a pedir o meu colo.

Incrédulo, perguntei se era mesmo isso que ele queria, porque normalmente a mãe é que resolve as dores todas, é o porto de abrigo, enquanto o pai é mais associado para a brincadeira.

Mas não, era mesmo a mim que ele queria.

Peguei-o ao colo, e, num momento quase instantâneo, deixou de chorar.

Eu, pai, desta vez tinha sido o porto de abrigo do meu filho.

Quando fomos à consulta de pediatria, e falámos neste episódio à pediatra, a resposta dela foi que “é perfeitamente normal quando o pai é presente”.

E foi aí que se de o “click”!

Sem ter percebido, eu fui (e sou) um pai presente.

Quão maravilhoso pode isso ser?

E ainda hoje ele faz questão de adormecer de mão dada comigo.

 

E tu, tens estado presente no presente do teu filho?

Deixa o teu comentário, gostaria de saber a tua opinião.

 

Obrigado pela tua presença.

 

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